O serviço público de educação é um pilar essencial e imprescindível de uma democracia que, por definição, garanta a igualdade de oportunidades e o desenvolvimento integral de uma sociedade moderna.

Escritor do Mês: «Eça de Queirós» (avaliação)

Publicam-se os dados da avaliação de Escritor do Mês - Eça de Queirós / Ciclo Docs - Grandes Livros, ocorrida durante o mês de Fevereiro.


José Fernando Vasco

Palestra «Cidadãos com Hemoglobinopatias»

No próximo dia 3 de Março, realiza-se no espaço da BECRE, pelas 14.30 horas, a palestra "Cidadãos com Hemoglobinopatias". Esta palestra tem como oradores, o Dr. Manuel Pratas, a Dra. Carmen Mariano e Maria Leonor Duarte, membros da Associação Portuguesa de Pais e Doentes com Hemoglobinopatias.
Pretende informar-se toda a comunidade educativa sobre a origem das hemoglobinopatias (p.e. talassémia e drepanocitose), o modo de transmissão, os sintomas, o diagnóstico e a sua incidência em Portugal e no Mundo.
O trabalho desenvolvido pela Associação Portuguesa de Pais e Doentes com Hemoglobinopatias pode ser encontrado aqui.
                   
                      RTP 1 - "Talassémia afecta 70 mil portugueses"

Hiperligação:
Carla Grangeia
Helena Cruz
Rosa Espada



Workshop de Danças do Mundo



Carlos Bule

12º Grande Prémio “Atlântico” em atletismo

A revista Almada tinha muitos temas interessantes, mas o mais interessante para mim foi o texto da página 12 - Grande Prémio “Atlântico” em atletismo.
Porquê? Porque eu participei mesmo nesta corrida. No domingo, 13 de Fevereiro, estava chover tanto que eu pensei não ir mas depois concordei com a minha treinadora que nos íamos encontrar lá.
A corrida foi muito difícil. Uma parte da corrida foi na praia, caminho paralelo à praia. Aqui começou a grande aventura! Assim que cheguei ao paredão, comecei a sentir um vento muito forte... cada vez mais forte, mais frio...lembro – me bem da imagem que tenho de atletas em fila, a correrem todos tortos e a “lutarem” contra o vento lateral. Corremos durante vários quilómetros com as costas torcidas e as caras curvadas para evitar areia e chuva.
O quilómetro final já foi mais fácil e acabei bem a prova e com um tempo de 49.20. Quando fui procurar o carro do meu namorado não estava no mesmo sítio. Estava perdida. Corri várias vezes cá e lá entre o final e o carro. Esperei 40 minutos. Comecei chorar porque estava muito chateada, tinha muito frio e estava encharcada. Os meus lábios estavam azuis e os meus dentes estavam a tremer. Não tinha nada, nem dinheiro, nem telemóvel, nem carro e nem o meu namorado.
Pedi a um homem para usar o telemóvel para ligar para a casa da minha sogra. Ninguém respondeu.
Finalmente vi algumas atletas do meu clube e perguntei a um homem se ele podia levar- me a casa.
Quando cheguei a casa, saltei para a banheira bem quentinha e estava feliz porque o meu dia acabou bem.

Renee Järvalt
 (Formanda da Estónia)

Ambiente - Sustentabilidade

No passado dia 18 de Fevereiro de 2011, o formando do curso de Português para Falantes de Outras Línguas (nível B1/B2), Rafał Bogel-Łukasik, presenteou os colegas com uma fantástica apresentação sobre Ambiente e Sustentabilidade. Esta temática insere-se no estudo da Unidade de Formação de Curta Duração 6397 – Eu, a sociedade e a cultura.
Rafal Bogel, formando da Polónia a viver em Portugal e a trabalhar na Unidade de Bioenergia do Laboratório Nacional de Energia e Geologia, utilizando uma linguagem técnica, mas simultaneamente acessível, evidenciou um excelente desempenho em termos da língua portuguesa. Uma das colegas afirmou mesmo: “Estou impressionada!”
Rafal referiu-se à situação de Portugal e às directivas europeias, à experiência do nosso país em termos de energia eólica, solar e aproveitamento dos mares e oceanos.
Explicou que os resíduos, a palha e a casca do arroz, o milho,a colza e o trigo podem ser convertidos em biocombustíveis. Em seguida afirmou que a utilização dos biocombustíveis é vantajosa, pois reduz significativamente a emissão de gases poluentes. Para além disso, trata-se de uma fonte de energia renovável, contrariamente aos combustíveis fósseis.
A apresentação terminou com uma alusão a Marie Skłodowska Curie, cientista polaca que recebeu o prémio Nobel de Física (1903) e o prémio Nobel de Química (1911). Rafał salientou que o elemento químico conhecido como polónio foi descoberto pelo casal Curie e posteriormente assim designado em homenagem ao país natal de Marie Skłodowska Curie.
Rafał sublinhou o facto de estarmos a celebrar o centenário do Nobel de Química - Ano Internacional da Química 2011 (AIQ2011).
A apresentação suscitou a participação de todos e deu origem a um debate bastante enriquecedor. 
 
