O serviço público de educação é um pilar essencial e imprescindível de uma democracia que, por definição, garanta a igualdade de oportunidades e o desenvolvimento integral de uma sociedade moderna.
DVD disponível para consulta na BECRE graças a oferta de «Público»
«Uma série de 13 programas de ciência para meninos dos 6 aos 10 anos. Foram produzidos pelo Exploratório de Coimbra e pela empresa Persona non Grata. Os programas explicam fenómenos da vida quotidiana e sugerem experiências para fazer em casa e são apresentados por crianças cheias de entusiasmo. É uma série educativa onde até os adultos podem aprender.»
01. Truques mate-mágicos
02. Em queda livre
03. Força aérea I - o ar não se vê mas existe e faz pressão
04. Força aérea II - o ar não se vê mas tem peso
05. Bom mergulho - empurrões dentro de água
06. Efeitos à distância - forças elétricas e forças magnéticas
07. Uma questão de corrente - energia elétrica
08. Luz & Cor - a paleta do pintor
09. Sol e Terra, noite e dia, quente e frio
10. O BI químico - ser reativo
11. Uma questão de oxigénio - chamar as chamas
12. Truques de química - aventuras de química em casa
«A Colecção História e Filosofia da Ciência põe à disposição do leitor
português obras de história e filosofia das ciências da autoria de reputados
especialistas internacionais; obras que aliam à modernidade do tratamento uma
reconhecida consagração pela comunidade de estudiosos. Serão também publicados
nesta colecção textos de autores portugueses que, pela temática tratada, sejam
de particular interesse para o público nacional. Espera-se que o aparecimento
desta colecção contribua, junto de alunos, docentes e público interessado, para
estimular o estudo da evolução histórica das ciências e a reflexão sobre
questões filosóficas correlacionadas.»
«A física das partículas que observa o infinitamente pequeno tem tido, desde há
um século, avanços sem precedentes que continuam a ser ignorados pelo homem
comum. É fundamental que a física seja discutida, explicada e, sobretudo, dê
mostras da sua capacidade para alimentar o intelecto tanto quanto a imaginação.
Só então se tornará um tema de cultura e um desafio colectivo.»
«A Colecção História e Filosofia da Ciência põe à disposição do leitor
português obras de história e filosofia das ciências da autoria de reputados
especialistas internacionais; obras que aliam à modernidade do tratamento uma
reconhecida consagração pela comunidade de estudiosos. Serão também publicados
nesta colecção textos de autores portugueses que, pela temática tratada, sejam
de particular interesse para o público nacional. Espera-se que o aparecimento
desta colecção contribua, junto de alunos, docentes e público interessado, para
estimular o estudo da evolução histórica das ciências e a reflexão sobre
questões filosóficas correlacionadas.»
Uma solução de cloreto de sódio: Átomos de cloro (Cl) e sódio (Na) entre moléculas de água.
Valerá a pena recordar a paradigmática série televisiva de divulgação científica Cosmos (1980), com realização de Carl Sagan (1934-1996) e sua esposa em associação com a BBC, num dos seus episódios em que é abordada a constituição atómica dos elementos químicos e a ordenação destes na tabela periódica dos elementos proposta por Dmitri Mendeleev (1834-1907). Adiante, apresenta-se também uma hiperligação para uma tabela periódica dinâmica/interativa.
Clique na imagem 'Ptable' para aceder a
uma Tabela Periódica dos Elementos Químicos dinâmica.
Há poucas semanas, o físico teórico Eef van Beveren, da Universidade de Coimbra (UC, Portugal), identificou o bosão mais leve de sempre, uma partícula subatómica que resulta das interações nucleares. A descoberta vem confirmar a previsão que este físico de partículas havia feito em 1984 sobre a suspeita da existência do bosão E(38).
Utilizando os resultados de experiências realizadas nos aceleradores de partículas de Bona (Alemanha) e do CERN (Centro Europeu de Pesquisa Nuclear), na Suíça, Eef van Beveren conseguiu registar o aparecimento do E(38) através de um modelo desenvolvido em conjunto com o cientista George Rupp, do Instituto Superior Técnico (Lisboa).
