O serviço público de educação é um pilar essencial e imprescindível de uma democracia que, por definição, garanta a igualdade de oportunidades e o desenvolvimento integral de uma sociedade moderna.

Prémio Goncourt para Marie Ndiaye

Marie Ndiaye, escritora francesa de origem senegalesa, de 42 anos, foi a primeira mulher negra a ganhar o conceituado prémio literário Goncourt, com o romance “Trois femmes puissantes” (Gallimard). Da sua bibliografia constam 10 romances, tendo o primeiro “Quant au riche avenir” sido publicado aos 17 anos, um livro de contos e quatro peças de teatro. O romance galardoado é composto “por 3 relatos de 3 mulheres, Norah, Fanta e Khady Demba, que se batem por preservar a sua dignidade contra as humilhações que a vida lhes inflige, com uma obstinação metódica e incompreensível”.
Este prémio literário, o mais cobiçado de França, é atribuído desde 1903 ao autor do «melhor livro de imaginação em prosa», e já distinguiu alguns dos maiores escritores de língua francesa, como Marcel Proust, André Malraux, Simone de Beauvoir, Michel Tournier e Marguerite Duras.
Ouça a interessante entrevista com Marie Ndiaye sobre este romance em http://www.gallimard.fr/rentree-2009/MarieNDiaye.htm.
Bárbara Nabais

Antonio Vivaldi (1678-1741)

Antonio Lucio Vivaldi nasceu em Veneza a 4 de Março de 1678. Filho de Giovanni Batista, um músico que tocava na basílica de São Marcos, Vivaldi ouviu os primeiros sons de violino em casa. O seu pai ensinou-lhe os principais segredos das quatro cordas do instrumento - o violino - que o imortalizaria como um dos principais génios da música. A sensibilidade de Vivaldi fê-lo ser ordenado padre em 1703, mas sua arte não estava noutra esfera. A partir de 1704, Vivaldi foi regente no conservatório de Ospedale della Pietà. Ali conheceu Anna Giraud, musa e tormenta da sua existência. Vivaldi passou a compor com intensidade. Os concertos para violino são os mais importantes dentro do magnífico catálogo que reúne suas obras.
Da sua lista de composições fazem parte 550 concertos, 350 para instrumentos solo (mais de 230 para violino). Há ainda 40 concertos duplos, mais de 30 para solistas múltiplos e perto de 60 para orquestra sem solo, 46 óperas, 23 sinfonias.



A mais popular obra de Vivaldi é, certamente, "As quatro estações". Na verdade, elas fazem parte de 12 concertos denominados "O diálogo entre a harmonia e a criatividade". Nessa série, acentua-se a tentativa de se expressar musicalmente fenómenos da natureza ou sentimentos, como a Primavera, o Verão, o Outono e o Inverno.
Vivaldi escreveu também uma grande quantidade de obras sacras, entre elas a célebre Glória, especialmente composto para o casamento do rei Luís XV. Dedicava-se com extrema paixão tanto à música sacra quanto à profana. Vivaldi acabou por abandonar Veneza, transferindo-se para Roma, Amsterdão e Viena, onde morreu a 28 de Julho de 1741, aos 63 anos. A redescoberta da sua música, por volta de 1940, deve-se a alguns musicólogos, sobretudo Marc Pincherle. A divulgação foi promovida por I Virtuosi, dirigido por Renato Fasano, e especialmente pelos discos. Vivaldi voltou a ser um dos compositores mais tocados.
José Fernando Vasco

 

Caim de José Saramago


Disponível para consulta na BE/CRE a partir de 23 Novembro 2009
[graças à amabilidade da Direcção da Escola]


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Hertha Müller - Prémio Nobel da Literatura, 2009
Uma cana de pesca para o meu avô

