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Japão - O grande sismo (I)


O que sucedeu no Japão é uma singularidade geológica. O sismo do passado dia 11 de Março foi horrendo. Destruiu localidades com os abalos tectónicos e a violência de um tsunami, ceifando milhares de vidas e despojando dos bens essenciais de sobrevivência várias outras, e deixou no planeta o rasto assassino da radioactividade. Estatisticamente estima-se que os sismos de magnitude 9, como este que atingiu o Norte do Japão, ocorram a cada vinte anos.
Mas o povo japonês saberá resolver a crise criada, tal como resolveu aquela pela qual passou na II Guerra Mundial. O seu sentido cívico, a capacidade de organização e o dever de união para trabalhar em conjunto farão prosperar novamente o país. Apenas dois dias após a calamidade se ter instalado, o vice-presidente da Câmara de Tóquio anunciava que para a zona da catástrofe iam a caminho «44 mil doses de bolachas, 643 mil de arroz instantâneo e 57 mil unidades de leite condensado, bem como 384 mil cobertores e 9 mil casas de banho portáteis» (Público, 14 de Março de 2011, p.3). O Japão é assim. Pragmático. Era necessário, no imediato, fornecer alimento energético, proteger do frio e evitar focos infecciosos. Uma actuação básica importantíssima, pois milhares de pessoas estavam sem água, electricidade, habitação, ou qualquer tipo de combustível.
O sismo fez deslocar o eixo da Terra acelerando a sua rotação, movimentou geograficamente a ilha de Honshu, e fez emitir um alerta de tsunami em toda a região do Pacífico. Ora, tudo isto são as faces de uma mesma moeda, ou melhor dizendo, de um planeta ainda não totalmente arrefecido.
É precisamente por intermédio da observação da existência de erupções vulcânicas que nos devemos convencer da realidade geológica de estarmos sobre uma película rochosa arrefecida, que esconde um interior planetário preenchido de matéria rochosa fundida e gaseificada, que ora se contrai ora se espande, e se movimenta segundo correntes especiais que podem fazer deslocar os fragmentos da crosta terrestre estalada (placas tectónicas/litosféricas), ou se evade por chaminés vulcânicas. É muito simples: a origem destes fenómenos reside sempre no calor interno da Terra, tornando o planeta geologicamente activo.

Disponível para consulta na BECRE
 Em próximo artigo abordar-se-ão os sismos e a formação de possíveis tsunamis (maremotos), tendo em consideração a tectónica do Japão, a que também se associará a dos Açores. Até lá, recomenda-se a leitura do livro «Vulcões, sismos e deriva dos continentes» de Pierre Kohler, como modo de motivar para a leitura em torno destes temas da geologia, aumentando o conhecimento sobre o planeta em que vivemos.
Esta obra é um livro de bolso publicado pela Bertrand Editora em 1989. Tratando-se, portanto, de um pequeno livro (80 páginas), a matéria que contém é apresentada de modo sintético, ainda que rigoroso no propósito didáctico. As poucas páginas não impedem a elaboração de textos interessantes, apresentados sugestivamente com o auxílio de uma iconografia variada e atenta à sequência pela qual as matérias da geodinâmica da Terra são apresentadas.
É ideal para a leitura de jovens estudantes, em especial aqueles que frequentam a disciplina de Biologia e Geologia do 10.º ano de escolaridade. Do índice fazem parte os seguintes capítulos:
1. O ballet dos continentes
2. Continentes à deriva
3. Os estremecimentos de Terra
4. O fogo da Terra
5. Vulcões do mundo e outros
Textos como «Que idade tem a Terra?», «Os perigosos maremotos», «A escala de Richter», «A cor e a temperatura», «Os vulcões têm influência sobre o tempo?», «Pode lutar-se contra um vulcão?», «Os géiseres de Yellowstone» e «O apaixonante trabalho dos vulcanólogos», respondem a perguntas que satisfazem a curiosidade de sempre. Uma contextualização histórica e não apenas do ponto de vista geológico, introduz e acompanha os textos (mitologia, civilizações, lendas). O essencial sobre o que conhecemos acerca dos factos naturais resultantes de fenómenos que acontecem no interior do nosso planeta encontra-se neste simples livro.
Gostaríamos de saber mais, de conhecer melhor o interior da Terra, só que habitamos apenas «a casca de uma laranja» (p.2). O centro da Terra encontra-se a cerca de 6400 Km de profundidade e as limitações técnicas actuais para estudá-lo directamente ainda são bastante grandes. Mais depressa alcançaremos Marte numa missão tripulada.

  
                    O que aconteceu no Japão no dia 11.03.2011


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Hiperligações:
Rosa Espada
(Texto)
Helena Cruz
(Selecção de imagens e vídeo)
                                                                                             

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