O serviço público de educação é um pilar essencial e imprescindível de uma democracia que, por definição, garanta a igualdade de oportunidades e o desenvolvimento integral de uma sociedade moderna.

Rui Zink: «as brincadeiras da linguagem ajudam-nos a pensar»

 
No passado dia 28 de Outubro, no âmbito da conferência «O Prazer de Ler V», Rui Zink proporcionou uma noite de humor e inteligência aos professores e adultos em processo RVCC/Cursos EFA que lotavam a área de conferências da BECRE.


Em boa verdade, durante toda a sua alocação, Rui Zink brincou com as palavras e, desse modo, fez pensar a plateia em torno de questões relacionadas com a linguagem, a palavra falada e a escrita; e o prazer de ler e de escrever.

Para o autor de «Anibaleitor», as palavras servem para «contar histórias, agarrar ideias e expressar os medos» num esforço constante para sermos entendidos: esse é o fim fundamental da linguagem. Em tempos e ritmos diferentes, a palavra falada é mais espontânea mas, também, mais efémera e fugidia; a palavra escrita, mais pausada, ora agarra a palavra falada ora a nega. Portugal é, na sua opinião, um país de extraordinários romancistas e poetas, extremamente habilidosos no domínio das «brincadeiras da linguagem»: a utilização do oxímoro -  figura de pensamento que exprime um paradoxo - é um bom exemplo, sendo o poema de Camões «Amor é fogo que arde sem se ver» um dos casos mais extraordinários.

Amor é fogo que arde sem se ver,
É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente,
É dor que desatina sem doer.


É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;

É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor

Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor? 
 
  Luís Vaz de Camões

Para Rui Zink, a fala e a escrita articulam-se de uma forma extraordinária: 
 «quando falamos, perdemo-nos; 
quando escrevemos, encontramo-nos.»

O «Prazer de Ler», para o escritor e professor universitário, é uma «experiência íntima»: no seu caso, lê histórias «para comparar experiências» e  um bom exemplo disso, foi o seu primeiro contacto com «Os irmãos Karamazov» de Fiódor Dostoievski aos dezasseis anos.
Para Rui Zink, a leitura acontece em diferentes graus, em diferentes ritmos e em diferentes tempos. O prazer de ler condensa toda a experiência de estar vivo: «só imaginamos aquilo que conhecemos, só conhecemos aquilo que imaginamos».


Na fase de questões colocadas pela assistência, Rui Zink esclareceu o significado do título do seu livro de 2010, à questão sobre o valor do programa Novas Oportunidades respondeu aos críticos «Digam-me onde é o vosso caixote do lixo» e elencou um conjunto de nomes de escritores que considera muito estimulantes: Dulce Maria Cardoso, Gonçalo M. Tavares, José Luís Peixoto, Inês Pedrosa, Hélia Correia, Mário de Carvalho, Alberto Pimenta, José Saramago, Aquilino Ribeiro, José Cardoso Pires, Agustina Bessa-Luís, Eça de Queirós, José Gomes Ferreira, Dinis Machado, Italo Calvino e Milan Kundera, entre outros.

José Fernando Vasco

III Festa do Livro do Museu do Oriente

«A III Festa do Livro do Museu do Oriente proporciona ao público a possibilidade de adquirir, a preços inferiores aos habitualmente praticados, os títulos que constam do vasto catálogo publicado pela Fundação Oriente ao longo de duas décadas de edições. Trata-se de um conjunto de obras dedicadas ao estudo da presença da língua, cultura e história dos portugueses na Ásia, de edições críticas de fontes históricas ou de traduções para chinês de textos relevantes da literatura e história portuguesas.»
 
