O serviço público de educação é um pilar essencial e imprescindível de uma democracia que, por definição, garanta a igualdade de oportunidades e o desenvolvimento integral de uma sociedade moderna.
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«Cores e Sabores»


A gastronomia também é uma arte, a arte de cozinhar. Cada país, além da sua história e cultura, também tem a sua gastronomia, os seus pratos típicos.

A nossa escola organizou no dia 9 de maio de 2013 uma festa gastronómica - Cores e Sabores. Esta festa juntou os pratos de vários países como a Moldávia, a Ucrânia, o Irão, Espanha, etc. Cada prato tinha as suas particularidades e foram apresentados com muito gosto. 

Tivemos a oportunidade de provar pratos de vários países e conhecer outras receitas. No final assistimos às danças da Europa e também de Portugal. Gostei muito sobretudo da Dança da Noiva.

Foram uns momentos muito agradáveis porque comunicámos bastante, pedindo uns aos outros receitas e conhecemos um pouco mais sobre a gastronomia dos outros países.


Valentina Besarab
(formanda da Moldávia, nível B 2)

«Caminhar»: 'Bora lá andar!»

No último dia de janeiro decidi fazer uma caminhada. Nesta caminhada participaram professores e alunos da Escola Secundária de Cacilhas-Tejo. 
A caminhada é sempre à quarta-feira, no mesmo lugar – entrada da escola - e a duração é mais ou menos uma hora e meia. Às cinco horas e trinta minutos é o início da caminhada. 
O percurso é sempre diferente. Desta vez foi o Cristo-Rei e na próxima quarta-feira é o Parque da Paz. 

Éramos mais ou menos dez (alunos e professores), mas espero que no futuro venham mais pessoas. E, claro, não posso esquecer, uma cadela também participou!
Posso recomendar a todas as pessoas que querem divertir-se e relaxar para se juntarem a nós e não se arrependerão. Até à próxima caminhada!

Svetlana
(formanda da Sérvia, nível A 2)

A integração em Portugal

A vida leva-nos sempre a fazer escolhas. Queremos sempre lutar por uma vida melhor, encontrar respostas para as nossas perguntas e queremos sempre conseguir os melhores resultados.
A integração num país estrangeiro não é fácil. Isto inclui um caminho de dificuldades, principalmente ao início.
Há quatro anos que chegámos a Portugal. Tivemos sorte, porque temos aqui a família que nos ajudou bastante.

Nós chegámos a um país estrangeiro e a primeira barreira para uma boa integração foi a comunicação. Para aprender uma língua estrangeira é preciso tempo e força de vontade. Senti-me mais integrada depois de ter aulas, pois o convívio com os professores e colegas muito contribuíram para facilitar a integração desejada. 
A necessidade e a procura de trabalho é a outra fase determinante para uma boa integração neste país.
O meu marido, de início, não trabalhava para o que estava preparado, mas quando alcançou o emprego desejado, sentimos que a integração se fazia naturalmente. Aconteceu o nascimento do nosso filho, educado na escola portuguesa, fala português e assim estamos contentes, embora nos lembremos sempre do nosso país e em especial da nossa família.
Também consegui trabalho e sinto-me respeitada e acarinhada, mas gostaria de ter um trabalho mais estável.
Sinto-me cada vez mais integrada neste país. Gosto muito de estar em Portugal, gosto muito da cidade onde moro – Almada. Conheço um pouco mais das tradições e cultura portuguesas.
Estou contente porque sempre que saio à rua encontro pessoas conhecidas. Estou contente porque tenho aqui muitos amigos moldavos, mas guardo sempre no meu coração o país onde eu nasci e tenho sempre saudades da minha família da Moldávia.

Valentina Besarab
(formanda da Moldávia, nível B 2)

«O Meu Primeiro Dia de Aulas» II

Naquela altura em que eu entrei na escola não havia pré-primária. As crianças entravam na primeira classe com seis ou sete anos.
No meu primeiro dia de aulas fui à escola com a minha mãe com uma farda que tinha uma gola branca. Agora já não me lembro como me sentia de manhã quando acordei e estava a vestir-me, mas ainda me lembro quando entrei na escola. De repente parecia que entrei no mar, nas ondas… Muitas raparigas, muitas caras que me fizeram confusão. A minha mãe deixou-me lá e foi-se embora. Eu acho que não chorei, mas sentia-me como uma folha em cima da água e os meus movimentos eram o que o ambiente mandava. As outras miúdas disseram que não podíamos usar as pulseiras e eu tirei as minhas pulseiras de ouro e deixei-as lá na escola e fui para a aula.

