O serviço público de educação é um pilar essencial e imprescindível de uma democracia que, por definição, garanta a igualdade de oportunidades e o desenvolvimento integral de uma sociedade moderna.

Antonio Tabucchi, o amigo italiano de Portugal, disse-nos adeus!

 Antonio Tabucchi, o escritor italiano amigo de Portugal e um profundo admirador de Fernando Pessoa, morreu aos 68 anos. O autor de "Afirma Pereira" e "Mulher de Porto Pim" foi o mais importante tradutor para italiano da obra de Fernando Pessoa.




Disponíveis para consulta na BECRE



José Fernando Vasco

Bipedismo nos Primatas: mais um passo em frente


O trabalho de investigação da arqueóloga Susana Carvalho, efectuado com chimpanzés na Guiné Conacri, acabou por comprovar recentemente uma teoria de 1961 que afirma que a espécie humana se tornou bípede devido à necessidade de transporte de alimentos raros, pouco disponíveis (Diário IOL). A possibilidade de poder transportar, de uma só vez, o máximo destes alimentos nos membros superiores, exerceu uma pressão ambiental seletiva, que conduziu ao desenvolvimento evolutivo do bipedismo nos primatas. Na sua pesquisa, Susana Carvalho juntou investigadores britânicos, dos EUA e do Japão.



A modificação evolutiva do esqueleto dos primatas que permitiu o aparecimento do bipedismo nos humanos. A cores, mostra-se a homologia entre os órgãos ósseos.



Outro trabalho de Susana Carvalho pode ser conhecido em «É necessário alargar a noção de arqueologia» (CiênciaHoje, 2009).


Hiperligações:
Jornal de Arqueologia
Bipedismo e postura erecta
Aparecimento e evolução da espécie humana
Rosa Espada

«O carteiro de Neruda» visto por dois formandos EFA


Os formandos dos cursos EFA secundário da Escola Secundária de Cacilhas-Tejo, acompanhados de alguns formadores, assistiram a uma representação da peça “O Carteiro de Neruda”, no Teatro Municipal de Almada.

Eis a opinião de dois deles…



Adriana German, Ana Paula Cardoso, Júlia Delgado
(Formadoras de CP e de CLC)

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Adorei a peça… A simplicidade do cenário, a areia para ajudar a descrever e que retrata uma ilha... A amizade que se foi construindo entre um poeta famoso e um simples carteiro. A história de um País, que acaba no final por entrar numa ditadura, uma história de amor, e a parte mais óbvia e a mais triste, a morte.
Uma peça muito bem estruturada, e apesar de haver partes da história com uma certa tensão, houve também momentos, muito bem conseguidos, de um humor hilariante.
E as metáforas……. Lindas!
Adorei a peça!
Isabel Belo
(Formanda EFA)

Eu fui ao teatro!
Por iniciativa das formadoras da Escola Secundária Cacilhas-Tejo, foi-me dada a possibilidade de ir assistir a uma peça, no Teatro Municipal de Almada, a qual tinha o título de “O carteiro de Neruda”.
A história desenrola-se no Chile.
Centra-se num homem de parcos recursos, filho de pescadores, que decide responder a um anúncio para carteiro e que é admitido com a função de apenas servir um cliente, Pablo Neruda, o qual recebe muita correspondência. Por este viver isolado na Ilha Negra, um lugar distante, o trajeto tem que ser feito diariamente de Bicicleta.
Desde o primeiro dia em que se conhecem, existe uma empatia muito grande entre os dois.
O carteiro começa a “viver” intensamente, a vida de Pablo Neruda, escritor, comunista confesso, candidato à Presidência do Chile, renunciando depois a favor de Salvador Allende, o qual, após vencer as eleições, lhe dá o cargo de Embaixador, em França.
Destaco a boa encenação da peça, bem como o som de fundo, com o “cantar” dos pássaros e das gaivotas e o barulho das ondas do mar a morrer na areia da praia, além da particularidade de ser queimada uma carta, ser bebido vinho e fumado um charuto, em pleno palco.
Ao nível dos atores, destaco a feliz atuação do “carteiro”, muito bem secundado pelos que desempenham o papel de Pablo Neruda e da viúva.
Por último, quero louvar a iniciativa da ida ao teatro, formulando votos para que se repita.