José Lourenço Cunha

«Atlas do Ambiente - Análise e soluções» do Le Monde diplomatique

Com prefácio da socióloga Luísa Schmitd e responsabilidade de edição do conceituado jornal “Le Monde diplomatique”, a BECRE tem disponíveis para consulta vários exemplares deste atlas do ambiente publicado entre nós em 2008.
Para além de ter sido impresso em papel 100% reciclado e sem cloro, «em coerência com o princípio da preservação ambiental e da sustentabiidade ecológica» (p.2), conforme se faz questão de salientar na sua ficha técnica, este “Atlas do Ambiente – Análise e soluções” é bastante útil para alunos e professores de todas as áreas disciplinares do ensino secundário, pois a temática importa a todos: a crise ambiental.
Dividido em duas partes analíticas, “O que ameaça o planeta” e “O que pode salvar o planeta”, compostas por artigos que, na generalidade, contêm ainda matéria suficientemente actualizada, podemos também encontrar nas suas páginas sugestivos mapas, infografias e gráficos a acompanhar os textos e caixas com destaque para endereços electrónicos relacionados com o assunto abordado em cada artigo.
É pois, esta publicação um recurso educativo interessante para ser utilizado como fonte de informação na aprendizagem e no desenvolvimento de uma cultura que integre, ao mesmo tempo, o reconhecimento dos problemas ecológicos associados aos modelos de desenvolvimento energético e económico planetário dominantes, e aponte soluções verdes.
Alguns temas abordados nesta obra:

Impor mundialmente o princípio do poluidor-pagador
Metade dos solos cultiváveis está degradada
O contágio do desenvolvimento urbano à americana
A longa história das evoluções do clima
O século dos refugiados do ambiente
A água, da rarefacção à escassez
O declínio da biodiversidade ameaça o planeta
Como a Suécia está a tornar-se uma sociedade sem petróleo
Energias renováveis: o dinamismo indiano
A edificação ecológica está a revolucionar a construção civil
Rumo a uma grande alteração do nosso modelo alimentar
Resíduos: Saint-Philbet dá o exemplo

E se não formos capazes ou não quisermos resolver todos os problemas que afectam o ambiente natural da Terra e conduzem às já sentidas alterações climáticas, chegaremos somente à conclusão de que o Relatório Brundtland (Our Common Future, ONU, 1987) cunhou a designação “desenvolvimento sustentável”, mas não legará à Humanidade a acção que a tão emblemática e fundamental frase «desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente, sem comprometer a capacidade das gerações vindouras satisfazerem as suas próprias necessidades» pede a cada um de nós em prol do ambiente global.
Habituei-me a reconhecer Eduard Osborne Wilson como “o homem das formigas”, pelo seu longo trabalho enquanto entomólogo no domínio dos himenópteros sociais. E talvez tenham sido estes insectos, as formigas, a revelar-lhe a maior lição para resolver o problema dos desequilíbrios ecológicos de natureza antrópica, quando admite que «a humanidade não se define pelo que cria, mas por aquilo que escolhe não destruir». Paremos, então, de destruir. Este, talvez seja o melhor caminho...

                      

Hiperligações:
A página online da edição portuguesa do Le Monde Diplomatique

Rosa Espada

Comemos "colheradas de moléculas" com Paulina Mata


"Penso que é uma triste constatação sobre a nossa civilização o facto de medirmos a temperatura na atmosfera do planeta Vénus e não sabermos o que se passa no interior dos nossos soufflés."
(Nicholas Kurty, físico)