Esta nova partícula, que tem sido comparada a uma «bolha de sabão», é 25 vezes mais leve do que um protão. Serão necessários ainda muitos estudos para avaliar as suas propriedades e o seu armazenamento. Por agora, podemos apenas dizer que algo mais foi acrescentado ao conteúdo científico da física hadrónica (física das partículas que estuda as interações fortes), da física das altas energias e da cosmologia.
No futuro, o E(38) talvez possa ser utilizado como uma fonte de energia nuclear mais limpa, dado que não deixa resíduos no meio ambiente.
Coimbra
Composição: José Maria Galhardo e Raul Ferrão Intérprete: Amália Rodrigues
Coimbra é uma lição De sonho e tradição O lente é uma canção E a Lua a faculdade
O livro é uma mulher Só passa quem souber E aprende-se a dizer saudade
Coimbra do choupal Ainda és capital Do amor em Portugal Ainda
Coimbra onde uma vez Com lágrimas se fez A história dessa Inês tão linda
Coimbra das canções Tão meiga que nos pões Os nossos corações a nu
Coimbra dos doutores Pra nós os teus cantores A Fonte dos Amores és tu
Coimbra é uma lição De sonho e tradição O lente é uma canção E a Lua a faculdade
O livro é uma mulher Só passa quem souber E aprende-se a dizer saudade
O livro é uma mulher Só passa quem souber E aprende-se a dizer saudade
O livro A "Vida" dos Materiais e os Materiais e a Vida (350 pp.), da autoria da Doutora M. Elisabete M. Almeida, Investigadora Coordenadora aposentada do INETI (Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação), constitui uma gentil oferta da Ordem dos Engenheiros à ESCT no âmbito das comemorações dos 75 anos desta ordem profissional, completados em 2011.
Os materiais fazem parte do quotidiano das nossas vidas, rodeando-nos ou fazendo parte do nosso corpo como é o caso dos biomateriais, que também integram este original trabalho dirigido a toda a população interessada em aumentar a sua cultura geral neste domínio. Considera-se que particularmente os alunos e professores de ciências físico-químicas e de geologia se incluem neste grupo.
“Esta obra, única no seu género e de grande utilidade para a divulgação dos materiais junto, nomeadamente, dos mais jovens, apresenta em versos ilustrados os cerca de 160 materiais mais usados pelo Homem. Atendendo ao interesse do tema e ao prestígio científico e profissional da Autora, o (…) livro é apoiado pelo Colégio Nacional de Engenharia de Materiais da Ordem dos Engenheiros.” (do site oficial da Ordem dos Engenheiros)
A apresentação dos materiais encontra-se organizada segundo o seguinte índice resumido:
- Introdução
- Materiais Artificiais (cerâmicos e afins, metálicos, poliméricos, compósitos, especiais)
- Materiais Naturais (de origem animal, mineral e vegetal)
A aumentar a utilidade deste livro salienta-se, ainda, a existência de dois índices remissivos (por materiais e produtos, e por aplicações e características).
ADOBO E TAIPA
Em tempos antigos
Em certas regiões
Sem grandes perigos
Enormes produções
Barros escolhidos
Eram escavados
Depois revolvidos
E bem amassados
E para evitar
Alguns rachamentos
Palh'adicionar
Certos comprimentos
Após bem amassar
P'ra tudo envolver
Havendo que moldar
Há que bons moldes ter
Moldes de madeira
Depois de molhados
Cheios "à maneira"
Depois desmoldados
Já bem secos ao ar
Como é bom de ver
Bast'adobos montar
Para casa fazer!
(A "Vida" dos Materiais e os Materiais e a Vida, p.19)
Parede levantada com tijolos de barro amassados com palha (adobos) e madeira, material de construção designado em Portugal por taipa.
Os livros publicados pelo Instituto Piaget na coleção
Biblioteca Básica de Ciência e Cultura, encontram-se divididos em duas partes
fundamentais: 1) uma exposição para compreender e 2) um ensaio para refletir.
Nos dois livros apresentados (números 27 e 75), assim como nos demais de
temática relacionada que alertam para a fragilidade dos subsistemas terrestres, o destaque para importância da preservação da atmosfera e dos oceanos são o objetivo.