Jorge Freire
(Formando EFA)

Cesário Verde: «O Sentimento de um Ocidental»

«José Joaquim Cesário Verde (Lisboa, 25 de Fevereiro de 1855 — Lumiar, 19 de Julho de 1886) foi um poeta português, sendo considerado um dos precursores da poesia que seria feita em Portugal no século XX.
Filho do lavrador e comerciante José Anastácio Verde e de Maria da Piedade dos Santos Verde, Cesário matriculou-se no Curso Superior de Letras em 1873, mas apenas o frequentou alguns meses. Ali conheceu Silva Pinto, que ficou seu amigo para o resto da vida. Dividia-se entre a produção de poesias (publicadas em jornais) e as atividades de comerciante herdadas do pai.
Em 1877 começou a ter sintomas de tuberculose, doença que já lhe tirara o irmão e a irmã. Estas mortes inspiraram contudo um de seus principais poemas, Nós (1884).
Tenta curar-se da tuberculose mas sem sucesso e vem a falecer no dia 19 de Julho de 1886. No ano seguinte, Silva Pinto organiza O Livro de Cesário Verde, compilação da sua poesia.
No seu estilo delicado, Cesário empregou técnicas impressionistas com extrema sensibilidade, ao retratar a cidade e o campo que são os seus cenários prediletos. Evitou o lirismo tradicional, expressando-se de uma forma mais natural.»

Fonte:
Wikipedia/Cesário Verde

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DISPONÍVEL PARA CONSULTA NA BECRE

 
 
O Sentimento dum Ocidental



I
Avé-Maria

    Nas nossas ruas, ao anoitecer,
Há tal soturnidade, há tal melancolia,
Que as sombras, o bulício, o Tejo, a maresia
Despertam-me um desejo absurdo de sofrer.

    O céu parece baixo e de neblina,
O gás extravasado enjoa-me, perturba;
E os edifícios, com as chaminés, e a turba
Toldam-se duma cor monótona e londrina.

    Batem carros de aluguer, ao fundo,
Levando à via-férrea os que se vão. Felizes!
Ocorrem-me em revista, exposições, países:
Madrid, Paris, Berlim, S. Petersburgo, o mundo!

    Semelham-se a gaiolas, com viveiros,
As edificações somente emadeiradas:
Como morcegos, ao cair das badaladas,
Saltam de viga em viga os mestres carpinteiros.

    Voltam os calafates, aos magotes,
De jaquetão ao ombro, enfarruscados, secos;
Embrenho-me, a cismar, por boqueirões, por becos,
Ou erro pelos cais a que se atracam botes.

    E evoco, então, as crónicas navais:
Mouros, baixéis, heróis, tudo ressuscitado!
Luta Camões no Sul, salvando um livro a nado!
Singram soberbas naus que eu não verei jamais!

    E o fim da tarde inspira-me; e incomoda!
De um couraçado inglês vogam os escaleres;
E em terra num tinir de louças e talheres
Flamejam, ao jantar alguns hotéis da moda.

    Num trem de praça arengam dois dentistas;
Um trôpego arlequim braceja numas andas;
Os querubins do lar flutuam nas varandas;
Às portas, em cabelo, enfadam-se os lojistas!

    Vazam-se os arsenais e as oficinas;
Reluz, viscoso, o rio, apressam-se as obreiras;
E num cardume negro, hercúleas, galhofeiras,
Correndo com firmeza, assomam as varinas.

    Vêm sacudindo as ancas opulentas!
Seus troncos varonis recordam-me pilastras;
E algumas, à cabeça, embalam nas canastras
Os filhos que depois naufragam nas tormentas.

    Descalças! Nas descargas de carvão,
Desde manhã à noite, a bordo das fragatas;
E apinham-se num bairro aonde miam gatas,
E o peixe podre gera os focos de infecção!

II
Noite Fechada

    Toca-se às grades, nas cadeias. Som
Que mortifica e deixa umas loucuras mansas!
O Aljube, em que hoje estão velhinhas e crianças,
Bem raramente encerra uma mulher de <>!

    E eu desconfio, até, de um aneurisma
Tão mórbido me sinto, ao acender das luzes;
À vista das prisões, da velha Sé, das Cruzes,
Chora-me o coração que se enche e que se abisma.