Fara Salgado
(formanda do Irão - Nível B 1/B 2)

Eu chamo-me Nina. Sou ucraniana. Eu nasci a 19 de dezembro de 1956. Antigamente não havia eletricidade e havia pouco trânsito.
Quando eu andava na escola tinha seis anos e meio. Não sabia ler nem escrever. Lembro-me de me acompanharem os meus pais. Andávamos sempre a pé. O caderno escolar tinha doze folhas, a caneta era com tinta. Eram trinta e dois colegas de turma. A professora chamava-se Nina Leontievna e era simpática.
Depois do quarto ano trocámos de sala e comecei a estudar com mais professores. Lembro-me bem disto porque já havia eletricidade. Não gostava de estudar, mas gostava de brincar. 
Eu acabei de estudar no 10º ano, no ano de 1974. Depois fui trabalhar. Casei no ano de 1976. 
Passaram vinte anos depois da escola. Eu recebi uma carta com um convite para um encontro de colegas de turma de 1974. Eu fui. Foi muito interessante, muita alegria, falámos, comemos e depois o bailarico vivo com professoras e colegas. Foi muito bem organizado.
Agora eu estudo em Portugal. […]
Para mim a escola é a segunda casa e a segunda mãe da educação. Estudar é bom para seguir em frente.

Nina
(formanda da Ucrânia - Nível B1/B2)

Eu gosto muito de estudar.
A minha escola fica em Cacilhas. Eu vou a pé até lá. 
A minha turma é grande. Há muitos alunos. São todos estrangeiros como eu.
Aprendemos a falar e a escrever em português. O professor dá-nos muitos exercícios para fazer e muitos textos para estudar. 
Eu tenho dificuldade em escrever, mas gosto de falar.
Os alunos gostam muito de ir às aulas porque se divertem muito.
Gostei de aprender tudo o que damos agora.

Laurinda Tipote
(formanda da Guiné-Bissau - Nível B1/B2)

5 de dezembro: Dia Internacional do Voluntário II

Sou espanhola, tenho 26 anos e estou em Portugal há três meses fazendo um programa de Serviço de Voluntariado da União Europeia que vai durar um ano. 

Estou com outra colega espanhola na Mó de Vida, que foi a primeira Cooperativa de Consumidores criada em Portugal para desenvolver a atividade do Comércio Justo e Solidário.


As nossas atividades estão dentro do consumo responsável, o respeito pelos direitos laborais e a preservação ambiental, o comércio justo, a economia solidária, os programas de sensibilização, entre outros.

A equipa trabalha em conjunto e uma parte são voluntários. 

A importância do Voluntariado (e do dia que se comemora) consiste em incentivar e apoiar o intercâmbio de experiências e boas práticas. A importância do voluntariado enquanto expressão de participação cívica que contribui para as questões que são do interesse comum.

O meu programa de voluntariado faz parte da Rede de Jovens da Comissão Europeia. Temos direitos e obrigações estabelecidos e é importante para o nosso compromisso no voluntariado e integração no país.

No meu caso, eu estudei Ciências Ambientais e depois Desenvolvimento Rural, então a temática da cooperativa é perfeita para completar a minha formação.  

Blanca Casares Guillén
(formanda de Espanha - Nível B1/B2)

5 de dezembro: Dia Internacional do Voluntário I


No ano 1986, a Assembleia Geral das Nações Unidas decretou o dia 5 de dezembro como o dia internacional dos voluntários. Mas, porquê é importante ter um dia internacional dos voluntários e voluntárias? Primeiro, começarei por explicar o que é o voluntariado.

O voluntariado consiste no trabalho que pessoas fazem livremente, e motivado por uma atitude altruísta ou solidária, sem receber compensação económica e normalmente no âmbito de uma organização sem fins lucrativos, que procura um desenvolvimento local ou internacional, e envolvido na transformação da realidade social - ou meio ambiental. 