Duas boas obras para professores e alunos interessados em
aprofundar um bocado mais os conhecimentos em torno das ciências da terra e dos
efeitos catastróficos provocados pela poluição da atmosfera e da hidrosfera
terrestres. Os respetivos textos são acompanhados de imagens e esquemas que facilitam a compreensão dos assuntos tratados.
Este é um livro para os «estudantes de todos os ramos das ciências físicas e biológicas, assim como estudantes de ciências humanas e sociais (…). Nenhum conhecimento de matemática que vá além da álgebra elementar é exigido. (…) Acreditamos que ele apresenta uma caracterização válida da atividade científica, fornecendo também uma base sólida para estudos científicos posteriores.» (do Prólogo).
Do conteúdo, constam os seguintes capítulos:
1. Ciência e química
2. Energia de ionização e tabela periódica
3. Uma visão microscópica do equilíbrio
4. Equilíbrio heterogéneo
5. Equilíbrios de dissociação: ácidos e bases
6. Processos espontâneos e electroquímica
7. Energia e transformação química
8. Desordem e transformação química
9. Trabalho máximo, entropia e espontaneidade
10. Energia livre e equilíbrio
11. As velocidades das reações químicas
“Química, um tratamento moderno” (Vol.I) é uma obra interessante e em que cada capítulo é acompanhado de vários problemas/exercícios para resolver. Salienta-se o facto de o Capítulo 1 abordar a natureza da atividade científica, uma matéria nem sempre presente em livros dedicados ao ensino das disciplinas científicas.
No âmbito do Ano Internacional da Química, terá lugar no próximo dia 8 de Novembro (terça-feira), pelas 18h00 no auditório 2 da Fundação Calouste Gulbenkian, com transmissão em circuito vídeo nos espaços adjacentes, a conferência "As Químicas do Nobel" pela Profª. Doutora Raquel Gonçalves-Maia.
«Comemoram-se em 2011 os cem anos da atribuição do Prémio Nobel da
Química a Marie Sklodowska Curie pela descoberta dos elementos rádio e
polónio e pelo estudo dos seus compostos. Este facto serviu de motivação
a que se tenha declarado 2011 como o Ano Internacional da Química. [...]
A
série intitulada «…uma questão de Química» é constituída por um conjunto
de motivadoras conferências, proferidas por notáveis e conhecidas
figuras da investigação em química no nosso país e sobre temas
essenciais da ciência contemporânea. As reflexões, bem como os debates
com o público, vão servir certamente para solidificar e perfumar os
caminhos que teremos de percorrer neste século à procura de um mundo
melhor.»
(João Caraça, Director do Serviço de Ciência da Fundação Calouste Gulbenkian)
«Portugal um Retrato Ambiental»
(209 min.) Disponível na BECRE
«O ambiente é hoje uma questão maior da sociedade portuguesa, não apenas como uma preocupação dos governos, mas principalmente como um tema protagonista na opinião pública nacional. Se este protagonismo do tema é recente nas preocupações públicas, os problemas que lhe deram origem têm uma longa história. Uma história que nasce de modo diferente em sectores diferentes da sociedade portuguesa e que revela os contornos de um tema que toca todas as dimensões da nossa vida.
Em 4 episódios, com a ajuda de imagens captadas pela RTP durante mais de 40 anos, actualizadas por imagens de hoje, Luísa Schmidt entrevista os protagonistas e faz o retrato ambiental do país a degradar-se. Um retrato também de uma consciência ambiental cada vez mais forte. Degradação da paisagem, poluição dos rios, ares irrespiráveis, lixeiras, incêndios, cheias, etc. Mas também um povo cada vez mais empenhado em recuperar a sua herança.»
(da Capa)
Da autoria de Luísa Schmidt e com realização de Francisco Manso, este recurso educativo constitui um vídeo RTP1 premiado,produzido pela ‘Films 4You’ em 2004, e que tem como principal objetivo contribuir para a consciencialização ambiental dos portugueses, sendo um excelente complemento à aprendizagem dos alunos das disciplinas de biologia e geologia, físico-química, geografia e educação cívica.