    A espaços, iluminam-se os andares,
E as tascas, os cafés, as tendas, os estancos
Alastram em lençol os seus reflexos brancos;
E a Lua lembra o circo e os jogos malabares.

    Duas igrejas, num saudoso largo,
Lançam a nódoa negra e fúnebre do clero:
Nelas esfumo um ermo inquisidor severo,
Assim que pela História eu me aventuro e alargo.

    Na parte que abateu no terremoto,
Muram-me as construções rectas, iguais, crescidas;
Afrontam-me, no resto, as íngremes subidas,
E os sinos dum tanger monástico e devoto.

    Mas, num recinto público e vulgar,
Com bancos de namoro e exíguas pimenteiras,
Brônzeo, monumental, de proporções guerreiras,
Um épico doutrora ascende, num pilar!

    E eu sonho o Cólera, imagino a Febre,
Nesta acumulação de corpos enfezados;
Sombrios e espectrais recolhem os soldados;
Inflama-se um palácio em face de um casebre.

    Partem patrulhas de cavalaria
Dos arcos dos quartéis que foram já conventos:
Idade Média! A pé, outras, a passos lentos,
Derramam-se por toda a capital, que esfria.

    Triste cidade! Eu temo que me avives
Uma paixão defunta! Aos lampiões distantes,
Enlutam-me, alvejando, as tuas elegantes,
Curvadas a sorrir às montras dos ourives.

    E mais: as costureiras, as floristas
Descem dos magasins, causam-me sobressaltos;
Custa-lhes a elevar os seus pescoços altos
E muitas delas são comparsas ou coristas.

    E eu, de luneta de uma lente só,
Eu acho sempre assunto a quadros revoltados:
Entro na brasserie; às mesas de emigrados,
Ao riso e à crua luz joga-se o dominó.


III
Ao gás

    E saio. A noite pesa, esmaga. Nos
Passeios de lajedo arrastam-se as impuras.
Ó moles hospitais! Sai das embocaduras
Um sopro que arripia os ombros quase nus.

    Cercam-me as lojas, tépidas. Eu penso
Ver círios laterais, ver filas de capelas,
Com santos e fiéis, andores, ramos, velas,
Em uma catedral de um comprimento imenso.

    As burguesinhas do Catolicismo
Resvalam pelo chão minado pelos canos;
E lembram-me, ao chorar doente dos pianos,
As freiras que os jejuns matavam de histerismo.

    Num cutileiro, de avental, ao torno,
Um forjador maneja um malho, rubramente;
E de uma padaria exala-se, inda quente,
Um cheiro salutar e honesto a pão no forno.

    E eu que medito um livro que exacerbe,
Quisera que o real e a análise mo dessem;
Casas de confecções e modas resplandecem;
Pelas vitrines olha um ratoneiro imberbe.

    Longas descidas! Não poder pintar
Com versos magistrais, salubres e sinceros,
A esguia difusão dos vossos reverberos,
E a vossa palidez romântica e lunar!

    Que grande cobra, a lúbrica pessoa,
Que espartilhada escolhe uns xales com debuxo!
Sua excelência atrai, magnética, entre luxo,
Que ao longo dos balcões de mogno se amontoa.

    E aquela velha, de bandós! Por vezes,
A sua trai^ne imita um leque antigo, aberto,
Nas barras verticais, a duas tintas. Perto,
Escarvam, à vitória, os seus mecklemburgueses.

    Desdobram-se tecidos estrangeiros;
Plantas ornamentais secam nos mostradores;
Flocos de pós-de-arroz pairam sufocadores,
E em nuvens de cetins requebram-se os caixeiros.

    Mas tudo cansa! Apagam-se nas frentes
Os candelabros, como estrelas, pouco a pouco;
Da solidão regouga um cauteleiro rouco;
Tornam-se mausoléus as armações fulgentes.

    <>
E, nas esquinas, calvo, eterno, sem repouso,
Pede-me esmola um homenzinho idoso,
Meu velho professor nas aulas de Latim!


IV
Horas mortas

    O tecto fundo de oxigénio, de ar,
Estende-se ao comprido, ao meio das trapeiras;
Vêm lágrimas de luz dos astros com olheiras,
Enleva-me a quimera azul de transmigrar.