No dia 21 de Fevereiro, a Doutora Paulina Mata (FCT-UNL) apresentou duas palestras no Auditório da escola sobre gastronomia molecular, envolvendo a participação de cerca de 150 alunos dos cursos de ciências e tecnologias (10.º, 11.º e 12.º anos), e profissionais.
Foi esclarecido que a culinária molecular é um ramo da ciência dos alimentos, que tem como objectivo primordial conhecer de modo racional a estrutura e as características moleculares dos alimentos. Isto significa, que esta ciência não só estuda as técnicas empíricas e os fenómenos físico-químicos que acontecem nas cozinhas durante a confecção dos alimentos, como também produz um conhecimento que permite a inovação no domínio da culinária.
Depois de apresentados o físico Nicholas Kurti (1908-1998) e o químico Hervé This, considerados pioneiros no interesse pela explicação científica dos processos culinários, referiu-se que até Lavoisier (1743-1794) tinha tido o mesmo interesse quando estudou os cubos de carne.
Em relação à elaboração de uma compota: Por que se fervem os frascos previamente? Por que deve a fruta utilizada apresentar um bom estado de maturação? Para que serve o açucar e o sumo de limão utilizado? Durante a fervura da compota, o que acontece? E, quanto à produção de manteiga, porque é necessário agitar as natas utilizadas? Estas e outras questões foram respondidas por Paulina Mata, assim como se explicou aos alunos como poderiam experimentar fazer manteiga em pouco tempo e “bolinhas de alginato”, um hidrato de carbono extraído de algas castanhas, com propriedades fundamentalmente gelificantes e utilizado na indústria alimentar (gelados, purés, mortadela, batidos, rodelas de cebola, etc.), farmacêutica, textil e biotecnológica.
No campo da inovação culinária, a gastronomia molecular tem contado com a participação de diversos chefes de cozinha (como Ferran Adria ou Heston Blumenthal) ligados a restaurantes que tanto associam a alimentação aos aspectos nutricionais como aos aspectos lúdicos. E, assim, para aquelas pessoas que pretendem surpresa e aventura, o equipamento de laboratório de uma cozinha com vertente molecular permite servir, por exemplo, uma chávena de chá, em que uma metade do mesmo está quente e a outra fria (este chá é um gel moído), um “chocolate chantilly” (inovação de Hervé This), um esparguete de sumo de fruta ou um gelado cremoso feito em 2 minutos com o auxílio de azoto líquido.

A Doutora Paulina Mata falando para a assistência

A mesa-secretária com os materiais utilizados

Construindo as "bolinhas de alginato"

Os alunos agitam as natas para fazer manteiga

Oferecendo tostas com a manteiga produzida por todos
Hiperligação:
Rosa Espada

«Call Center: o marketing do atendimento»

No próximo dia 28 de Fevereiro de 2011 realizar-se-á uma Formação de Call Center, protagonizada por Fábio Emiliano, ex-aluno do Curso Profissional de Técnico de Marketing, actualmente chefe de equipa do Contact Center da Vodafone.
Com esta formação, pretende-se que os formandos sejam capazes de interligar o Marketing com a profissão de Assistente Call Center, percebendo quais são os seus Valores e, na generalidade, a Visão e Missão mais adequadas e mais utilizadas por este tipo de empresas.

Esta formação também ajudará a perceber a ligação entre um Departamento Comercial e um Departamento de Marketing, dando como exemplo as várias etapas de concretização de um sucesso e rebate de objecções, tal como a forma mais correcta e usual de Gestão de Conflitos na concretização de um negócio/sucesso.
Em suma, é importante referir que, esta formação contribuirá para que se entenda que um aluno de um Curso Profissional terá as mesmas oportunidades e hipóteses no mercado de trabalho do que um aluno do ensino dito"normal"... mas, para isso, terá que batalhar e mostrar o seu valor. Como? É isso que será explicado. 
Bárbara Henriques

«Filosofia em Directo» por Desidério Murcho

Disponível para consulta na BECRE

O oitavo volume da colecção «Ensaios da Fundação», intitulado «Filosofia em Directo» e de Desidério Murcho, pretende contribuir para uma «formação elementar em Filosofia», considerada pelo autor como «importante porque nos ensina a pensar melhor [isto é, de forma criativa e rigorosa] sobre problemas de tal modo complexos que a tentação é desistir de tentar resolvê-los».
O presente volume aborda questões tão importantes como a democracia, a liberdade, a autonomia, o valor, o sentido, a realidade, a contingência, o raciocínio e a verdade.

Para o professor de Filosofia da Universidade Federal de Ouro Preto (Brasil), «o reconhecimento da nossa falibilidade obriga [...]a rever continuamente os nossos argumentos e convicções, confrontando-os com as melhores posições contrárias, quer conhecidas, quer as que somos capaz de imaginar, [ou seja], reconhecer a falibilidade humana implica o abandono dos discursos sedutores e do  dogmatismo.»

Outros títulos da mesma colecção disponíveis na BECRE:





Artigos relacionados:
«Difícil é educá-los» por David Justino
«O Ensino do Português» de Maria do Carmo Vieira

Hiperligações: 
Fundação Francisco Manuel dos Santos
Pordata
José Fernando Vasco

A «Comunidade de Leitores» na ES D. Dinis


O Centro Novas Oportunidades de Cacilhas e a BECRE realizaram a terceira comunidade de leitores, no âmbito do projecto Novas Oportunidades a Ler+/Plano Nacional de Leitura.
A convite de duas professoras de Português e da professora bibliotecária da Escola Secundária de D. Dinis, deslocámo-nos, em itinerância, ao Centro de Recursos Educativos Ana Marques, onde fomos principescamente recebidos.