Neste vídeo, o conteúdo informativo desenvolve-se ao longo de quatro capítulos, a saber:
1. País de contrastes
2. Das catástrofes às fontes de energia
3. Águas
4. Paisagem e desordenamento
«Portugal Energias sem Fim»
(52 min.) Disponível na BECRE
No vídeo Portugal Energias sem Fim, uma produção da ‘RCL’ para a RTP2, com realização de Rui Cunha, o tema principal são as energias alternativas (provenientes dos elementos ar, terra, fogo e água) e a sua utilização em território nacional. Nos seis capítulos apresentados, divulgam-se vários exemplos de aproveitamento de fontes de energia não fóssil, como a energia solar térmica, a energia da biomassa, a geotermia, as centrais hidroelétricas e os parques eólicos. É apresentado, ainda, o exemplo de um edifício energeticamente eficiente com a integração de diversas fontes de energia não poluente.
A ideia central transmitida é a seguinte: não poluir, aumentar a conservação de energia e melhorar a sua eficiência.
Valerá a pena lembrar, por isso, as metas da UE para 2020, no que respeita à preservação do ambiente:
- Reduzir em 20% as emissões de CO2;
- Aumentar em 20% a eficiência energética;
- Atingir 20% de produção de electricidade a partir de fontes renováveis.
Este é um vídeo que todos os alunos deveriam ver. Projeta-nos o futuro que ambicionamos para o desenvolvimento económico e ambiental de Portugal e do planeta.
Foi lançada ontem - e já está disponível para consulta - a WikiCiências, um projecto de enciclopédia científica online, com a chancela da Casa das Ciências, apoiado pela Fundação Calouste Gulbenkian. O editor-chefe da publicação é o professor da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, José Ferreira Gomes.
«A WikiCiências é uma enciclopédia em linha com os conceitos de ciência elementar. Primariamente, é dirigida aos alunos e professores do ensino básico e secundário pelo que houve a preocupação de coligir os termos que fazem parte do glossário básico dos programas das áreas científicas. Serão uns 1000 termos, segundo algumas estimativas e esse é o objectivo inicial que nos propomos para os próximos meses. A WikiCiências tem acesso livre e todos os artigos publicados são sujeitos a uma avaliação prévia por pares sob a responsabilidade de um editor sectorial. Na fase inicial, os autores foram convidados mas o princípio da avaliação por pares foi respeitado. A partir do lançamento público em 30 de Maio de 2011, todos os artigos ficam abertos à crítica e à melhoria na perspectiva colaborativa típica da internet.
A WikiCiências pretende servir todos os interessados em ciência que usem a língua portuguesa e conta com a colaboração de investigadores, professores e estudantes para crescer, alargando o seu âmbito a temas mais avançados sendo desejável que possa abarcar, a prazo, o essencial da ciência elementar que possa servir os estudantes dos primeiros anos do ensino superior.»
«Primeiro o sismo, depois o tsunamie de seguida um acidente nuclear.», é a primeira frase de um artigo sobre o Japão que surgiu na secção «Destaque» do jornal Público do dia 14 de Março de 2011 (p.2), três dias após o violento sismo que atingiu o Nordeste deste país.
Hoje, o presente texto encerra um conjunto de três artigos que têm como objectivo abordar precisamente as palavras «sismo», «tsunami» e «radioactividade», no contexto da tragédia japonesa e da geologia (os dois artigos anteriores podem ser consultados aqui e aqui).
Como se obtém a energia nuclear?
Depois de duas bombas atómicas lançadas sobre Hiroxima e Nagasaqui (Japão, 1945), e de dois graves acidentes nucleares ocorridos em Three Mile Island (EUA, 1979) e Chernobyl (URSS, 1986), o recente acidente na central nuclear de Fukushima, localizada a 250 Km de Tóquio, pode, seguramente, juntar-se ao conjunto anterior e fazer ressurgir mundialmente a questão do nuclear.
A nossa procura por cada vez mais energia está a tornar-se preocupante. Na China, por exemplo, constroem-se actualmente quase meia centena de centrais nucleares e no Japão existem 52 que asseguram um terço do consumo de electricidade do país (Expresso, 12 de Março de 2011, p.33). Pode a energia nuclear considerar-se renovável? Sim, atendendo ao facto de ser possível obter grandes quantidades de energia eléctrica utilizando muito pouca matéria-prima natural. E pode a energia nuclear ser considerada não poluente? Sim, mas... só até um possível acidente nos reactores!