O trabalho voluntário assume maior importância especialmente nos tempos de crise, nos quais muitos serviços de ajuda à população não são prestados pelas instituições públicas que o deviam fazer, e que não seriam feitos se não fosse através do tempo dedicado pelos voluntários nas distintas instituições e organizações que trabalham com situações de exclusão social.

E por que é importante ter um dia dos voluntários? Na minha opinião, algumas das finalidades do dia internacional dos voluntários são: primeiro, reconhecer o trabalho desenvolvido e o esforço e tempo dedicado por estas pessoas na melhoria da realidade social. Segundo, permite aos voluntários, organizações e comunidades fazer visível a sua contribuição ao desenvolvimento local e internacional, face às instituições públicas e empresas que podiam ajudar a que estas sejam desenvolvidas. Também se procura despertar o sentimento de solidariedade para aqueles que acreditam que é possível contribuir para a melhoria da nossa sociedade e que ainda não deram o passo.

A minha companheira Blanca e eu estamos em Portugal a fazer um trabalho de voluntariado ao abrigo do serviço de voluntariado europeu (EVS). Somos voluntárias na cooperativa de consumo e ONGD “Mó de Vida”, situada no Pragal, que trabalha com temas como o comércio justo, economia solidária, educação popular e viagens solidárias. A nossa função dentro da Mó de Vida consiste basicamente em ajudar na venda dos produtos do comércio justo; na organização dos “circuitos curtos de confiança” colocando em contacto agricultores locais diretamente com os consumidores com o objetivo de criar relações de confiança entre eles, de um modo mais justo para todos, e fora das condições abusivas das grandes superfícies como os grandes supermercados; e ajudar nas “pausas justas”, um serviço de catering feito com produtos de comércio justo e de agricultores e produtores locais, com a finalidade de sensibilizar e chegar às pessoas que ainda não conhecem o comércio justo. 

Aproveito a ocasião para incentivar todas as pessoas a pôr em prática os valores da solidariedade, responsabilidade e cooperação por meio do ativismo social, para fazer do nosso mundo um lugar melhor através de pequenas ações desenvolvidas na sua localidade. 

“Pensar global, agir local”.

Hiperligação:
Voluntariado

Jessica Pestana
(formanda de Espanha - Nível B 1/ B 2)

«O meu primeiro dia de aulas»

Era uma manhã qualquer de setembro de 1989. Eu tinha três anos e meio e comecei as aulas no jardim de infância. 
A escola ficava, e ainda fica, muito perto da casa dos meus pais, mas naqueles tempos, ir até lá, parecia-me todo um passeio. 
Lembro-me de brincar com as minhas galochas nas poças de água, o meu guarda-chuva em forma de animal, lembro-me da sensação de estra muitas horas fora de casa.
A escola era uma caixa baixa. Tinha um vestíbulo e depois duas salas, uma à direita e outra à esquerda para turmas distintas. Da sala da direita podíamos ir até à cozinha e sala de refeições para os alunos cujos pais trabalhavam.
Eu fiz desenhos, aprendi as primeiras letras e números, pintei com aguarelas, joguei com os colegas…
Se a memória não me falha, o jardim de infância chama-se Pitufos.
Blanca Casares Guillén
(formanda B1/B2 de Espanha)

Passaram vinte e quatro anos do meu primeiro dia de escola. Lembro-me muito bem daquele primeiro dia, parece que foi há pouco tempo. Lembro-me de alguns dias antes ter ido às compras para a escola… Naquela noite não dormi, de dez em dez minutos acordava a minha mãe e perguntava se já estava na hora de ir. Naquele dia de manhã a minha mãe fez-me duas tranças e meteu dois lacinhos brancos, vesti um vestido castanho e uma bata branca (aquela bata não consegui vestir sozinha). Saí de casa com uma mochila grande de cor verde e laranja, com um ramo de flores que depois, quando chegou à altura de entregar as flores à minha professora, lembro-me de ter caído à frente dela. Que vergonha eu tive! Levantei-me e andava à procura da minha mãe. Quando fomos para a sala a professora mandou-me sentar na primeira fila do meio acompanhada de um rapaz chamado Anatoli (depois acabámos por ficar namorados). Na minha turma nós já nos conhecíamos todos. Eu andava sempre com os olhos em cima da minha mãe para ela não se ir embora. A minha primeira professora foi também a do meu pai. Era muito simpática. Chamava-se Maria Gheorghevna e gostou muito o meu pai, porque falava muito nele. No fim do primeiro dia eu já não gostava de ir para a escola porque tinha os trabalhos de casa para fazer, tinha de me deitar cedo para no outro dia me levantar cedo. E depois acabaram-se as brincadeiras. Mas agora gostava de voltar a esse tempo de escola que tão rapidamente passou. Hoje tenho saudades desse tempo.