Representação gráfica de Mónica
por Joana Mourato

O grupo, que considerou a actividade pertinente e oportuna, era constituído por professores, profissionais e formadores do Centro Novas Oportunidades de Cacilhas, formandos dos cursos EFA (nível Básico e Secundário) das duas escolas, adultos em processo de Reconhecimento e Validação de Competências (RVCC) e alunos do Ensino Recorrente por Módulos Capitalizáveis partilharam, entusiasta e espontaneamente, as suas impressões de leitura em torno do conto “Retrato de Mónica” integrado na obra Contos Exemplares de Sophia de Mello Breyner. Foram momentos enriquecedores de partilha e de interacção, contribuindo para promover o prazer de ler e de escrever, o que consideramos crucial para o desenvolvimento integral dos adultos.

Tal como refere Sophia,
«A poesia é oferecida a cada pessoa só uma vez
e o efeito da negação é irreversível».


Por decisão dos membros da «Comunidade de Leitores»,
a próxima sessão acontecerá a 23 de Março de 2011 pelas 19:30 horas
nas instalações da BECRE.

O livro escolhido foi:


Joana Mourato
 José Fernando Vasco
 José Lourenço Cunha
Manuela Ventura Santos

Claude Débussy (1862-1918)


Claude Débussy foi um dos mais importantes compositores franceses e uma figura central na música europeia dos finais do século XIX e inícios do século XX. Com Maurice Ravel, foi uma das figuras mais proeminentes que trabalharam no campo da música impressionista, embora ele próprio não gostasse do termo quando aplicado às suas composições. Influenciado pelo simbolismo e por compositores como Mussgorsky, o trabalho de Debussy reflectiu frequentemente a sua experiência de vida e definiu a transição da música romântica para a música modernista.

La Mer: sketches sinfónicos (1905)


Lucerne Festival Orchestra/Claudio Abbado (maestro)


Comunidade de Leitores - «O Retrato de Mónica»


A «Comunidade de Leitores» da ES Cacilhas-Tejo volta a encontrar-se, desta vez para debater o conto «O Retrato de Mónica» de Sophia de Mello Breyner Andresen e incluído nos seus «Contos Exemplares» de 1962.
Dada a manifestação de interesse e o convite endereçado, o CNO e a BECRE irão co-organizar amanhã, em colaboração com a Biblioteca Escolar da ES D. Dinis (Lisboa) e nas suas instalações, a terceira sessão da «Comunidade de Leitores».

Hiperligações:
«O Retrato de Mónica» - actividade de interpretação de texto

José Fernando Vasco

«A Diplomacia da República»



Fonte:
Centenário da República

Hiperligação:
Fundação Mário Soares
José Fernando Vasco

A lenda de São Valentim na Cacilhas-Tejo

Para ti São Valentim,
enquanto acreditares no poder do teu Amor.