Jack Lemmon, Jane Fonda e Michael Douglas em "The China Syndrome" (EUA, 1979), de James Bridges, um vigoroso filme de suspense e drama que alerta para os perigos da energia nuclear e também para o poder dos noticiários de televisão.
O planeta é finito, o que significa que os seus recursos naturais são todos esgotáveis ao ritmo acelerado a que sucede a actual delapidação geológica e da biodiversidade. Ao mesmo tempo, usamo-lo como um “caixote do lixo”, esquendo-nos que, tal como qualquer recipiente, a Terra poderá alcançar o limite máximo de sustentabilidade em matéria de acumulação de resíduos produzidos pelos humanos. Co-existimos (e a restante biosfera) com lixos facilmente libertados para o ar, solo e água, que modificam as condições ambientais ao desequilibrar o funcionamento dos ecossistemas, habituados a funcionar ao ritmo da longa e lenta evolução geológica e biológica.
É, portanto, urgente a maior utilização de formas de energia verdadeiramente não poluentes e, para isso, há que incrementar mais rapidamente a investigação em torno de tecnologia limpa, melhorar a divulgação da já existente, criar benefícios fiscais para a sua aquisição inicial, e consciencializar as populações para a necessidade de serem “verdes”.
Com a utilização da maior parte da tecnologia actual, a sociedade de consumo acabará por destruir a sustentabilidade planetária terrestre. E poderá não existir mais nenhum local para habitar no restante universo. De nada servirá pensar, como muitos, que dentro de alguns anos estaremos a viver noutro planeta com características físico-químicas semelhantes à Terra. Em primeiro lugar, falta encontrar esse planeta. Em segundo lugar, no espaço de 30 ou mais anos as viagens planetárias ainda serão longas (meses, anos), o que aumenta a complexidade das questões de índole logística quanto ao armazenamento de combustível, dos alimentos e da sua produção em meio artificial, e a reciclagem ou a acomodação dos resíduos produzidos. O peso total do veículo espacial aliado à sua deslocação no espaço, será um tremendo “bico-de-obra” para resolver, a avaliar pela actual situação do conhecimento científico. Além do mais, a preparação física e psicológica das pessoas para tal transporte continuará sempre a ser o principal obstáculo à sua própria transferência para um planeta semelhante ao nosso.
O planeta Terra na visão filosófica de Carl Sagan
Os cálculos efectuados recentemente pelos demógrafos indicam que em Outubro deste ano seremos 7 mil milhões de pessoas sobre a superfície terreste. Daqui a 20, 30 anos, quando provavelmente até conseguirmos colocar dois ou três astronautas em Marte, seremos ainda mais. Se nada fizermos, o planeta Terra terá problemas ambientais muito mais graves do que tudo o que já se observa no presente. E, então, como se colocará, nessa altura, uma população de biliões noutro planeta? Como se adaptará o nosso comportamento, organização social e cultura, a um novo espaço? A um espaço sem a nossa história?
Desta vez, não é possível “colocar o lixo debaixo do tapete”, pois a possibilidade de habitarmos outro planeta poderá não sair das páginas dos livros de ficção científica.
Disponível para consulta na BECRE
A acompanhar este artigo divulga-se mais um livro de Pierre Kohler, publicado pela Bertrand Editora em 1988, e intitulado “As Grandes Fontes de Energia”. Do índice constam os seguintes capítulos:
1. As energias fósseis
2. As energias renováveis
3. A energia solar
4. As energias do futuro
Quanto aos textos presentes em cada um destes capítulos e contextualizados historicamente, só alguns títulos: “As transformações de energia”; “A gaseificação do carvão”; “Uma vasta indústria: a petroquímica”; “Como se liberta a energia nuclear?”; “A energia eólica: a força do vento”; A geotermia: a energia das profundezas”; O Sol e a antiga ciência”; “Como funciona uma célula solar?”; “Fissão e fusão: qual a diferença?”.