José Fernando Vasco

Uma cana de pesca para o meu avô


Livro disponível na BE/CRE

“Na montra de uma loja de artigos de pesca, aberta recentemente, a presença dos inúmeros modelos de cana de pesca expostos, de súbito, fez-me pensar no meu avô. Apeteceu-me comprar-lhe uma. Em destaque na montra, uma delas era um modelo de importação composto por dez elementos em fibra de vidra. Não percebi muito bem se era a cana de pesca ou a fibra que era importada , nem sequer em que é que aquela cana era melhor do que as outras. As dez partes encaixavam-se umas nas outras e acabavem por se arrumar num último tubo, de cor preta. Na extremidade deste, um punho em forma de coronha de pistola, no qual estava fixado um carreto. Parecia um revólver de canhão alongado ou uma Mauser último grito. Certamente o meu avô nunca tinha visto uma mauser e, mesmo em sonho, nunca poderia imaginar que pudesse existir uma cana de pesca como esta. As dele eram todas em bambu e nunca tinha comprado nenhuma. Ele próprio as fabricava, passando pelo fogo os troncos de bambu curvados que encontrava não sei onde."

Constituída por seis contos, esta obra retrata a infância de Gao Xingjian, as alegrias simples do amor e da amizade, a terra natal e os seus lugares familiares, mas também os dramas da rua ou as tragédias vividas pela China. Nascido na China em 1940, mas a viver em França desde 1988, este romancista, pintor, dramaturgo, encenador, crítico literário, poeta e tradutor sobretudo das obras de Samuel Beckett e Eugène Ionesco, foi agraciado com o Nobel da Literatura de 2000, por "uma obra de valor universal, de uma lucidez amarga e uma ingenuidade linguística que abriram novos caminhos para o romance e o teatro chineses".

 Bárbara Nabais

Dia Internacional da Filosofia

O jornal i publica hoje uma excelente artigo de opinião de João Cardoso Rosas, professor universitário de Teoria Política, sobre o papel do ensino da Filosofia. A não perder, na edição online do referido jornal.

Leia e comente neste artigo
o texto do Professor João Cardoso Rosas

José Fernando Vasco

«Blade Runner» de Ridley Scott


Blade Runner, de Ridley Scott (1982)                
Rick Deckard vigia a selva de aço e microchips em que se transformou Los Angeles no século XXI. Ele é um "Blade Runner" na perseguição de criminosas réplicas humanas criadas em laboratório. A sua missão: matá-los. O crime deles: quererem ser humanos. Baseado na obra "Do Androids Dream of Electric Sheep" de 1968, o filme de Ridley Scott com Harrison Ford, Sean Young e Edward James Olmos, é hoje um clássico da cinematografia ocidental, um verdadeiro filme de culto e inclui a deslumbrante banda sonora de Vangelis.



Uma obra-prima que nos coloca a mais das inquietantes interrogações: 
afinal, o que faz de nós humanos?
Armando Rocheteau

A debater no dia 17 de Novembro de 2009 - 15:20 e 19:30 horas,
numa iniciativa conjunta BE/CRE ~ Professores de Filosofia


Visite o Site Oficial

Outras obras de Philip K. Dick:

"Minority Report" (1953) - John Anderton, comissário da Agência Precrime, um sistema inovador de previsão exacta do crime, descobre que, de acordo com o sistema, ele próprio irá cometer um crime.
Steven Spielberg adaptou este conto em 2001, num apreciado (pela crítica e pelo público)  filme de acção com Tom Cruise, Colin Farell, Samantha Morton e Max Von Sydow.

Política, Ética e Consciência Ambiental II

Perante uma plateia de cerca de 90 pessoas  - professores, alunos e assistentes operacionais, o Professor Miguel de Almeida proferiu a sua conferência ontem, pelas 19:30, no Auditório da ESCT. Após o Professor-Bibliotecário ter apresentado o currículo do conferencista, este procedeu ao diagnóstico da ameaça de colapso da biosfera e apresentou uma possível solução: uma nova ética/política que, de acordo com o princípio da precaução, consubstancie um novo "contrato social" não-poético.
O debate que se seguiu à conferência de Miguel de Almeida centrou-se sobretudo na necessidade de mudança de comportamentos individuais e de uma actuação política que defenda a Humanidade de uma catástrofe que possa pôr em causa a sua própria sobrevivência. Para os interessados no assunto, o Professor Miguel de Almeida gentilmente disponibilizou a apresentação PowerPoint que utilizou durante a sua conferência. Essa apresentação pode ser consultada, clicando aqui.
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José Fernando Vasco