Hoje, o meu primeiro pensamento voltou a ser para ti, Valentim. Tudo em redor me parece um princípio de mundo… Não há mais ninguém, toda a gente partiu, nem sei ao certo para onde. E este momento será uma prenda para relembrar o resto da vida. E a vida não passa de umas horas que os «deuses» nos dão, a nós simples mortais que somos. Acho que esta sensação de «vazio» é um claro reflexo do que irei viver hoje, dia 14 de Fevereiro, o teu dia.
Há alguns meses, numa carta dirigida ao teu amigo celestial, São Martinho, escrevi que, na Escola Secundária de Cacilhas–Tejo, tínhamos a pretensão de representar uma peça de teatro em tua homenagem. Conseguimos. Toda a turma L, do Curso de Educação e Formação de Adultos (EFA) B3 e a respectiva equipa pedagógica (Domitila Cardoso; Laura Mascarenhas; Mário Azevedo; Mónia Martins) estiveram envolvidas. Assistiram à peça cerca de cem pessoas, entre as quais familiares, professores, alunos de Área de Projecto do 12º ano, assim como, formandos e ex-formandos das turmas EFA (P; Q; R; S; V). A subdirectora da escola, Dra. Lurdes Gomes, iniciou a sessão, congratulando-se pela iniciativa. Seguidamente, coadjuvada pela adjunta da Direcção, Dra. Maria do Céu Santos, procedeu à entrega de pastas, assim como de um pequeno texto, da autoria do Professor José Cunha, aos formandos dos cursos que concluíram o nível secundário no ano de 2010.
Foram momentos mágicos e inesquecíveis. Não imaginas… Tivemos em cena o São Valentim (José Pais), centuriões (Rosa Rosa e Deolinda Neves), soldados imperiais (Noemy Andrade e Idalina Spencer), o Imperador Cláudio II (Rufina Sacramento), aquele que decretou a tua prisão, o teu amigo São Mário (Mª Teresa Gomes) e um dos casais de namorados (Carlos Antunes e Madalena Silva) que tu, em nome do amor, casaste em segredo, arriscando a vida. Na nossa peça participaram, também, uma apresentadora (Mª de Jesus), uma narradora (Gisela Vaz), uma técnica multimédia (Carolita Lobito), um formando (António Miguel) responsável pelos adereços e uma magnífica assistente (Joana Madeira, ex-formanda EFA S). Foi declamado pela formanda Emília Dias um poema em teu tributo. Na parte final, a assistência acompanhou os formandos (conduzidos pela adulta Fátima Fernandes), entoando a canção «Cinderela», de Carlos Paião. Esta música foi seguida à viola pelo formando João Henriques (EFA O). Não posso esquecer, também, o Cupido que contracenou em duas fases distintas: uma no século III, pela formanda Ana Paula Santos, e outra na actualidade, pela formanda Fernanda Cebola. Contou-nos muitos dos seus segredos. Ficámos a conhecer alguns aspectos do seu percurso de vida, alguns dos seus feitos. Ficámos a saber o porquê de se ter mantido criança, assistimos à revelação do seu amor «secreto» que, por sinal, estava presente e, por fim, teve ainda tempo para disparar algumas das suas setas e com elas fazer alguns «estragos». Um casal de «trombudos» da plateia que o diga…
Sabes Valentim, a «tua» Júlia (Fátima Frade) esteve em palco. Não ficava bem se não te contasse. Omitir esta parte seria como não contar-te toda a verdade, e a última coisa que quero é mentir. Foi visitar-te à prisão e deparou-se com a tua ausência. Julgava-se morta. Chorou muito e sempre e mais. Levantou os olhos e deixou cair, por entre os dedos, a esperança que não tinha, como se fosse areia quente, ansiosa por voar. As cores misturam-se todas, deslizaram entre as paredes e o chão do auditório, gritaram pelo teu sangue, pelo negro do pensamento e da dor, das cicatrizes recentes. Nessa altura, apeteceu-me sair dos bastidores, entrar em palco, para lhe mostrar, também, o azul e o verde. Sorriu de uma forma triste para a amiga (Adélia Lopes). Como eu pensei que já não sabia sorrir, e falou de janelas que não abriam, de portas que não fechavam e de vidros espelhados partidos. Parou, por fim, no limite da realidade, e sem alento desapareceu levando consigo o bilhete que tu lhe escreveste. Reconheço que estou a «hiperbolizar» um pouco. Ou melhor, acredita que nos ensaios as coisas assumiram esta dimensão. Mas com o público presente é mais difícil expressarmos os sentimentos. Acho que faz parte da natureza dos mortais ter dificuldade em assumir os sentimentos…
Oh Valentim, por vezes, é mais fácil acreditar que os muros acabam por ruir, um dia, e com eles tudo aquilo de que nos escondemos. Bem sabes do que falo, Valentim. Como escreveu Sophia de Mello Breyner: «O amor é oferecido raramente e aquele que o nega algumas vezes depois não o encontra mais». Mas a santidade Valentim, essa, está apenas ao alcance de poucos, exige um trabalho severo, sem tréguas, uma disciplina rigorosa e constante. É uma espécie de um «imperativo» ético e moral que cumpriste de uma forma exemplar… A propósito, ontem, depois da peça, saí para conversar com uma amiga. Falei-lhe de ti. Ou melhor, da tua «pessoa virtual» e da tua santidade. Ficou surpresa, pois em tantos anos, nunca me tinha dado para o mundo da virtualidade e muito menos para a santidade. Enfim, diagnosticou que estou a sofrer de uma «viagem» ao passado, que quero voltar a reviver sentimentos no «palco» e na «vida». Na verdade, não sei o que diga, Valentim. Por agora, sei apenas que tenho a secreta esperança de, durante este ano lectivo, conseguirmos encenar, com estes fantásticos formandos, mais uma peça, desta vez sobre o Japão. Nesta altura, o meu pensamento é invadido por imagens, por sons, por cores, por cheiros, por sabores do Oriente. E tudo isto sem nunca lá ter ido. Como alguém, conhecedor do território, escreveu: «Muitas horas de viagem nos separam. Muitos séculos de História nos unem.»
Os meus pensamentos andam à deriva, as palavras ainda mais, mas tudo isso é vago e não interessa, já deixei de pensar e de me interessar por descobrir algo de racional…Cansei-me. É claro que continuo a lutar por vir à tona, por ser superficial. Mas não adianta muito. Quando a madrugada acontece, todas as fronteiras se anulam, todas as distâncias desaparecem. É como um manto negro que concilia os contrários. Eu sei que é pura ilusão, Valentim… Estes momentos são meus e ninguém mos pode tirar. O resto é encenação. Bem sei que no teatro da vida deve haver apenas uma personagem principal… Volto a olhar para umas fotos e procuro compreender o que vejo. Mas olho, olho e nada. Enfim, não consigo defini-la. Agora, sei apenas que é uma «guerreira» de uma «pátria com chão», uma «mãe – coragem» codificada. Mesmo sem a conhecer de verdade, ou será mesmo por isso, considero-a indescritível…
Estou exausto…Vou até à varanda olhar a lua. Sei que ela teima em continuar branca. Todo este cenário, até o frio agudo que me gela a face, configura um prenúncio de um fim, de uma morte anunciada. Sabes, hoje, sei que não foi o negro à nossa volta, nem o vermelho que nos magoou os olhos. Foi o branco, o vazio do que ficou por dizer. E eu acreditei que sempre é mesmo eterno, que nunca fugimos de quem gostamos. Não havia segundas intenções, nem sentimentos por definir, e dói ainda mais por não a conhecer. É o abismo que se estende até mim, que engole o que grito e a protege do meu querer. É claro que as palavras não mudam a realidade, apenas a conseguem tornar menos dolorosa. Vou deixar as janelas abertas para que os pensamentos e as memórias fujam... Uma das que certamente não irá fugir é a da surpresa que a turma me fez, desta vez, oferecendo-me uma figura do Cupido assim como nunca poderei esquecer as palmas e os risos do teu público …
Bem, por agora, chega Valentim! Hoje, em tua homenagem ou talvez não, a música escolhida para ouvir antes de dormir será «Where the wild roses grow», cantada por uns tais Nick Cave e Kylie Minogue.