Fonte:
José Lourenço Cunha

«O Manifesto dos Animais» de Marc Bekoff

As Nações Unidas declararam o ano 2010 como o “Ano Internacional da Biodiversidade”. É uma forma de apelar a todos para a importância de que se reveste a preservação do ambiente e de todos os seres vivos.
O tema escolhido pelas Nações Unidas bem como a minha sensibilidade pessoal despertaram-me à atenção para o livro “O Manifesto dos Animais” de Marc Bekoff, um dos maiores especialistas do mundo em emoções animais.
Neste livro o autor fala-nos das emoções dos animais, e dá vários exemplos que demonstram que pensam, sentem e são companheiros admiráveis do ser humano. Neste planeta tão ameaçado pelo Homem, urge alterar mentalidades, em prol da defesa da biodiversidade e do próprio bem-estar humano. As mentalidades levam tempo a mudar e para além disso não se impõem. É por isso, necessário que todos conheçam as principais causas da perda constante da biodiversidade, entre as quais se encontram as alterações climáticas, e compreendam que é necessário modificar as formas de pensar e os comportamentos. Precisamos de viver em harmonia e respeitar todos os seres que habitam este espaço tão pequeno no universo infinito, mas que é tão maravilhoso!
Ângela Gordo

Estatística de Acessos à Biblioteca Escolar (Outubro 2010)

«Evidence, not advocacy»

Todd, Ross (2001)
"Transitions for preferred futures of school libraries:
knowledge space not information place;
connections, not collections;
actions, not positions;
evidence, not advocacy".

International Association of School Librarianship Annual Conference, Auckland, New Zealand, 8th-12th July, 2001. 

Artigos relacionados:
José Fernando Vasco

Ciclo Conferências Out 2010 - «Normalização e Qualidade» (avaliação)

Apresentamos a síntese de dados relativos à avaliação da conferência «Normalização e Qualidade», proferida por Maria João Graça no passado dia 19 de Outubro de 2010.
Fruto de uma organização conjunta BECRE/CNO e no âmbito do protocolo assinado no passado ano lectivo, a iniciativa teve a participação de 33 adultos em processo RVCC ou de Cursos EFA.


José Fernando Vasco
José Lourenço Cunha
Manuela Ventura Santos

Ciclo Arte Out 2010 - Caravaggio (avaliação)

Em colaboração com a professora Ana Pereira e envolvendo uma turma de História da Cultura e das Artes do 2º ano do curso profissional de Design Gráfico, a actividade realizada no passado dia 25 de Outubro foi avaliada por alunos e professora participantes.
Apresentamos agora os resultados.



Artigos relacionados:
Caravaggio: 400 anos depois, o génio permanece
José Fernando Vasco

«A Biblioteca Escolar 2.0», por Carlos Pinheiro


Outra apresentação elaborada pelo Coordenador Interconcelhio RBE
Carlos Pinheiro, desta vez sobre o novo conceito de biblioteca escolar 2.0

Hiperligação:
José Fernando Vasco

«A História do Livro» por Carlos Pinheiro

Um slideshow muito interessante sobre o Livro,
desde os primórdios às mais recentes evoluções tecnológicas.
Carlos Pinheiro é Coordenador Interconcelhio RBE.

Hiperligação:

José Fernando Vasco

Colóquio na Gulbenkian: «Migrações, minorias e diversidade cultural»

«Uma retrospectiva dos últimos cem anos de migrações em Portugal, através do colóquio “Migrações, minorias e diversidade cultural”, terá lugar no dia 11 de Novembro, a partir das 9h30. A actualidade e o futuro da mobilidade dos portugueses no mundo também vão estar em destaque, pela voz dos próprios emigrantes: na primeira pessoa, um conjunto de jovens portugueses que exerce profissões de relevo no estrangeiro partilhará as suas experiências.
O colóquio incluirá três painéis, comentados e moderados por personalidades do mundo académico português - como David Justino, António Câmara ou Isabel Gil -, que se debruçarão sobre temas como a gestão da diversidade cultural e o desenvolvimento das migrações em Portugal.»