Natalia Guzun
(formanda B1/B2 da Moldávia)

Cursos de Português Para Falantes de Outras Línguas (ano letivo de 2012/2013)

Mais uma vez, iniciaram-se cursos de Português para Falantes de Outras Línguas. Os formandos (cerca de 100) são oriundos de diversos pontos do globo, tais como Alemanha, Angola, Argentina, Bangladesh, China, Colômbia, Cuba, Espanha, França, Guiné-Bissau, Guiné-Conacri, Índia, Indonésia, Malásia, Moldávia, Nepal, Paquistão, Polónia, República do Congo, Roménia, Rússia, Senegal, Serra Leoa, Sérvia, Ucrânia e Zimbabwe. 
Estamos em crer que a panóplia de proveniências irá, seguramente, enriquecer toda a comunidade. 

Maria João Alvarez 
José Lourenço Cunha

«Uma viagem de sonho»

No passado sábado, dia 12 de maio, a minha escola, Secundária de Cacilhas-Tejo, organizou uma viagem a três locais turísticos do distrito de Lisboa: Palácio de Queluz, Sintra e Boca do Inferno em Cascais. Esta viagem destinava-se aos formandos do curso de Português para Estrangeiros (PPT). Eu e o meu marido participámos nesta viagem maravilhosa!


Partimos de autocarro às 9 horas e 20 minutos da a nossa escola. Cerca das 10 horas chegamos ao Palácio de Queluz.

Foto 1-Palácio de Queluz
Neste palácio, local de residência de alguns reis de Portugal, visitámos os seus quartos interiores muito ricos e um jardim muito bonito. Às 11 horas e 30 minutos partimos de Queluz em direcção a Sintra.
Chegámos a Sintra às 12 horas e 15 minutos.
Em Sintra visitámos alguns jardins magníficos e tivemos a oportunidade de provar comida de colegas de outros países e de conversar com eles. Por volta das 2 horas e 15 minutos partimos de Sintra em direcção a Cascais.

Foto 2-Sintra
Em Cascais visitámos a Boca do Inferno. Neste local podemos ver as ondas do mar a baterem nas grutas rochosas e nas falésias muito altas e perigosas. Também vimos alguns pescadores a pescarem peixe. Captei o espírito das ondas contra as rochas e aqui pude sentir o poder o perigo da natureza.

Foto 3-Boca do Inferno
 Depois partimos de volta à minha escola viajando pela estrada marginal de Cascais – Alcântara e pela Ponte 25 de Abril.
Na nossa visita ao Palácio de Queluz, Vila de Sintra e Boca do Inferno, o clima esteve maravilhoso e nós aproveitámos para tirar bonitas fotos e fazer um curto vídeo sobre a nossa viagem.
Nós queremos agradecer à escola por esta iniciativa e também à nossa colega alemã por fazer voluntariamente de guia turística, tornando toda a nossa viagem muito mais interessante e menos cansativa.

Elena Polyakova

O cesto de Páscoa ("Święconka", “Koszyczek Wielkanocny”)

Em muitos países da Europa de Leste é uma tradição ter um cesto de alimentos abençoados no Sábado Santo antes do Domingo de Páscoa.
Na Polónia, a bênção dos cestos é conhecida como "świecęnie pokarmów wielkanocnych". É um hábito que remonta ao século XIII e que ainda é mantido por famílias polacas espalhadas pelo mundo. É um costume importante, que é diferente dos outros Católicos, incluindo os Portugueses. Na área rural da Polónia, o tamanho e o conteúdo do cesto de uma mulher ou uma família era uma questão de orgulho e prestígio na comunidade.
Os alimentos do cesto de Páscoa têm um significado especial. O cesto é coberto por um guardanapo de linho de fantasia ou bordado e decorado com folhas de buxo. O guardanapo branco e as linhas do cesto representam a mortalha de Cristo. O cordeiro "Baranek" previamente feito de manteiga, mais recentemente, a partir de açúcar ou chocolate, representa Jesus, o cordeiro Pascal. Os ovos cozidos, que são pintados com o propósito de se tornar "pisanki" simbolizam uma nova vida ou Cristo subindo do túmulo.
O Pão representa o pão da vida dado por Deus. A carne é um símbolo de Cristo ressuscitado, o rábano representa aceitar o amargo com o doce na vida, o vinagre simboliza o vinho azedo dado a Jesus na cruz. O sal é o de adicionar sabor à vida e riqueza, e os doces sugerem a promessa de vida eterna ou coisas boas que virão. A água é um símbolo de vida.