    Por baixo, que portões! Que arruamentos!
Um parafuso cai nas lajes, às escuras:
Colocam-se taipais, rangem as fechaduras,
E os olhos dum caleche espantam-me, sangrentos.

    E eu sigo, como as linhas de uma pauta
A dupla correnteza augusta das fachadas;
Pois sobem, no silêncio, infaustas e trinadas,
As notas pastoris de uma longínqua flauta.

    Se eu não morresse, nunca! E eternamente
Buscasse e conseguisse a perfeição das cousas!
Esqueço-me a prever castíssimas esposas,
Que aninhem em mansões de vidro transparente!

    Ó nossos filhoes! Que de sonhos ágeis,
Pousando, vos trarão a nitidez às vidas!
Eu quero as vossas mães e irmãs estremecidas,
Numas habitações translúcidas e frágeis.

    Ah! Como a raça ruiva do porvir,
E as frotas dos avós, e os nómadas ardentes,
Nós vamos explorar todos os continentes
E pelas vastidões aquáticas seguir!

    Mas se vivemos, os emparedados,
Sem árvores, no vale escuro das muralhas!...
Julgo avistar, na treva, as folhas das navalhas
E os gritos de socorro ouvir, estrangulados.

    E nestes nebulosos corredores
Nauseiam-me, surgindo, os ventres das tabernas;
Na volta, com saudade, e aos bordos sobre as pernas,
Cantam, de braço dado, uns tristes bebedores.

    Eu não receio, todavia, os roubos;
Afastam-se, a distância, os dúbios caminhantes;
E sujos, sem ladrar, ósseos, febris, errantes,
Amareladamente, os cães parecem lobos.

    E os guardas, que revistam as escadas,
Caminham de lanterna e servem de chaveiros;
Por cima, as imorais, nos seus roupões ligeiros,
Tossem, fumando sobre a pedra das sacadas.

    E, enorme, nesta massa irregular
De prédios sepulcrais, com dimensões de montes,
A Dor humana busca os amplos horizontes,
E tem marés, de fel, como um sinistro mar!
Cesário Verde

José Fernando Vasco

«A Livraria e a promoção do livro» em «O Prazer de Ler+ V»

Hoje, pelas 19:30 horas, Rosa Alface, responsável pela Livraria Escriba (Cova da Piedade), estará presente na BECRE para conversar com Carlos Rocha (professor de Português e formador EFA) em torno da leitura e do livro, no âmbito da sua atividade como livreira.
O papel do livro, da leitura e da livraria estarão no centro da entrevista que configurará, deste modo, uma nova modalidade alternativa no programa «O Prazer de Ler+». No final, a assistência terá a oportunidade de colocar questões do seu interesse à convidada.

Rosa Alface nasceu em Lisboa. Até aos 10 anos, viveu em Sesimbra, donde se mudou para Almada, onde continua a residir. A relação com os livros e com as livrarias definiu-se cedo, já que os pais eram os proprietários de uma livraria localizada no Centro Comercial  Faraó, na Praça MFA, em  Almada. Antes de se tornar livreira, exerceu diferentes atividades profissionais: foi educadora de infância, trabalhou como secretária e colaborou nos Cadernos BAD (Biblioteconiomia, Arquivística e Documentação), experiência que lhe permitiu adquirir conhecimentos sobre catalogação de livros e aprofundar a consciência da importância das bibliotecas. Aos 35 anos, fez uma mudança radical, ao decidir abrir a Livraria Escriba, que hoje se mantém na Cova da Piedade como uma loja em que o livro é mais que simples mercadoria.

Carlos Rocha
José Fernando Vasco

António Leitão: o grande campeão disse-nos adeus !


António Leitão, medalha de bronze na final dos 5000 metros dos Jogos Olímpicos de Los Angeles, faleceu ontem vítima de uma doença rara: a hemocromatose - uma excessiva absorção de ferro que provoca perturbações diversas no organismo, nomeadamente problemas hepáticos e de diabetes.
O grande campeão que representou o Sport Lisboa e Benfica durante cerca de dez anos, pertencia a uma geração de notáveis atletas: Fernando Mamede, antigo recordista dos 10.000 metros; Carlos Lopes, medalha de ouro na Maratona dos Jogos Olímpicos de Los Angeles e medalha de prata nos 10.000 metros em Montreal 1976; e Rosa Mota, medalha de bronze na Maratona feminina de Los Angeles 1984 e medalha de ouro na mesma prova nos Jogos Olímpicos de Seul em 1988. 