Quase a terminar a redacção do presente artigo, é também importante não fazer esquecer que a descoberta do átomo foi um dos maiores feitos no domínio das ciências físico-químicas. E, se é certo que a aplicação científica das reacções nucleares afectaram profundamente o mundo quase no fim da 2.ª Guerra Mundial, com o lançamento de duas bombas atómicas sobre o Japão, e que nestes primeiros anos do século XXI temos armas nucleares de destruição em massa, que alimentam as concepções bélicas de vários países, e centrais nucleares, para melhor suprir as necessidades energéticas, não menos verdade é que devemos ao estudo e pesquisa da radiação atómica a esterilização mais eficaz de equipamentos, o diagnóstico de doenças, a preservação dos alimentos por mais longo tempo, a datação de fósseis e artefactos históricos humanos, ou o uso de marcadores radioactivos para compreender as vias metabólicas associadas aos processos bioquímicos.
O facto das centrais nucleares construídas serem gradualmente mais seguras, de nunca terem exigido características geográficas muito específicas ou áreas muito extensas para a sua construção (como as barragens), nem em fase alguma do seu funcionamento a utilização de combustíveis fósseis (como nas centrais termoeléctricas), não poluíndo, portanto, a atmosfera, faz com que a questão do nuclear seja hoje menos vezes abordada nos meios de comunicação social quanto às suas implicações na saúde humana (pele, órgãos geradores de sangue, órgãos reprodutores e malformações na descendência) e no meio ambiente. Os problemas éticos falados nas discussões científicas transferiram-se, deste modo, para a genética e os temas do DNA, clonagem e alimentos transgénicos.
Mas, as centrais nucleares continuam no planeta e os milhares de toneladas de lixo radioactivo armazenados em minas, montanhas e subterrâneos geologicamente inseguros a longo prazo, também...
Disponível para consulta na BECRE por amável doação de Carmen Delgado (aluna de CCH - Línguas e Humanidades) e de Maria de Fátima Delgado (Enc. de Educação) ALLABY, Michael Grandes cientistas / Michael Allaby, Derek Gjertsen ; dir. projecto Susan Kennedy, Peter Lewis ; dir. iconografia Claire Turner ; pesquisa iconográfica Liz Eddison ; índice Ann Barrett ; trad. Eugénia Monteiro Antunes. - Lisboa : Círculo de Leitores / ed. consultivo John Gribbin, Willem Hackmann, 2005. - 5 vol. (96, 96, 96, 96, 95 p.). Tít. orig. Makers of science 223364/05 972-42-3489-4 Biografias / Cientistas / Ciências - história / Astronomia / Química / Física / Biologia / Geologia / Medicina / Tecnologia CDU: 929 A/Z Cota: 929 A/Z BIO ALL ESCT 04709
"A vida e obra de mais de 40 físicos, químicos, biólogos, fisiólogos e outros grandes cientistas ocidentais em cinco volumes. Inclui um dicionário biográfico com mais de 300 perfis de outros importantes cientistas. Coleccção ordenada cronologicamente e com remisões de fácil compreensão. Mais de 400 ilustrações a cores e a preto e branco. Com glossário e índice de toda a colecção."
"Cada biografia inclui dois eixos cronológicos: científico e político-cultural. Redigida numa linguagem acessível e não técnica, cada biografia inclui gráficos, quadros explicativos, numerosas ilustrações e breves biografias de outros cientistas. Esta colecção conduz o conhecimento científico para um nível mais humano, oferecendo uma fácil compreensão dos princípios da ciência moderna."
Volume 4 - Bohr e Heisenberg; Hubble; Pauling; McClintock; os Leakey; Oppenheimer; Calvin; Turing; Salk; Elion.
Volume 5 - Feynman; Crick; Franklin; Watson; Hawking; Vidas da ciência: Um dicionário biográfico; glossário; índice da colecção.
Uma página sobre o físico Albert Einstein (1879-1955),
autor da teoria geral da relatividade (1915).
Uma página sobre o meteorologista Alfred Wegener (1880-1930),
autor da teoria da deriva continental (1912) .