«Vanguardas» - colaboração BECRE-Professores-Alunos


A colaboração programada entre a BE/CRE e os professores de diferentes disciplinas é uma das opções estratégicas assumidas para o desenvolvimento daquela enquanto "estrutura axial".
Duas turmas (E - F) de 12º ano do Curso Científico-Humanístico de Línguas e Humanidades deslocaram-se ontem à BE/CRE e exploraram, em conjunto com a sua professora de História A - Luísa Oliveira - e o Professor-Bibliotecário, o recurso "Vanguardas - rupturas com os cânones das artes".
Ainda neste âmbito, as turmas de Design Gráfico estão neste momento em fase de elaboração de propostas para o novo logo da BE/CRE bem como de hipóteses de sinaléctica. Este envolvimento de professores e alunos é uma opção estratégica, prevista no plano de acção desta estrutura.
José Fernando Vasco

Ciclo Cinema Arte no Museu do Chiado

O Museu do Chiado inaugurou hoje o Ciclo Cinema Arte - O Muro de Berlim - Espelho da História da Alemanha, comissariado por Ellen Blumenstein.
Esta iniciativa integra-se nas celebrações dos 20 anos da Queda do Muro e é organizado pelo Goethe Institut de Lisboa.
O Ciclo Cinema Arte reúne produções de artistas e realizadores que ao longo de quatro décadas se confrontaram com a realidade do Muro de Berlim, pois este marco da história também alterou a arte da época, uma vez que os artistas se viam confrontados com aquela barreira física.
Ver programação do Ciclo Cinema Arte.

Fonte: Público
Paula Penha

Muro de Berlim - 20 anos após o seu derrube

No âmbito da comemoração dos vinte anos do início da demolição do muro de Berlim, os professores de Alemão da Escola Secundária Cacilhas-Tejo inauguram, no próprio dia, uma exposição alusiva ao acontecimento e com a colaboração do Goethe Institut.
A turma de Design Gráfico - 2º L - desenvolveu um projecto de elaboração de cartazes alusivos ao tema, sob a orientação da professora Tânia Matos.
Desse projecto, resultou este slideshow publicado originalmente no blogue Design Gráfico+Oficina Gráfica


Paralelamente, será exibido na BE/CRE, pelas 15:20 e 19:30 horas, o documentário "O Muro de Berlim", com a chancela de qualidade do Canal História. Recomenda-se ainda a visita ao site da TV5 Monde que dedica um dossiê especial subordinado a este acontecimento.

Hertha Müller - Prémio Nobel da Literatura, 2009

A Academia sueca atribuiu este ano o Prémio Nobel da Literatura à escritora alemã de origem romena Herta Müller.
Autora de livros como "O homem é um grande faisão sobre a terra" e "A terra das ameixas verdes", Herta Müller consegue, "com a densidade da sua poesia e a franqueza da sua prosa, retratar o universo dos desapossados".
Nascida em 1953 na Roménia, estudou alemão e literatura, trabalhou como tradutora numa fábrica de Timisoara, tendo sido demitida das suas funções em 1979, por se ter recusado a colaborar com a polícia política de Nicolae Ceaucescu. Em 1987 abandona o seu país para ir viver para a Alemanha, onde consegue ver publicados os seus livros e recebe vários prémios literários.
Fonte: Público

"Toda a minha existência foi marcada pela deportação" é o título do artigo de Thomas David, publicado na revista Courrier Internacional, de Novembro de 2009, que apresenta uma entrevista com a escritora e activista Herta Müller, a propósito do lançamento do seu mais recente romance " Atemschaukel".
Nesta entrevista a romancista revela que esta obra descreve os danos causados pelos campos de concentração: "Sempre quis escrever sobre esta experiência, mas tinha receio, também porque não sabia como fazê-lo... Queria dizer o que realmente representaram essas devastações"
Hertha Müller realça a importância da literatura na luta contra o esquecimento: "Tudo o que sei dos campos de concentração, das terríveis condições de vida no quotidiano e do assassínio organizado à escala industrial, aprendi-o em livros..."Atemschaukel" não é a minha história, é a história do ambiente à minha volta, a história da minha mãe".