Fonte:
José Fernando Vasco

João Arroyo: obra para canto e piano


Lina Abreu

Ordens e Congregações Religiosas em Portugal. Memória, Presença e Diásporas


Congresso Internacional
Ordens e Congregações Religiosas em Portugal. Memória, Presença e Diásporas

2 a 5 de Novembro de 2010
Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, Auditório 2

Congresso integrado nas comemorações oficiais do Centenário da República,
com o Alto Patrocínio da Presidência da República e
com o patrocínio da Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República.

Programa, inscrições e informações: http://www.congressoordens2010.net 

Resumo: As Ordens Religiosas fazem parte da história religiosa, social, cultural e política de Portugal desde a sua génese. Pertencem a um processo global em que o caso português acompanhou, participou e se confundiu com a gestação da própria consciência cultural europeia. A realização de um Congresso Internacional, subordinado ao tema “Ordens e Congregações Religiosas em Portugal – Memória, Presença e Diásporas” obedece ao propósito de promover a concretização dos objectivos seguintes:

- Analisar criticamente as coordenadas da presença das Ordens e Congregações em Portugal, tanto na dimensão religiosa e eclesial como na sua inserção nas complexas dinâmicas sectoriais e globais do mundo contemporâneo;

- Actualizar e aprofundar o nosso conhecimento acerca da caminhada longa e multifacetada das Ordens e Congregações religiosas intimamente associadas, desde sempre, às vicissitudes da história da nação e cultura portuguesas;

- Contribuir para um mais actualizado conhecimento do legado e do contributo das diferentes Ordens e Congregações para o nosso património colectivo, na diversidade de vectores da vida social e cultural, desde a evangelização à espiritualidade, à assistência, à saúde, ao ensino, à economia, à literatura, à música, à arquitectura, ao património e às artes em geral;

Contactos:
Secretariado Executivo do Congresso Internacional
Rua dos Três Concelhos, Lt. 5
Bairro dos Marinheiros 
Quinta do Anjo 
2950-517 
Portugal 

Tel: 217920044  
Móvel: 969977702

Fonte:
Centenário da República
José Fernando Vasco

«O Rei vai nu»: ida ao Teatro Extremo


No dia 20 de Outubro de 2010 as turmas A,L e O dos cursos EFA (nível básico e secundário) da Escola Secundária Cacilhas-Tejo foram, com alguns formadores, ao Teatro Extremo, em Almada, assistir à peça "O Rei Vai Nu". Baseada no conto "O Fato Novo do Imperador" de Hans Christian Anderson narra a história de um rei muito vaidoso que adorava roupas bonitas. Dois espertalhões ouviram falar dos gostos do rei e viram a oportunidade para enriquecerem. Como ele já tinha ouvido falar nos tecidos mágicos aceitou que lhe fizessem um fato novo.
A turma L considerou a adaptação do texto muito interessante e apreciou especialmente a encenação. 
Domitila Cardoso

Rui Zink: «a ideia de ler é nadar entre cardumes»

«A ideia de ler não é apanhar um peixe, 
é nadar entre cardumes».

«A palavra é como o açúcar, a palavra é como a papoila, precisa de passar por um processo de transformação, de refinamento, de ser caldeada, submetida a um processo de alquimia, a palavra (para ser entendida, para ser derramada, para ser bebida) necessita de repousar quente em amplas caldeiras e depois ainda de estagiar, anos a frio, em barris de casco de carvalho previamente untados com especiarias maravilhosas.»