Uma página sobre o inventor Alexander Graham Bell (1847-1922), na qual pode ser
observada a foto do próprio Bell demonstrando o seu "telefone falante" (1876).
Colecção com a chancela do Círculo de Leitores.
Rosa Espada Conceição Toscano, Sónia Lapa
(tratamento documental)
No próximo dia 3 de Março, realiza-se no espaço da BECRE, pelas 14.30 horas, a palestra "Cidadãos com Hemoglobinopatias". Esta palestra tem como oradores, o Dr. Manuel Pratas, a Dra. Carmen Mariano e Maria Leonor Duarte, membros da Associação Portuguesa de Pais e Doentes com Hemoglobinopatias.
Pretende informar-se toda a comunidade educativa sobre a origem das hemoglobinopatias (p.e. talassémia e drepanocitose), o modo de transmissão, os sintomas, o diagnóstico e a sua incidência em Portugal e no Mundo.
O trabalho desenvolvido pela Associação Portuguesa de Pais e Doentes com Hemoglobinopatias pode ser encontrado aqui.
Com prefácio da socióloga Luísa Schmitd e responsabilidade de edição do conceituado jornal “Le Monde diplomatique”, a BECREtem disponíveis para consulta vários exemplares deste atlas do ambiente publicado entre nós em 2008.
Para além de ter sido impresso em papel 100% reciclado e sem cloro, «em coerência com o princípio da preservação ambiental e da sustentabiidade ecológica» (p.2), conforme se faz questão de salientar na sua ficha técnica, este “Atlas do Ambiente – Análise e soluções” é bastante útil para alunos e professores de todas as áreas disciplinares do ensino secundário, pois a temática importa a todos: a crise ambiental.
Dividido em duas partes analíticas, “O que ameaça o planeta” e “O que pode salvar o planeta”, compostas por artigos que, na generalidade, contêm ainda matéria suficientemente actualizada, podemos também encontrar nas suas páginas sugestivos mapas, infografias e gráficos a acompanhar os textos e caixas com destaque para endereços electrónicos relacionados com o assunto abordado em cada artigo.
É pois, esta publicação um recurso educativo interessante para ser utilizado como fonte de informação na aprendizagem e no desenvolvimento de uma cultura que integre, ao mesmo tempo, o reconhecimento dos problemas ecológicos associados aos modelos de desenvolvimento energético e económico planetário dominantes, e aponte soluções verdes.
Alguns temas abordados nesta obra:
Impor mundialmente o princípio do poluidor-pagador
Metade dos solos cultiváveis está degradada
O contágio do desenvolvimento urbano à americana
A longa história das evoluções do clima
O século dos refugiados do ambiente
A água, da rarefacção à escassez
O declínio da biodiversidade ameaça o planeta
Como a Suécia está a tornar-se uma sociedade sem petróleo
Energias renováveis: o dinamismo indiano
A edificação ecológica está a revolucionar a construção civil
Rumo a uma grande alteração do nosso modelo alimentar
Resíduos: Saint-Philbet dá o exemplo
E se não formos capazes ou não quisermos resolver todos os problemas que afectam o ambiente natural da Terra e conduzem às já sentidas alterações climáticas, chegaremos somente à conclusão de que o Relatório Brundtland (Our Common Future, ONU, 1987) cunhou a designação “desenvolvimento sustentável”, mas não legará à Humanidade a acção que a tão emblemática e fundamental frase «desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente, sem comprometer a capacidade das gerações vindouras satisfazerem as suas próprias necessidades» pede a cada um de nós em prol do ambiente global.
Habituei-me a reconhecer Eduard Osborne Wilson como “o homem das formigas”, pelo seu longo trabalho enquanto entomólogo no domínio dos himenópteros sociais. E talvez tenham sido estes insectos, as formigas, a revelar-lhe a maior lição para resolver o problema dos desequilíbrios ecológicos de natureza antrópica, quando admite que «a humanidade não se define pelo que cria, mas por aquilo que escolhe não destruir». Paremos, então, de destruir. Este, talvez seja o melhor caminho...
"Penso que é uma triste constatação sobre a nossa civilização o facto de medirmos a temperatura na atmosfera do planeta Vénus e não sabermos o que se passa no interior dos nossos soufflés."