Fonte: Público


Assista à magnífica prova de António Leitão nos Jogos Olímpicos de Los Angeles.


Hiperligação:
Wikipedia/António Leitão

José Fernando Vasco

Exposição - Projeto de Conceção Gráfica para a Quinzena da Juventude 2012


Projeto desenvolvido pelos alunos do 2º ano do Curso Profissional Técnico de Design Gráfico da Escola Secundária Cacilhas- Tejo, que consiste na apresentação de propostas gráficas para a Quinzena da Juventude 2012 em vários suportes: Outdoor, Mupi, Poster, programa e banner.
A exposição, integrada no programa da Quinzena da Juventude 2012, inclui o resultado final de 6 propostas e uma apresentação das várias fases do processo criativo.
Visita a exposição e escolhe a tua proposta preferida.

Data: 17 a 31 de março
Horário: Terça-feira a Sábado das 10h às 18h
Local: Fórum Municipal Romeu Correia - Sala Pablo Neruda
Organização: Escola Secundária Cacilhas-Tejo e Câmara Municipal de Almada

Paula Penha

Goddard Space Flight: a evolução da Lua em vídeo da NASA


Nesta evolução da Lua observada em vídeo não é mostrada a possível origem deste astro, atendendo à enorme controvérsia que o tema ainda provoca. Por isso, as imagens animadas iniciam-se já com a Lua em processo de arrefecimento lento e com um volume praticamente definitivo, a partir da condensação da nébula solar há cerca de 4,5 milhões de anos. A restante evolução, que é, portanto, a única mostrada no vídeo, dá-nos conta dos fenómenos de acreção (bombardeamento por planetesimais, meteoros, asteróides, etc.) que acrescentaram mais alguma massa à Lua, assim como lhe conferiram o aspecto característico de um planeta secundário pleno de crateras à superfície. A diferença entre os escuros "mares" basálticos (fruto de antiga actividade vulcânica intensa) e os "continentes" de rocha clara (anortosito) é também um assunto abordado pelo Goddard Space Flight (NASA), que compilou os dados para este trabalho com base em estudos recentes sobre a estrutura planetária lunar. 
O mais recente impacto na Lua aconteceu há cerca de 108 milhões de anos atrás. Por isso, para os que gostam de ser sensacionalistas em relação a futuros impactos a ocorrer também na Terra, será melhor imaginá-los pela leitura de livros de ficção científica ou vê-los no cinema.




Rosa Espada

O "terrorista" !


Cheguei a Portugal no fim de Agosto, há dois anos atrás. Era meia-noite, no aeroporto havia muita gente, todos à espera dos amigos, familiares, das pessoas queridas ou pessoas especiais. Estava cansada e hesitante num país que eu visitava pela primeira vez e fiquei muito feliz quando eu vi o rosto caro do meu marido, que me esperava no meio das pessoas.

Era noite quando eu vi Lisboa pela primeira vez. Tenho até na minha memória luzes, prédios, vitrinas luminosas das lojas, carros e ... o impressionante Cristo- Rei!

No dia seguinte saí com o meu marido, encontrámo-nos com os amigos moldavos e portugueses, fomos ao futebol, tomámos café no pequeno restaurante indiano perto da nossa casa. Eu ouvi falar português em todo o lado, um português diferente daquele que eu tinha estudado um pouco antes de vir para Portugal. A língua de Camões dos livros parecia-me totalmente diferente da língua falada na rua. Eu ouvia com muita atenção mas percebia pouco do sentido geral da conversa. No entanto, o desconhecimento da língua não foi para mim um impedimento, eu senti- me à vontade com todos os amigos portugueses e moldavos e nem me apercebi como passou o tempo e acabou o fim de semana. Foi ótimo, uns dias com muitas impressões, muitas pessoas que eu vi primeira vez e não tive tempo para memorizar bem todas as caras. Veio a segunda-feira e o meu marido teve que ir para o trabalho; eu fiquei sozinha em casa. Mas, antes de sair de casa ele lançou-me uma provocação: ir à procura duma pastelaria para comprar bolinhas: “Se quiseres comprar alguma coisa, tens que dizer à empregada de balcão o que queres comprar e não te esqueças de “se faz favor”. Para os portugueses essa é uma expressão muito importante. Tens que falar só português, não inglês, é assim que vais aprender mais rapidamente a língua! ” Ele sabia que, como tinha chegado há dois dias a Portugal e não conhecia ninguém, não conhecia a língua, não teria coragem de sair desacompanhada e era só dessa maneira que me podia convencer a sair de casa.