A comida abençoada na igreja permanece até Domingo de manhã. Depois da Missa no Domingo de Páscoa todos os membros da família (é jejum até ao momento) durante o almoço do Domingo de Páscoa têm que comer um pouco de cada alimento abençoado e compartilhar os desejos pessoais a respeito de passar o tempo da Páscoa para o outro. Algumas famílias, a partir do conteúdo do seu alimento abençoado e água benta do seu cesto abençoado, fazem uma deliciosa sopa conhecida como branco barszcz.
A tradição dos cestos tem vivido em Portugal também devido à celebração da missa por um Padre polaco, Andrzej, durante muitos anos em Odivelas. O Padre Andrzej está aposentado há dois anos, e todos que o conhecem sentem muito falta dele. Então poderíamos desfrutar missa dada por um Padre polaco, Janek, e agora desde 2012 há um novo Padre polaco em Odivelas. Aos segundos domingos do mês é celebrada uma missa em polaco para quem deseja assistir. 
É uma ocasião para conhecer e encontrar os outros polacos e os nossos amigos portugueses que gostam das missas polacas e os polacos residentes em Portugal.

Ewa Bogel
(formanda da Polónia)

Egipto









A maior parte do Egipto é um deserto.
Todas as cidades e povoações do Egipto, quer sejam antigas ou modernas, dependem do Nilo.
O Cairo é a capital e a maior cidade de África.
Eu acho que o Egito é o destino turístico mais antigo do mundo.
As famosas pirâmides de Giza ficam perto do Cairo.
A língua oficial é o árabe e o número de habitantes é quase 85 milhões. Quase 20 milhões moram no Cairo.
Os egípcios inventaram a escrita hieroglífica. Cada desenho representa um som, uma ideia ou um objeto.

Mohamed Khalil
(Formando do Egipto - Nível B1/B2)

25 de Abril de 1974 - antes e depois

No dia 24 de abril de 2012, o professor de História, Silvestre Ribeiro (formador de CLC e CE dos cursos EFA), proporcionou aos formandos do Curso de Português para Falantes de Outras Línguas (nível B1/B2) excelentes momentos de informação, a partir de uma apresentação centrada em imagens relativas ao período do Estado Novo e 25 de Abril, potenciadora de diálogo e reflexão conjunta. A sessão integra-se no estudo da Unidade 6397 UI – Eu, a sociedade e a cultura (Portugal: História e atualidade). Os factos relevantes da História de Portugal inserem-se na referida unidade, contemplando assim questões como direitos, liberdades, atitudes e cidadania.

Os formandos, oriundos de países como a Bulgária, o Egipto, a Estónia, a Itália, a Malásia, a Moldávia, a Roménia e a Suíça, tiveram a oportunidade de conhecer o contexto anterior ao golpe militar de 25 de abril de 1974 e traçar comparações com a História dos seus países de origem.

José Lourenço Cunha

O cravo

O clima na Malásia não é muito adequado para os cravos. Por isso, em maio, quando os cravos aparecem nas lojas, muita gente compra e leva para casa. Em Chinês, a palavra cravo significa ´´saudável, saciado e gentil´´.
Quando era pequena, a minha irmã mais velha costumava trazer os cravos para nossa casa. Normalmente eles eram cor-de-rosa, que não significa paixão mas sim, amor pela mãe.
Mais tarde eu percebi que a razão era o Dia de Mãe. Para as mulheres da Malásia esta é uma ocasião porque na nossa cultura não há a tradição romântica de oferecer flores às senhoras casadas. Por isso, independentemente da idade, neste dia os filhos dão cravos às mães para agradecer todo o trabalho, amor e carinho que elas lhes dão em casa.
Os cravos são escolhidos por terem muitas pétalas, que significam os cuidados infinitos que as mães têm. 