Pode ser que amanhã, ao acordar, consiga recordar o sonho e, assim, conhecer o rio onde nascem essas rosas… Espero que, um dia, me deixes lá chegar. Como escreveu Miguel Torga «O homem é, por desgraça, uma solidão: nascemos sós, vivemos sós e morremos sós.»
A solidão pode ter um eco triste e vazio. Como diz a letra da música «Toda a beleza deve morrer».

Bons sonhos para ti, Valentim.
José Lourenço Cunha
Silvestre Ribeiro

«Os mistérios da casa»

Eu não sei como são os outros, mas eu tenho a casa toda cheia de mistérios: coisas estranhas, inexplicáveis, lugares muitos interessantes que me fascinam (embora a Mãe não me deixe lá). Mas, os mais especiais para mim são ... os Monstros!!!
Eu sou um rapaz graaaande, já um homem. Não tenho medo de nada, nem daquela caixa que a mãe tem e fala com ela, fala, fala.... Vou dizer-vos um segredo: o Pai está lá dentro! É verdade, eu ouvi-o, ele fala às vezes comigo. Eu nem posso imaginar como é possível que um homem tão grande como é o meu pai possa ficar lá na caixa! E às vezes o avô...a avó ficam lá dentro.
A Mãe tem também uma outra caixa, e maior do que a segunda sobre a qual eu falei. Ali ficam os meus avós da Moldávia e os meus tios. Eles conversam comigo e eu vejo-os. A caixa é muito inteligente, logo que eu acordo de manhã ela começa a cantar, ela já sabe a música que eu gosto. Temos em casa mais uma caixa, grandinha, mas não é tão inteligente, não quer falar comigo. Os homens que vivem dentro dela conversam só uns com outros, riem, choram mas não me querem responder. Mas não me preocupo com estes. Não tenho tempo para eles, tenho que lutar com um monstro pequeno, ele faz tanto barulho em casa e estraga tudo o que eu fiz durante o dia, aspira tudo, as migalhas de pão, pedaços de papel que eu rasguei... Hmm, olha,a minha mãe, em vez de ficar do meu lado, ajuda-o!!! Aiiiiiiiii, essa mãe!
Foi uma batalha feroz, demorou muito tempo, lutámos por toda a casa, mas eu sou mais forte. Finalmente eu parei-a. Eu sou vencedor, o monstro partiu do meu território para o seu lugar! Sou tão feliz!!!
O quê? ...um outro monstro na cozinha??? Com olhos de queimadores e com a cara de vidro. Oh não, ele tirou lá de dentro a minha comida, e ela gira, gira... Eu grito: deixa a minha comida, deixa-a!!!
Hmm, mas ele é muito obediente, se calhar ele viu como eu lutei com o outro monstro e percebeu que não vale a pena medir-se comigo, eu sou mais forte. E ainda devolveu a comida quentinha...mmm,é óptima!
Que bom este monstrinho! É mesmo engraçado!
Oh, meu Deus! Esta casa está toda cheia de monstros, um outro, graaaaaaaaaaande roubou a minha roupinha enquanto eu tinha pedido a comida ao segundo monstro. Mas já tenho experiência na luta com eles. Tenho só que exigir que ele me devolva a roupinha e pronto, já estará tudo feito! Respiro fundo e grito: quero a minha roupa, agora mesmo!!!
Pode ser que ele não tenha ouvido porque continua a mexer e a rodar o conteúdo da barriga como se não fosse nada. Não faz mal, eu peço mais uma vez,com mais convicção: quero a minha roupa, quero a minha roupa!
Vejo que ele já começa a reagir porque está a rodar mais depressa, mais depressa...e...
Oh, não, ele agora está mesmo furioso, começa a berrar, mais e mais e fazer um barulho terrível, roda tão rapidamente, rapidamente... Oooooooooo,ele quer apanhar-me! Sinto que tenho medo,ele quer apanhar -me mesmo, e este barulho terrível ....
AH, Mãe, Mãe!!! O monstro quer apanhar-me, eu estou a fugir mas ele está cada vez mais furioso! Ainda bem que tenho este carrinho, porque se fosse fugir só com os meus pés, já estava há muito tempo na barriga do monstro.
Ohhh, que sorte, a Mãe veio rapidamente e salvei-me. Se fosse um pouco mais tarde nem imagino o que podia acontecer.
Que alegria, que bênção ficar ao colo da Mãe! É por isso que eu gosto tanto de ficar sempre ao colo da minha Mãe. Sinto-me sempre em segurança!!!