Venci o medo, saí de casa, procurei a pastelaria mais próxima e comprei bolinhas, não esquecendo o “se faz favor”. Saindo da pastelaria estava tão feliz, passei a prova “com brio”, fiz a minha primeira compra em Portugal. Estava muito bom tempo e eu decidi passear um pouco. O medo da manhã desapareceu, eu sentindo-me à vontade numa sociedade que, umas horas antes, me assustava. Num momento observei alguém a seguir-me e quando chegou ao meu lado disse “Olá” com um sotaque estranho, estrangeiro. Fiquei surpreendida e vi um homem que parecia indiano, paquistanês ou outra nacionalidade similar. A cara dele não me pareceu conhecida e eu continuei a passear sem lhe dar grande atenção. Mas ele repetiu: “Olá”. O medo reapareceu, sentia-me assustada perto daquele homem que não conhecia e que tinha repetido duas ou três vezes “Olá” e falando algo numa língua muito, muito má, metade português metade outra língua que eu não conhecia. Eu não percebia nada, o medo cresceu, durante uns segundos na minha cabeça passaram mil pensamentos sobre quem é que podia ser aquele indivíduo: ladrão, agressor, maníaco e finalmente … terrorista!!! Comecei a avançar mais depressa na direção de casa mas ele continuou a seguir-me, a falar, a repetir palavras que eu não percebia, a gesticular...

Liguei para o meu marido, estava assustada, expliquei que um terrorista estava a seguir-me, ele queria alguma coisa, eu não sabia o quê, não percebia nenhuma palavra, ele estava muito insistente, falava, gesticulava e eu tinha medo… O meu marido aconselhou-me a acalmar-me, a tentar perceber o que ele estava a dizer. Naquele momento, para mim, era impossível agir com calma e tentar ouvir o discurso do terrorista: ainda bem que estava perto da porta do meu prédio, abri logo e entrei.

Passaram uns dias, saí para tomar café com o meu marido e os amigos no restaurante indiano ao lado. Estava sentada na mesa, calma e, de repente, vejo … o terrorista trazia o meu café! Começámos os dois a explicar, a gesticular surpreendidos e no final ouvi o riso forte do marido… O maior terrorista do mundo daquele dia, para mim era o empregado de mesa do restaurante indiano ao pé de casa! O homem só queria dizer que me conhecia, conhecia bem o meu marido e tentava explicar isso enquanto eu fugia assustada e aterrorizada. A causa de toda esta confusão era muito simples: nem eu, nem ele sabíamos a língua portuguesa!

É por isso que eu nunca deixo de estudar a língua deste país, não quero encontrar mais terroristas!

Rodica Tepordei
(Formanda da Moldávia)

«Animal Farm» e «Fahrenheit 451» na Comunidade de Leitores



Dois dos mais marcantes livros do século XX - «Fahrenheit 451» (1953) de Ray Bradbury (1920-...) e «Animal Farm» de George Orwell serão debatidos na próxima sessão da Comunidade de Leitores que ocorrerá na próxima segunda feira, 19 de março, pelas 19:30 horas. A crítica aos regimes totalitários - e a algumas das suas mais repugnantes situações - e a defesa da liberdade e do livre acesso à informação não-condicionada são pontos de contacto entre os dois livros e os dois autores.