(Nicholas Kurty, físico)
No dia 21 de Fevereiro, a Doutora Paulina Mata (FCT-UNL) apresentou duas palestras no Auditório da escola sobre gastronomia molecular, envolvendo a participação de cerca de 150 alunos dos cursos de ciências e tecnologias (10.º, 11.º e 12.º anos), e profissionais.
Foi esclarecido que a culinária molecular é um ramo da ciência dos alimentos, que tem como objectivo primordial conhecer de modo racional a estrutura e as características moleculares dos alimentos. Isto significa, que esta ciência não só estuda as técnicas empíricas e os fenómenos físico-químicos que acontecem nas cozinhas durante a confecção dos alimentos, como também produz um conhecimento que permite a inovação no domínio da culinária.
Depois de apresentados o físico Nicholas Kurti (1908-1998) e o químico Hervé This, considerados pioneiros no interesse pela explicação científica dos processos culinários, referiu-se que até Lavoisier (1743-1794) tinha tido o mesmo interesse quando estudou os cubos de carne.
Em relação à elaboração de uma compota: Por que se fervem os frascos previamente? Por que deve a fruta utilizada apresentar um bom estado de maturação? Para que serve o açucar e o sumo de limão utilizado? Durante a fervura da compota, o que acontece? E, quanto à produção de manteiga, porque é necessário agitar as natas utilizadas? Estas e outras questões foram respondidas por Paulina Mata, assim como se explicou aos alunos como poderiam experimentar fazer manteiga em pouco tempo e “bolinhas de alginato”, um hidrato de carbono extraído de algas castanhas, com propriedades fundamentalmente gelificantes e utilizado na indústria alimentar (gelados, purés, mortadela, batidos, rodelas de cebola, etc.), farmacêutica, textil e biotecnológica.
No campo da inovação culinária, a gastronomia molecular tem contado com a participação de diversos chefes de cozinha (como Ferran Adria ou Heston Blumenthal) ligados a restaurantes que tanto associam a alimentação aos aspectos nutricionais como aos aspectos lúdicos. E, assim, para aquelas pessoas que pretendem surpresa e aventura, o equipamento de laboratório de uma cozinha com vertente molecular permite servir, por exemplo, uma chávena de chá, em que uma metade do mesmo está quente e a outra fria (este chá é um gel moído), um “chocolate chantilly” (inovação de Hervé This), um esparguete de sumo de fruta ou um gelado cremoso feito em 2 minutos com o auxílio de azoto líquido.
A Doutora Paulina Mata falando para a assistência
A mesa-secretária com os materiais utilizados
Construindo as "bolinhas de alginato"
Os alunos agitam as natas para fazer manteiga
Oferecendo tostas com a manteiga produzida por todos
A "Gastronomia Molecular" foi identificada em 1988 como um ramo particular da ciência dos alimentos por Nicholas Kurti (1908-1998), então físico em Oxford, e Hervé This, pesquisador do INRA. Quando a ciência entra na cozinha temos um novo ramo de estudos - a Gastronomia Molecular. A ciência e a tecnologia permitem não só conservar e preparar os alimentos de forma satisfatória, mas também inventar novas texturas, cores e sabores que todos os dias nos surpreendem. Esta, é também a informação veiculada por Margarida Guerreiro no artigo "Ciência na cozinha faz gelatina quente e sopa crocante", publicado no CiênciaHoje.
Para os mais curiosos, aqui ficam também registados os 5 objectivos da Gastronomia Molecular: 1. Criação de uma Antropologia Culinária – recenseamento e exploração físico-química das “dicas” culinárias; 2. Introdução de Matemáticas Culinárias – modelização de práticas culinárias visando aperfeiçoamentos; 3. Experimentação – introdução de instrumentos, métodos e ingredientes novos na cozinha doméstica ou de restaurante; 4. Inovação – criação de novos pratos, com base na análise de iguarias clássicas; 5. Divulgação – apresentação da ciência ao público, considerando as práticas culinárias. Aproveite para ver como se fazem a manteiga e as bolinhas de alginato através da utilização de novas tecnologias. Depois, peça para saboreá-las...