O serviço público de educação é um pilar essencial e imprescindível de uma democracia que, por definição, garanta a igualdade de oportunidades e o desenvolvimento integral de uma sociedade moderna.

Para criar hábitos de leitura de Ciência

A noite do passado dia 26 de Fevereiro estava chuvosa, mas não faltaram pessoas interessadas em assistir ao encontro “Conversa à volta de leituras e ciência”, que marcado para ter início às 21 horas, na Sala Pablo Neruda (Fórum Romeu Correia - Almada), decorreu até cerca da meia-noite.
A iniciativa, organizada por um grupo de professores do “Projecto Leituras para as Ciências e Tecnologias”, da responsabilidade da Escola Secundária de Emídio Navarro (Almada) em parceria com a Biblioteca Municipal de Almada e o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, juntou na mesma mesa dois matemáticos (Jorge Buesco e Jorge Nuno Silva) e dois engenheiros (Elvira Fortunato e Rui Godinho) que apresentaram livros de ciência da sua preferência. Estes, serviram de mote aos oradores convidados para que falassem dos seus percursos escolares enquanto estudantes muito jovens e sobre o modo como estas mesmas obras influenciaram as suas escolhas académicas de grau superior.
Carl Sagan, Júlio Verne (20000 Léguas Submarinas), Rómulo de Carvalho (volumes das colecções “Ciencia para Gente Nova” e “Biblioteca Cosmos”), Al Gore (Uma Verdade Inconveniente), Bjorn Lonborg (Calma!), Bento de Jesus Caraça (A Cultura Integral do Indivíduo), Thomas Kuhn (A Estrutura das Revoluções Científicas), Popper, Filipe Duarte Santos (Que Futuro?), Mario Biaglioli (Galileu, Cortesão), José Lopes da Silva e Palmira Ferreira da Silva (A Importância de Ser Electrão), e António Manuel Baptista, foram alguns dos autores mencionados. O conteúdo dos livros fez também com que se falasse e discutisse sobre a natureza do método científico, a verdade científica como uma verdade provisória, o erro, a dúvida e o empirismo, as ideias estúpidas em que gente inteligente acredita (foi inesperada e viva a picardia criada entre Jorge Buesco e Jorge Nuno Silva sobre este aspecto), a suposta autoridade dos cientistas, a falsificabilidade das teorias científicas, os electrões, a nanotecnologia, os óxidos de zinco, a formação de ecrãs de televisão em folhas de papel, as alterações climáticas e o «Climategate», e sobre cientistas como Aristóteles, Galileu, Newton e Einstein. O reconhecimento de que a ciência não explica tudo foi exemplificado com a existência dos vedores, indivíduos que descobrem água no subsolo aproximando uma mera vara do solo, e que continuam a ser necessários quando se pretende abrir poços.
Na divisão anexa ao espaço onde se realizou o encontro com os oradores encontravam-se algumas dezenas de livros de ciência de autores nacionais e estrangeiros, distribuídos pelas editoras Gradiva (a mais representada), Relógio D’Água, D. Quixote, Didáctica Editora, Edições 70, Plátano Editora, e outras também com títulos interessantes para adolescentes e adultos.
Foi importante conhecer e avaliar o trabalho efectuado pela vizinha Escola Secundária de Emídio Navarro (o projecto inclui, igualmente, contratos de leitura, leituras encenadas e a actividade “Ondas de Leitura”), com a qual o nosso corpo docente poderia aprender, trocar experiências pedagógicas ou vir a trabalhar no desenvolvimento futuro de um projecto de motivação para a leitura mais alargado. Porque não, associar à leitura de Ciência a leitura de Ficção Científica?

Rosa Espada

Marguerite Yourcenar - património da Humanidade

No 1º centenário do Dia Internacional da Mulher, recordamos uma das maiores escritoras de todos os tempos.
Marguerite Yourcenar (1903-1987), escreveu entre outros verdadeiros clássicos da literatura mundial, "Alexis" (1929), "Contos orientais" (1938), "Obra ao negro" (1968) e o memorável "Memórias de Adriano" (1951), invocando a ímpar figura do imperador romano, nas suas virtudes e nas suas fraquezas. Quase cinquenta anos depois da sua primeira edição, "Memórias de Adriano" permanece no restrito grupo de livros insubstituíveis porque traça de forma admirável o retrato do imperador e, sobretudo, analisa com uma sensibilidade somente reservada aos maiores de todos nós, a condição masculina e a verdadeira natureza do poder.