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George Orwell (1903-1950): «escritor inglês, de nome verdadeiro Eric Blair, nascido em 1903, em Bengala, Índia, e falecido em 1950, em Londres. Convencendo-se de que o imperialismo era uma ilusão, veio para Inglaterra, após ter feito parte da polícia imperial na Birmânia. Aproximando-se, mais tarde, do socialismo, acabou por abordar os problemas sociais com franqueza e precisão. Desde o início, os seus romances basearam-se nas suas experiências pessoais. Da sua vasta obra, destacam-se Burmese Days (1934), The Clergyman's Daughter (1934), Keep the Aspidistra Flying (1936), The Road to Wigan Pier (1937), Animal Farm (1946) e Mil Novecentos e Oitenta e Quatro.

Fonte:
George Orwell. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2012. [Consult. 2012-03-16]. Disponível na www:   http://www.infopedia.pt/$george-orwell

Ray Bradbury (1920-...): «[...] nasceu a 22 de agosto de 1920, em Waukegan, no estado do Illinois. Oriundo de uma família desfavorecida, acompanhou a sua primeira migração para Tucson, no estado do Arizona, aos seis anos de idade, mas a tentativa de melhoria das condições de vida não foi bem sucedida. A família passou a alternar a sua vida entre Waukegan e Tucson, e o pai de Ray Bradbury chegou ao ponto de perder o emprego em 1932. Conseguiram finalmente estabelecer-se em Los Angeles no ano de 1934.
Encorajado pelos pais na sua criatividade, Ray Bradbury começou por querer ser mágico ilusionista, mas logo se voltou para a escrita. Aos dezassete anos de idade, inscreveu-se na Liga de Ficção Científica de Los Angeles, que o auxiliou na publicação de uma revista de amadores deste género literário.
Em 1940, enquanto trabalhava como ardina, publicou o primeiro de muitos contos na popular revista Weird Tales, passando a dedicar-se à escrita a tempo inteiro três anos depois. Em 1947 publicou o seu primeiro livro de ficção científica, com o título Dark Carnival, obra que passou despercebida pela crítica. Seguiram-se Martian Chronicles (1950) e The Illustrated Man (1951).
O primeiro sucesso retumbante de Ray Bradbury aconteceu com o aparecimento de Fahrenheit 451, em 1953. A obra contava a história de um grupo de indivíduos que decora, cada um deles, um livro, para assim salvar certas obras das garras de uma censura incendiária. Curiosamente, o título da obra foi inspirado no grau de temperatura necessária à combustão do papel, 451º Fahrenheit, ou seja, cerca de 233º Centígrados.
Escritor prolífico, Ray Bradbury foi também argumentista para as famosas séries televisivas Alfred Hitchcock Presents e The Twilight Zone, para além de ter servido como consultor não só na adaptação de cinco dos romances para o cinema, como também na edificação de partes do EPCOT Center da Disneylândia.
Entre as suas muitas obras, destacam-se Zen And The Art Of Writing (1973), The Last Circus And The Electrocution (1980), The Stories Of Ray Bradbury (1980), Driving Blind (1997) e One More For The Road: A New Short Story Collection (2002).»

Fonte:
Ray Bradbury. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2012. [Consult. 2012-03-16]. Disponível na www: http://www.infopedia.pt/$ray-bradbury
 

Animal Farm (1954)
Animação de Halas e Batchelor


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François Truffaut

Clique na imagem
ou na hiperligação
para visionar o filme





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«Fahrenheit 451»
(2006)
animação de Zach Andres

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Obras de George Orwell
disponíveis para consulta na BECRE

ORWELL, George
Mil novecentos e oitenta e quatro / George Orwell ; trad.: Ana Luísa Faria ; rev.: Paulo da Costa Domingos. - 3ª ed. - Lisboa : Antígona, cop. 1999. - 1 vol, 325 [+2] p.
Sátira sobre a criação de uma sociedade totalitária.
136415/99
972-608-053-3
Literatura universal / Romance / Ficção científica / Totalitarismo
CDU: 821.111-31
Cota: 821.111-31 LIT ING ORWE ESCT 00158
168

ORWELL, George
The complete novels of George Orwell / George Orwell. - London : Penguin Books, [19--?]. - 1186 p.. - (Modern Classics)
978-0-141-19039-6
Literatura universal / Novelas / Ficção
CDU: 821.1/.9-3
Cota: 821.1/.9-3 LIT UNI ORW ESCT 03050
2719