Soo Fong Lim
(Formanda da Malásia, Nível B1/B2)

Bulgária

A Bulgária é um país dos Balcãs, limitado a norte pela Roménia, a leste pelo Mar Negro, a sul pela Turquia e pela Grécia e a oeste pela Macedónia e pela Sérvia. A capital é Sófia. A Bulgária faz parte da União Europeia desde 1 de janeiro de 2007.
A Bulgária tem 7 364 570 habitantes (ano 2011). A língua oficial é o búlgaro.

O sudoeste do país é montanhoso e contém o ponto mais elevado da Península Balcânica, o Musala, com 2 925 m. A cordilheira dos Balcãs atravessa o centro do país de leste a oeste e a norte do famoso Vale das Rosas. Há regiões de planície e colinas a sudeste, ao longo da costa do mar Negro.

O clima búlgaro é temperado, com invernos frios e verões quentes e secos.

A cozinha búlgara é muito deliciosa. É obrigatório provar os pratos kiufteta e kebapcheta, banica e rakia.

A música búlgara tradicional é muito famosa. A canção “Izlel je Delio haidutin” http://www.youtube.com/watch?v=M5dmuRlx4RQ foi gravada numa placa e lançada ao espaço com a sonda espacial norte-americana Voyager 1, em 1977.


Miglena Georgieva
(Formanda da Bulgária, Nível B1/B2)

O Dia da Voz

No dia de 16 abril de 2012, na Academia Almadense, comemorou-se ´´ O Dia da Voz ``. Este concerto foi um projeto organizado pelo Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital Garcia de Orta e o Lions Clube Almada. Vários cantores foram convidados para atuar nesta ocasião. Nós comprámos os bilhetes na bilheteira da Academia Almadense. O concerto começou às 21H30, quando o presidente de departamento de otorrinolaringologia fez um discurso para agradecer aos espetadores.

O primeiro grupo que cantou foi ``Oquestrada´´. Eles usaram instrumentos antigos portugueses. A seguinte foi Martim Vicente, um rapaz que cantou com muita alma (ele também é guitarrista). Depois, tivemos o grupo chamado ´´UXU KALHUS``. O tipo de músicas deles é muito forte e alto, categoria ´´heavy metal´´. O Vitorino é muito famoso e foi divertido porque ele cantou uma anedota de alentejanos e trouxe um piano pequeno! Gostei muito do ´´Boss AC´´. Diz-se que ele é considerado o pai do hip hop português. Foi a minha primeira vez que ouvi hip hop português e não percebi nada!

Cada cantor cantou 2 ou 3 músicas. Houve uns 30 minutos de intervalo às 23H00. Depois do intervalo, foi a vez de ´´Hands on Approach´´ e um rapaz cantou duas canções em inglês. Finalmente, a tão esperava Aurea, a alentejana dos cabelos de ouro deslumbrou a sala toda com a sua voz poderosa. Ela é muito talentosa. Depois de ela acabar, alguns espetadores saíram logo só para a ver!

Para terminar, houve um guitarrista clássico chamado ´´Silvestre Fonseca´´. Ele pôs a sala a cantar o hino nacional. E para fechar em grande, o grande grupo ´´UHF´´ cantou 4 canções!!

Soo Fong Lim
(Formanda da Malásia, Nível B1/B2)

O "terrorista" !


Cheguei a Portugal no fim de Agosto, há dois anos atrás. Era meia-noite, no aeroporto havia muita gente, todos à espera dos amigos, familiares, das pessoas queridas ou pessoas especiais. Estava cansada e hesitante num país que eu visitava pela primeira vez e fiquei muito feliz quando eu vi o rosto caro do meu marido, que me esperava no meio das pessoas.

Era noite quando eu vi Lisboa pela primeira vez. Tenho até na minha memória luzes, prédios, vitrinas luminosas das lojas, carros e ... o impressionante Cristo- Rei!