«Há um único ponto em que me sinto superior ao comum dos homens: sou ao mesmo tempo mais livre e mais submisso que eles se atrevem a ser. Quase todos desconhecem igualmente a sua justa liberdade e a sua verdadeira servidão. Amaldiçoam as suas grilhetas; outras vezes, parece vangloriarem-se delas. Por outro lado, o seu tempo passa-se em vãos desregramentos; não sabem tecer, para si próprios, a mais ligeira sujeição. Por mim, procurei mais a liberdade que o poder, e o poder somente porque, em parte, favorecia a liberdade.»


disponível para consulta na BECRE


Marguerite Yourcenar, a par de Virginia Wolf, Marguerite Duras e outras notáveis escritoras e personalidades do século XX, faz parte do património da Humanidade ... todos os dias de cada um dos anos que pelas nossas vidas fluem.

José Fernando Vasco

Eça de Queirós (1845-1900)

Acutilante nas críticas à sociedade e certeiro na descrição da situação que Portugal vivia na altura, Eça de Queirós foi um dos maiores pensadores do seu tempo e um dos nomes mais importantes da literatura portuguesa. Cáustico, desencantava os mais ácidos argumentos para descrever a sociedade do seu tempo. Notabilizou-se pela originalidade e riqueza do seu estilo e linguagem, nomeadamente pelo realismo descritivo e pela crítica social constantes nos seus romances.



 

Opiniões sobre Eça e a sua obra:
Carlos Reis - «A obra de Eça de Queirós é canónica também porque nela revemos temas e ideias que ajudam a identificar uma cultura, uma literatura e mesmo uma língua. […] Sendo assim, a leitura de Eça pode ser (e é quase sempre) um pretexto de reencontro com valores e com formas que, a mais do que um título, continuam a fazer sentido para nós.» 
Jacinto Prado Coelho - «mais analista social do que psicólogo [...] ironizou Portugal porque muito o amava e o queria melhor.»  
Vergílio Ferreira - «Eça realiza com a “palavra” o mais espantoso milagre de subtileza, de graça, de sensibilidade.»
Maria Filomena Mónica - «Não é possível ouvir certas frases, ver certos ambientes, notar certos tiques, sem lhes atribuir o adjectivo “queirosiano”.»
Lídia Jorge -
«Como sucede com todo o escritor genial, a grandeza da obra
de Eça corresponde ao triunfo de um ponto de vista.»
Urbano Tavares Rodrigues -
«Eça é, para mim, acima de tudo, o supremo ironista da nossa literatura moderna e o renovador da língua literária.»

João de Melo - «A eternidade de Eça, a sua universalidade tácita, o génio absoluto do escritor português que mais de perto lidou com os paradoxos do amor e do repúdio por Portugal - será que existem? Claro que sim. Mas existem em nós, por nós.»
Possidónio Cachapa - «O Eça é o meu escritor dos pequenos-almoços. Não é o único, mas é um dos que convido, amiúde, a partilhar as profundas chávenas de café com leite e torradas. Sento-me, eu, no meu lugar costumeiro e encosta-se, ele, displicente contra um frasco de compota estrangeira. E ali ficamos, os dois, à conversa.»

Sítios electrónicos de interesse:
Farol das Letras/Eça de Queirós - Cronologia biobibliográfica.
Fundação Eça de Queiroz
Hora'Eça - Cronologia, vida e obra, caricaturas, testes. 
Obras de Eça de Queirós - Versões electrónicas com texto integral.
Vidas Lusófonas/Eça de Queirós - Cronologia, vida e obra.

Disponível para consulta na BECRE:











Vida e Obra de Eça de Queirós (CD-ROM)






Página moodle "Português (2007-2010)" (Coord. Prof.ª Alexandra Pedro)
Grandes Livros/Episódio 1 - "Os Maias" de Eça de Queirós:
Parte 1/5 - Parte 2/5 - Parte 3/5 - Parte 4/5 - Parte 5/5
Resumo da obra literária de Eça de Queirós, incluindo trechos da série da TV Globo (Brasil) baseada em "Os Maias": Parte 1/3 - Parte 2/3 - Parte 3/3


Bárbara Nabais
José Fernando Vasco

Nicholas Sparks - A Melodia do Adeus

"The Last Song" (A Melodia do Adeus - 2009), a última obra literária de Nicholas Sparks, já está disponível para consulta na BECRE graças à amável oferta de Justino Barreiros.
O "mestre da moderna trama amorosa" apresenta-nos, desta vez, Veronica Miller, uma adolescente de dezassete anos que dificilmente aceita a separação dos pais e, menos ainda, o período de férias com o progenitor numa pacata cidade da Carolina do Norte.
No entanto, é precisamente nessa situação que conhece Will.
Sparks, uma vez mais, aborda o "imenso poder para ferir e curar" que um primeiro amor sempre representa.
Um livro que, para os amantes deste género literário, constituirá mais uma experiência inolvidável.
José Fernando Vasco
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