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Bárbara Nabais

Política, Ética e Consciência Ambiental I

«O aquecimento global e as alterações climáticas, assim como a redução da biodiversidade e de outras ameaças que pairam sobre os frágeis equilíbrios ambientais e ecológicos do nosso planeta, são fenómenos que não podem mais ser ignorados, constituindo um portentoso desafio para o qual a ciência, os decisores políticos, as empresas e os cidadãos, num prazo relativamente curto, terão de encontrar respostas eficazes. Estas ameaças ambientais e ecológicas de carácter global têm de ser combatidas com medidas urgentes, concertadas e corajosas, já que afectam o funcionamento do ecossistema planetário.
Deve a ciência assumir-se como um instrumento privilegiado para a superação dos problemas associados à crise social e global do ambiente? Como criar os alicerces de uma ética não emotiva nem poética, que sirva de suporte a um novo contrato social, onde se reconheça o princípio de que os interesses do Homem estão domiciliados na Natureza? Quais são os caminhos a trilhar para que o desenvolvimento sustentável se imponha perante as actuais tendências para o colapso do nosso planeta?»
Bibliografia:
Malthus, Thomas [1798], Ensaio sobre o Princípio da População, Lisboa, Europa – América: 1999.
Donella Meadows et alia [1972], Os Limites do Crescimento, Lisboa, Dom Quixote: s.d.
Donella Meadows et alia [1992], Além dos Limites – Da Catástrofe Total ao Futuro Sustentável, Lisboa, Difusão Cultural: 1993.
Weiner, Jonathan [1989], Os Próximos 100 Anos, Lisboa, Gradiva: 1991.
Lovelock, James [1987], Gaia – Um Novo Olhar sobre a Vida na Terra, Lisboa, Edições 70: 2001.
Gore, Al [2006], Uma Verdade Inconveniente, Lisboa, Esfera do Caos: 2006.

Filmes e Documentários:
Chaplin, Charlie (realização), Tempos Modernos, 1936, 87’.
Emmerich, Roland (direcção), O Dia depois de Amanhã, 2004, 124’.
Guggenheim, Davis (realização), Uma Verdade Inconveniente, 2006, 94’.
Conners, Leila e Nadia (realização), A 11ª Hora, 2007, 89’.

Sites recomendados:

O Professor Miguel de Almeida proferirá a sua conferência
no próximo dia 10 de Novembro de 2009:
15:20 horas (na BE/CRE)
e
19:30 (Auditório da ES Cacilhs-Tejo)

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Miguel Almeida
José Fernando Vasco

Claude Lévi-Strauss

Morreu Claude Lévi-Strauss, o "pai de todos os antropólogos franceses".

Nascido em 1908, na Bélgica, o antropólogo inicialmente destinado a uma carreira universitária "normal", viu a sua vida mudar radicalmente com a estadia no Brasil - entre 1935 e 1939 - onde liderou várias expedições de "trabalho de campo", reflectidas na sua célebre obra "Tristes Trópicos" de 1955.
O seu contributo foi decisivo para a antropologia moderna e para o "estruturalismo" que definiu como "a procura das harmonias inovadoras".
Figura importante do círculo de pensadores estruturalistas e amigo pessoal de Jean-Paul Sartre, assumiu a liderança do departamento de Antropologia Social no College de France (1959-1982), foi eleito membro da Academia Francesa (1973) e, ao receber o 17º Prémio Internacional Catalunha em 2005, com 97 anos, declarou: "o meu único desejo é um pouco mais de respeito para o mundo, que começou sem o ser humano e vai terminar sem ele - isso é algo que sempre deveríamos ter presente".

José Fernando Vasco
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