 R (9 meses)
e a mãe, Rodica
(formanda da Moldávia)

Desafio Matemático (Março 2011)

Num concurso das Olimpíadas da Matemática foram colocados apenas três problemas: A, B e C.
Entre os participantes, 25 estudantes resolveram pelo menos um destes problemas.
De todos os participantes que não resolveram o problema A, o número dos estudantes que resolveu B foi o dobro dos alunos que resolveu C.
O número de estudantes que resolveu apenas o problema A foi uma unidade superior ao número de estudantes que resolveu A e pelo menos mais um dos outros dois problemas.
De todos os estudantes que resolveram apenas um problema, metade não resolveu o problema A.
Quantos estudantes resolveram o problema B? (20 pontos)

Entregar a resposta ao Desafio,até ao dia 15 de Março de 2011,
ao teu Professor de Matemática ou através do endereço

Consultar a plataforma Moodle da ESCT – Disciplina Desafio Matemático
Grupo de Matemática

Pordata disponível em aplicação para IPhone

Quase a fazer um ano de existência, a PORDATA acaba de lançar uma aplicação gratuita para iPhone.
Através desta aplicação, pode-se navegar de forma rápida e intuitiva pela informação estatística de Portugal e Europa, ao longo dos temas apresentados na pordata.pt.
A PORDATA é uma ferramenta importante de trabalho, oferecendo, através desta aplicação, uma fonte notável de informação para os Professores, até mesmo durante as suas aulas para tirar uma dúvida sobre um número.
Disponível em Português e Inglês, depois de seleccionar Portugal ou Europa, pode percorrer os temas e indicadores associados, sendo apresentada a informação referente ao último ano disponível assim como a tendência do indicador, sob a forma de gráfico. Pode ainda aceder a um ano específico e, no caso da Europa, pode analisar os países em ranking, para cada indicador.
Com o lançamento desta aplicação e a presença nas redes socias, onde se divulgam curiosidades sobre os dados disponíveis no site, a PORDATA torna ainda mais fácil o acesso aos números de Portugal e da Europa. Um convite aos alunos para fundamentarem as suas ideias e aos professores para promoverem o conhecimento.
Saiba como tirar o máximo partido da aplicação, consultando o vídeo demonstrativo em http://www.youtube.com/watch?v=rJA8jLy4_NY, e faça sugestões à PORDATA.
Fonte:
José Fernando Vasco

Colóquio: «Alterações climáticas/Aquecimento Global»


Na próximo dia 18 de Fevereiro de 2011, pelas 11.00 horas no Auditório da Escola Secundária Cacilhas-Tejo, irá realizar-se um Colóquio sobre "Alterações Climáticas/Aquecimento Global", dinamizado pelo Dr. Jorge Marques do Instituto de Meteorologia de Lisboa.
Grupo de Geografia