No dia seguinte saí com o meu marido, encontrámo-nos com os amigos moldavos e portugueses, fomos ao futebol, tomámos café no pequeno restaurante indiano perto da nossa casa. Eu ouvi falar português em todo o lado, um português diferente daquele que eu tinha estudado um pouco antes de vir para Portugal. A língua de Camões dos livros parecia-me totalmente diferente da língua falada na rua. Eu ouvia com muita atenção mas percebia pouco do sentido geral da conversa. No entanto, o desconhecimento da língua não foi para mim um impedimento, eu senti- me à vontade com todos os amigos portugueses e moldavos e nem me apercebi como passou o tempo e acabou o fim de semana. Foi ótimo, uns dias com muitas impressões, muitas pessoas que eu vi primeira vez e não tive tempo para memorizar bem todas as caras. Veio a segunda-feira e o meu marido teve que ir para o trabalho; eu fiquei sozinha em casa. Mas, antes de sair de casa ele lançou-me uma provocação: ir à procura duma pastelaria para comprar bolinhas: “Se quiseres comprar alguma coisa, tens que dizer à empregada de balcão o que queres comprar e não te esqueças de “se faz favor”. Para os portugueses essa é uma expressão muito importante. Tens que falar só português, não inglês, é assim que vais aprender mais rapidamente a língua! ” Ele sabia que, como tinha chegado há dois dias a Portugal e não conhecia ninguém, não conhecia a língua, não teria coragem de sair desacompanhada e era só dessa maneira que me podia convencer a sair de casa.

Venci o medo, saí de casa, procurei a pastelaria mais próxima e comprei bolinhas, não esquecendo o “se faz favor”. Saindo da pastelaria estava tão feliz, passei a prova “com brio”, fiz a minha primeira compra em Portugal. Estava muito bom tempo e eu decidi passear um pouco. O medo da manhã desapareceu, eu sentindo-me à vontade numa sociedade que, umas horas antes, me assustava. Num momento observei alguém a seguir-me e quando chegou ao meu lado disse “Olá” com um sotaque estranho, estrangeiro. Fiquei surpreendida e vi um homem que parecia indiano, paquistanês ou outra nacionalidade similar. A cara dele não me pareceu conhecida e eu continuei a passear sem lhe dar grande atenção. Mas ele repetiu: “Olá”. O medo reapareceu, sentia-me assustada perto daquele homem que não conhecia e que tinha repetido duas ou três vezes “Olá” e falando algo numa língua muito, muito má, metade português metade outra língua que eu não conhecia. Eu não percebia nada, o medo cresceu, durante uns segundos na minha cabeça passaram mil pensamentos sobre quem é que podia ser aquele indivíduo: ladrão, agressor, maníaco e finalmente … terrorista!!! Comecei a avançar mais depressa na direção de casa mas ele continuou a seguir-me, a falar, a repetir palavras que eu não percebia, a gesticular...

Liguei para o meu marido, estava assustada, expliquei que um terrorista estava a seguir-me, ele queria alguma coisa, eu não sabia o quê, não percebia nenhuma palavra, ele estava muito insistente, falava, gesticulava e eu tinha medo… O meu marido aconselhou-me a acalmar-me, a tentar perceber o que ele estava a dizer. Naquele momento, para mim, era impossível agir com calma e tentar ouvir o discurso do terrorista: ainda bem que estava perto da porta do meu prédio, abri logo e entrei.

Passaram uns dias, saí para tomar café com o meu marido e os amigos no restaurante indiano ao lado. Estava sentada na mesa, calma e, de repente, vejo … o terrorista trazia o meu café! Começámos os dois a explicar, a gesticular surpreendidos e no final ouvi o riso forte do marido… O maior terrorista do mundo daquele dia, para mim era o empregado de mesa do restaurante indiano ao pé de casa! O homem só queria dizer que me conhecia, conhecia bem o meu marido e tentava explicar isso enquanto eu fugia assustada e aterrorizada. A causa de toda esta confusão era muito simples: nem eu, nem ele sabíamos a língua portuguesa!

É por isso que eu nunca deixo de estudar a língua deste país, não quero encontrar mais terroristas!

Rodica Tepordei
(Formanda da Moldávia)

O palácio do inconsciente


Neste oceano finito que é a vida, muitas vezes acontece encontrarmos uma alma gémea: um peixinho ou uma peixinha. E saúda-lo, como sabes: não lhe dizendo absolutamente nada; no limite, sorris-lhe (é o movimento contínuo e lento de abrir e fechar a boca) … ou escreves-lhe uma carta (sim, os peixes escrevem).
Amamos a vida, as viagens, as histórias de pessoas e então é inevitável que nas nossas constantes mudanças com frequentes flashes e alterações de direção sem qualquer lógica aparente, encontremos os nossos semelhantes: …...