Rui Barreira Zink (1961-...), escritor e professor universitário do Departamento de Estudos Portugueses da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa desde 1997, onde se licenciou em 1984 e obteve os graus de Mestre em Cultura e Literatura Popular (1989) e de Doutor em Literatura Portuguesa (1997). Foi igualmente Professor do Ensino Secundário (1983-1987), Leitor de Língua Portuguesa na Universidade de Michigan (1989-1990) e Professor Convidado na Universidade de Massachussetts Dartmouth (2009-2010).
Autor de vários livros, entre ensaios e ficção, salienta os romances Hotel Lusitano (1987), Apocalipse Nau (1966), O Suplente (1999) e Os Surfistas (2001), e os livros de contos A Realidade Agora a Cores (1988) e Homens-Aranhas (1994) e O Anibaleitor (2006). Colaborou em jornais e revistas, de que salienta o semanário «O Independente» (1991) e a revista K (1992). Fez tradução literária, de autores como Matt Groening, Saul Bellow, Richard Zenith e Dean Karnazes.
Rui Zink recebeu o Prémio PEN Club 2004, com o romance Dávida Divina (2005), e representou o país em eventos como a Bienal de São Paulo, a Feira do Livro de Tóquio ou o Edimburgh Book Festival.

Hoje, pelas 19:30 horas, 
na Biblioteca Escolar da ES Cacilhas-Tejo,
numa organização conjunta BECRE/Centro Novas Oportunidades de Cacilhas

Hiperligação:
José Fernando Vasco

Conhecer o sítio do projecto "Metas de Aprendizagem"

"O projecto Metas de Aprendizagem insere-se na Estratégia Global de Desenvolvimento do Currículo Nacional que visa assegurar uma educação de qualidade e melhores resultados escolares nos diferentes níveis educativos."
(Ministério da Educação, Direcção Geral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular)

Numa provável antevisão da estrutura organizativa e textual que será apresentada no final deste ano lectivo sobre as metas de aprendizagem relativas ao Ensino Secundário, a BECRE deixa neste blogue uma hiperligação (aqui) para o projecto acima identificado. Assim, e para já, os professores poderão consultar as metas de aprendizagem do 3.º Ciclo (em "Ensino Básico" - "Metas de Aprendizagem") e verificar que a sua formalização se efectua em domínios, subdomínios, metas intermédias e finais. Uma conclusão, pelos menos, parece ser certa: os critérios disciplinares de avaliação terão de ser revistos.
A BECRE estará atenta às metas de aprendizagem que chegarão para os alunos do ensino secundário, como modo de adequar melhor os seus serviços e actividades aos programas de ensino e trabalho com todos os professores da ESCT.

Rosa Espada

Charles Darwin, uma curta biografia científica


Um vídeo que efectua uma primeira e sintética abordagem ao trabalho científico de Charles Darwin (1809-1882), o criador da teoria da evolução das espécies biológicas por intermédio da selecção natural e autor da publicação "A Origem das Espécies" (1859) (título original: "On the Origin of Species by Means of Natural Selection, or The Preservation of Favoured Races in the Struggle for Life"). Pode ser encontrada uma versão do texto desta obra, em PDF, aqui.

Hiperligações:
Rosa Espada

Professores polacos visitam a Escola, a BECRE e o Centro Novas Oportunidades


Esta manhã, a BECRE recebeu uma delegação de 30 professores oriundos da Polónia, em deslocação à Escola Secundária de Cacilhas-Tejo para visitarem o Centro Novas Oportunidades de Cacilhas. A sessão destinou-se à informação dos nossos convidados relativamente à natureza, funcionamento e alcance do programa «Novas Oportunidades», bem como as práticas e os resultados da acção do referido Centro que tem a sua sede na ESCT.


Após as boas vindas oferecidas por Guilhermina Rodrigues, adjunta da Direcção, José Lourenço Cunha, apresentou as grandes linhas de força do programa «Novas Oportunidades», bem como práticas e resultados do Centro que dirige.


A plateia colocou algumas questões relacionadas com o percurso dos adultos em processo de validação de competências e/ou em programas de formação, o que confirmou o seu interesse pela experiência portuguesa em dotar a população adulta de mais competências e mais elevadas habilitações. A mensagem central de José Lourenço Cunha foi coerentemente afirmada: os adultos têm de demonstrar resultados na aquisição/desenvolvimento de competências, de acordo com o referencial definido, caso queiram obter certificação.