«Cidadania» segundo José Pedro Aguiar-Branco


No passado dia 8 de Fevereiro, o destacado militante do PSD José Pedro Aguiar-Branco, ex-líder parlamentar, esteve na BECRE para um diálogo com os presentes em torno do conceito de «cidadania».
A discussão, o debate e a busca das melhores soluções para os problemas comuns são, na sua opinião, a essência do exercício da cidadania, cuja base se constitui no dever de participação. A sua intervenção inicial assentou na questão fundamental da existência ou não de possibilidades materiais de participação cívica. Se a liberdade e o direito de voto estão garantidos,  nas sociedades onde o Estado tem um peso considerável (e eventualmente excessivo) o indivíduo fica condicionado no exercício da cidadania porque sujeito a relações de dependência face ao Estado. Um país com uma sociedade civil forte é necessariamente livre e o exercício de cidadania estará à partida facilitado. Infelizmente, não é o caso de Portugal onde cerca de 2/3 da população portuguesa depende directa ou indirectamente do Estado. 
José Pedro Aguiar-Branco recordou as palavras de Francisco Sá Carneiro que, em 1979, afirmava: «O Estado Social é fundamental em Portugal mas não pode absorver tudo porque torna-se limitador da liberdade.»
A assistência, composta por 56 alunos, 6 professores e 5 ex-alunos (presentemente a frequentar o ensino superior), colocou inúmeras questões relacionadas com o exercício de direitos, a influência dos media, a relação entre os vários poderes, o exercício do poder no Ministério da Justiça e outras mais relacionadas com a conjuntura política nacional.  A ideia de credibilidade e eficácia no exercício do poder político foi realçada por Aguiar-Branco que se afirmou claramente como um defensor da participação cívica dos cidadãos numa sociedade democrática.

 No final, a surpresa!
Com a cumplicidade de alguns dos organizadores e participantes nesta primeira sessão da 2ª série de «Os Jovens e a Política», houve bolo de aniversário e cantaram-se os parabéns. O aniversariante, visivelmente emocionado, agradeceu a iniciativa que, aliás, contou com a simpática cumplicidade de José Pedro Aguiar-Branco.


José Fernando Vasco

Eça de Queirós e «Os Maias»

José Maria Eça de Queiroz, oriundo de Póvoa do Varzim, foi um dos escritores mais expressivos do século XIX. Nascido a 25 de Novembro de 1845, desenvolveu a sua prática literária entre 1860 e 1900, data da sua morte.  
A originalidade, assim como a riqueza do seu estilo e linguagem, marcaram indelevelmente a literatura portuguesa, não só pelo realismo descritivo, como também pela incisiva crítica social presente nos seus textos.
Além de escritor e ensaísta, Eça de Queiroz foi uma personalidade empenhada e interventiva na sociedade em que viveu, tendo mesmo ocupado alguns cargos políticos.
A sua vasta obra, alguma inédita à data da sua morte, encontra-se traduzida um pouco por todo o mundo, permanecendo, assim, viva e actual.

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Portugal sob a lupa de Eça de Queiroz

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«Nesse mesmo ano [1888] aparecem Os Maias, romance onde Eça atinge o zénite da sua carreira de escritor; a técnica romanesca impecável acha-se posta ao serviço de um grande painel desmitificador de uma sociedade corrupta, ultrapassada, de "aristocracia hereditária com base rural». Nas suas páginas, ressuscita a vida mundana de Lisboa de há cem anos. [...] aquilo que noutros romances seus ainda podia ser interpretado como simples sátira, adquire em Os Maias a textura do panfleto bem repensado e posto ao serviço da ideia programática de condenar "toda a sociedade constitucional", como escreveu numa carta enviada a Ramalho [Ortigão].»               MOURA, Helena Cidade (1977). Breve Apresentação, in: Os Maias. Lisboa: Círculo de Leitores, p. 7.
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Disponível para consulta na BECRE:




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Grandes Livros/Episódio 1 - «Os Maias» de Eça de Queirós:




Resumo da obra literária de Eça de Queirós,
incluindo trechos da série da TV Globo (Brasil) baseada em «Os Maias»:
Parte 1/3 - Parte 2/3 - Parte 3/3

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Hiperligações:
Biblioteca Nacional/Eça de Queirós - bio-bibliografia; iconografia.
Farol das Letras/Eça de Queirós - Cronologia biobibliográfica.
Fundação Eça de Queiroz
Hora'Eça - Cronologia, vida e obra, caricaturas, testes.
Instituto Camões/Eça de Queirós - bio-bibliografia.
Obras de Eça de Queirós - Versões electrónicas com texto integral.
Vidas Lusófonas/Eça de Queirós - Cronologia, vida e obra.

Ana Paula Cardoso
José Fernando Vasco
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