Ou seja:

mente vivida
altruísta
intuitiva
artista
boémia
romântica
imaginativa
criadora
incompreensível
contestatária
generosa
disponível
sociável
solitária
sonhadora

e sim, eu sei, agrada-te o verde mar e muitas vezes mergulhas no teu mundo, cheio de emoções e sentimentos que são só teus.

Não sei quantos anos já passaram, espero que continuem a ser infinitos (os anos).
Não sei nada da tua vida, faço votos que seja colorida (de tintas brilhantes).
Pouco mais tenho para escrever: escuta as canções; vive este dia, aguardando o próximo com ansiedade e entusiasmo, rodeia-te de sorrisos.
Feliz aniversário

O outro peixe.

Paolo Leo 
(Formando de Itália, nível B 1/ B 2)

Cursos de Português para Falantes de Outras Línguas



No passado mês de janeiro de 2012 tiveram início os Cursos de Português para Falantes de Outras Línguas (Português Para Todos). Na nossa escola encontram-se a funcionar duas turmas de nível A1/A2 (Utilizador elementar), em regime diurno e noturno, e um grupo de nível B1/B2 (Utilizador independente), em regime pós-laboral. Os cursos têm a duração de 150 horas.

Os formandos que se inscreveram no presente ano lectivo são originários de vários pontos do globo, a saber, Alemanha, Angola, Bangladesh, Bulgária, China, Colômbia, Egipto, Estados Unidos da América, Estónia, Guiné-Bissau, Guiné Conacri, Índia, Indonésia, Itália, Malásia, Marrocos, Moldávia, Nigéria, Paquistão, Polónia, Roménia, Rússia, Senegal, Serra Leoa, Suíça, Togo, Turquia, Ucrânia e Usbequistão.



A diversidade de culturas que daqui advém contribui de forma significativa para o enriquecimento em termos individuais e coletivos.
José Lourenço Cunha
Júlia Delgado
Maria João Alvarez

Festival Nacional de Folclore "Deschide usa crestine"


No dia 22 de dezembro de 2011, o auditório Fernando Lopes Graça (Fórum Romeu Correia) foi palco da primeira edição do Festival de Folclore da Moldávia. O evento foi organizado pela Embaixada da República da Moldova em Portugal, conjuntamente com o Centro de Cultura e Arte “Trei Culori”, tendo mobilizado inúmeros moldavos e portugueses, que encheram a sala.

A Escola Secundária de Cacilhas-Tejo esteve representada através da presença de formandos e formador do curso de Português para Falantes de Outras Línguas (Português Para Todos). 

José Lourenço Cunha

«Português Para Todos»


A inclusão e a integração são aspectos importantes da perspetiva do desenvolvimento humano, desde que tenham efeitos positivos não só para os indivíduos em deslocação e respectivas famílias, mas também para as comunidades que os recebem.

Relatório de Desenvolvimento Humano 2009: Ultrapassar Barreiras - Mobilidade e desenvolvimento humanos

Promover a plena integração dos formandos que frequentam os Cursos de Português para Falantes de Outras Línguas (Português Para Todos) na Escola Secundária de Cacilhas-Tejo constitui um dos desideratos deste espaço.
A aprendizagem da língua de Camões é condição essencial para a inclusão dos imigrantes, com consequências a nível pessoal, profissional e social. O conhecimento da cultura portuguesa e da cultura dos países de origem dos imigrantes, numa perspetiva da descoberta do outro, assume igualmente uma importância capital. Assim, dada a riqueza dos percursos dos formandos que frequentam a nossa escola, as suas histórias de vida, primeiras experiências em Portugal, pretende-se com este espaço potenciar a participação ativa dos adultos estrangeiros. O fascínio que decorre do encontro com o outro, do respeito pelas outras culturas repercutir-se-á positivamente nos formandos estrangeiros e, consequentemente, enriquecerá toda a comunidade.
Desta forma, os vocábulos inclusão e integração passarão a ser tomados como redução de distâncias, aproximação entre os povos, dádiva e partilha.
(Formador do Curso de Português para Falantes de Outras Línguas)



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