Centro Novas Oportunidades de Cacilhas - versão inglesa

Ler + compensa / Plano Nacional de Leitura

Hiperligações:

José Fernando Vasco
José Lourenço Cunha
Manuela Ventura Santos

Freud e a Nova Concepção do Ser Humano

Sigmund Freud (1856-1939), considerava a natureza humana selvagem e caprichosa desejosa de satisfazer os seus impulsos básicos. Contudo, as restrições da sociedade interiorizadas durante a infância levam a que a criança, primeiro por medo e depois por opção, oriente as suas acções pelas regras e valores da realidade social e cultural.
Se as pulsões são recalcadas elas porém não desaparecem, procurando e encontrando vias para se manifestar, levando a mecanismos cada vez mais repressivos. Nesta medida, existe um conflito intrapsíquico constante entre as exigências pulsionais, instintivas e as exigências da sociedade exprimindo-se em pensamentos e actos, à primeira vista incompreensíveis.
Mas quem são os antagonistas do conflito interior?
O id é a parte mais instintiva da personalidade encerrando todas as pulsões biológicas básicas: comer, beber e, acima de tudo obter prazer sexual. A única lei do id é o princípio de prazer – a satisfação imediata e egoísta desconhecendo restrições morais ou sociais.
O ego deriva do id quando a criança compreende que certas gratificações não ocorrem quando quer. A presença da mãe ou o biberão só chegam quando chora. Há uma consciencialização crescente de uma realidade que lhe é exterior. O ego obedece ao princípio da realidade tentando satisfazer o id mas de modo pragmático de acordo com as exigências do mundo real.
O id não é o único senhor do ego. À medida que a criança cresce desenvolve-se uma espécie de juiz que representa as regras e castigos interiorizados dos pais e, através deles, da sociedade. É o superego. Inicialmente o ego preocupa-se com a realidade externa inibindo acções inspiradas pelo id para evitar aborrecimentos. Mas com a intervenção do superego, o ego começa a inibir acções pois a criança começa a agir e a pensar como se ela mesma fosse o progenitor que louva ou castiga.
A formação do superego coloca o ego numa posição difícil entre dois senhores infantis que emitem ordens contraditórias. As exigências do id são contrárias à razão mas os rigores do superego também se radicam numa irracionalidade imatura. O superego formou-se quando as capacidades cognitivas da criança ainda eram bastante rudimentares, interiorizando o que compreendia. Neste sentido, Freud considerava-o predominantemente inconsciente.
Em suma, o que a divisão tripartida da vida psíquica apresenta, segundo Freud, é uma nova compreensão dos nossos pensamentos e acções à luz da interacção de três factores principais: os impulsos biológicos, as maneiras de satisfazer esses impulsos e a dominar o mundo exterior e as ordens exteriores e interdições da sociedade. A contribuição de Freud reside na insistência em que os conflitos entre estas três forças são interiores ao indivíduo, provêm das experiências da infância e mantêm-se, sem que o indivíduo conscientemente se aperceba disso.

Texto adaptado de:
GLEITMAN, Henry, FRIDLUND, Alan e REISBERG, Daniel (2009).Psicologia. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 8ª ed, pp. 971-977.




Hiperligações:
Biografia de Freud
Conferências introdutórias sobre psicanálise
Teoria psicossexual de Freud
Freud , o inconsciente, mecanismos de defesa
Entrevista com António Damásio sobre Freud

Títulos disponíveis na BECRE



Sónia Lapa

Ler no século XXI - uma problemática fascinante e em discussão

Nos passados dias 15 e 16 deste mês, decorreu na Fundação Calouste Gulbenkian a IV Conferência Internacional do Plano Nacional de Leitura, subordinada à temática «Ler no século XXI - livros, leituras e tecnologias».