ORWELL, George
O Triunfo dos Porcos / George Orwell ; trad. Madalena Esteves. - 1ª ed. - Lisboa : Publicações Europa-América, 1990. - 125 p. ; 21 x 14 cm. - (Século XX ; 325)
Tít. orig.: Animal Farm
41699/90
972-1-03147-X
Literatura universal / Romance / Totalitarismo
CDU: 821.111-31
Cota: 821.111-31 LIT ING ORWE 2 ESCT 01243
1253


Obras de Ray Bradbury
disponíveis para consulta na BECRE

BRADBURY, Ray
Fahrenheit 451 / Ray Bradbury; trad. Mário Henrique Leiria. - sd. - Lisboa : Livros do Brasil, 1999. - 157 p ; 21 x 15 cm. - (Argonauta Gigante ; 6)
Edição original: 1953
972-38-1749-7
Literatura universal / Ficção científica
CDU: 821.1/.9-311.9
Cota: 821.1/.9-311.9 LIT UNI BRA ESCT 00981
991

BRADBURY, Ray
O Homem ilustrado / Ray Bradbury ; trad. Eurico da Costa. - Lisboa : Livros do Brasil, 1999. - 213 p. - (Argonauta Gigante. Obras-primas da Ficção Científica ; 4)
Contém análise sintética da obra
Tít. orig.: The illstrated man
972-38-1711-X
Literatura universal / Ficção científica
CDU: 821.1/.9-311.9
Cota: 821.1/.9-311.9 LIT UNI BRA ESCT 01652
1594


Hiperligações:
François Truffaut
Ray Bradbury - sítio oficial
The Complete Works of George Orwell

José Fernando Vasco
Conceição Toscano, Sónia Lapa
(tratamento documental)

Em 2012, a normalidade mais visível de um ciclo solar: Tempestades solares

O ciclo solar
O número de manchas solares varia ao longo do tempo, oscilando entre períodos de quase ausência de manchas (mínimos solares) e períodos correspondentes à presença de elevado número de manchas (máximos solares).

Há já várias semanas que se vem registando uma atividade acima do normal na superfície do Sol, consistindo esta em conjuntos de explosões de plasma solar ocorridas na superfície deste astro (coroa solar) e cujo material libertado ultrapassa, por vezes, a órbita solar, atingido a Terra.
As“tempestades solares”, designação para este fenómeno característico do Sol associado a mudanças repentinas no seu campo magnético, visíveis por intermédio do número e disposição das manchas solares, originam ventos cósmicos carregados de partículas (p.e., electrões, protões, neutrões, iões de hidrogénio e hélio) que podem deslocar-se a velocidades compreendidas entre os 100Km/s e os 2500Km/s.
Ao entrarem na atmosfera terrestre, estas partículas solares podem afetar em diversos graus (dependendo da sua intensidade magnética) a distribuição da corrente elétrica, o sistema GPS e as comunicações por rádio satélite, bem como o transporte aéreo que está dependente destas comunicações. Também a sua colisão com o campo magnético da Terra, que protege o planeta destas agressões solares, pode desencadear trovoadas magnéticas ou auroras boreais.

A magnetosfera terrestre
A interação entre o campo magnético terrestre e o vento solar dá origem à magnetosfera.
(imagem artística)

O aumento do número destas erupções solares é um acontecimento normal relativamente aos ciclos de atividade do Sol. Para o ciclo solar de 11 anos (ou ciclo solar de Schwabe) o pico das tempestades solares deverá alcançar o seu máximo em 2013.
A última explosão solar aconteceu no passado dia 6 deste mês, mas tudo indica cientificamente que a Terra continuará bem protegida pelo seu próprio campo magnético.



A explosão solar do dia 6 de março de 2012 captada pelo Observatório Solar Dynamics (SDO) a 171 e 131 Angstrom de comprimento de onda.




As auroras boreais são um fenómenos óticos que resultam do impacto entre as partículas de vento solar e a poeira espacial que se encontra na Via Láctea com a alta atmosfera da Terra, conduzidas pelo campo magnético terrestre e sendo principalmente visíveis nas regiões polares. As imagens do vídeo referem-se à aurora boreal observada na Escandinávia (Noruega), como resultado da explosão solar de janeiro deste ano. 


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Rosa Espada
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