Na sessão de abertura, Isabel Alçada e Fernando Pinto do Amaral, nas suas qualidades de Ministra da Educação e Comissário do PNL, enalteceram a realização da conferência e o interesse que tem despertado junto das instituições e actores sociais desde 2006 - ano de lançamento desta «política pública ímpar».
Nas palavras da Srª Ministra da Educação, «a leitura e a escrita são bens essenciais e acessíveis a todos», princípio só recentemente assumido de ponto de vista político e público. Essa aprendizagem e desenvolvimento fazem-se, na sua opinião, por patamares sucessivos, de maneiras diferenciadas e ao longo da vida.

Fernando Pinto do Amaral reforçou a importância da temática - «cada texto que lemos abre-nos os horizontes de reflexão» - e Fabíola Abreu Afonso desfez os ainda existentes equívocos sobre o que é concretamente «Ler no século XXI», ao afirmar que «as novas TIC não representam uma ameaça à Galáxia de Guttenberg: abrem-lhe novas oportunidades:»


Excerto de vídeo de homenagem a Matilde Rosa Araújo



Hiperligações:
Ciberescritas - autoria de Isabel Coutinho
CIES/ISCTE - Centro de Investigação e Estudos de Sociologia
GEPE/ME - Publicações 
Institute for the future of the book -  co-direcção de Chris Meade
Instituto Alfa e Beto - presidência de João Baptista Oliveira
Livro e leitura no novo ambiente digital - autoria de José Afonso Furtado
Músicas&Musicais - Teatro Musical e Orquestra da EB 2,3 de Nuno Gonçalves.
José Fernando Vasco

Caravaggio: 400 anos depois, o génio permanece

Caravaggio (1571-1610)


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José Fernando Vasco

Escritor do Mês Out 2010 - Fernando Pessoa (avaliação)

Terminadas as actividades do ciclo «Escritor do Mês», referentes a Outubro de 2010 e a Fernando Pessoa, vimos divulgar dados estatísticos de frequência. Participaram alunos (197) e professores  (6) do 12º ano (CCH, CT e ERMC) e do 3º ano (CP).

Apresentamos igualmente os resultados da avaliação feita pelos participantes.


José Fernando Vasco

«As redes sociais e as bibliotecas» - uma conferência na Batalha

Realizou-se ontem, no Auditório da Batalha, a conferência «As redes sociais e as bibliotecas» que contou com a participação de Sara Pereira (Universidade do Minho), Luísa Alvim (Casa de Camilo-Museu), António Santos (Centro de Estudos Fiscais da Direcção Geral dos Impostos), Nuno Marçal (Bibliotecário) e Roberto Arranz (Associação de Profissionais das Bibliotecas Móveis de Espanha). O interesse e expectativa perante esta louvável iniciativa ficou confirmada com a presença de bibliotecários e outros profissionais que quase lotaram a capacidade do auditório.
Na sessão de abertura, presidida pelo Presidente da Câmara Municipal da Batalha (António Lucas), foi introduzida a temática: as redes sociais, cada vez mais importantes nas sociedades contemporâneas - em Portugal, existem 3,6 milhões de registos - trarão mais leitores para as bibliotecas e poderão ser ferramentas úteis para a promoção da leitura?
Sara Pereira, na sua comunicação "A relação das crianças e dos jovens com a televisão e a internet", para além da apresentação de dados estatísticos relativamente à referida relação, reflectiu sobre necessidade de mediação na relação das crianças e jovens com os media, de modo a que saibam lidar com estes de forma mais crítica e criteriosa. A intervenção, na sua opinião, deve recair menos nos meios e/ou conteúdos mas mais nos usos e/ou utilizadores: nestes, numa perspectiva pedagógica, deve ser promovida as suas capacidades no domínio da literacia para os media. Anunciou ainda a futura realização do Congresso «Literacia, media e cidadania» em Braga, na Universidade do Minho, nos dias 25 e 26 Março 2011.
Luísa Alvim apresentou "Impossível não estar no Facebook! Situação e tendência das bibliotecas portuguesas". Definiu o Facebook como um «um espaço de convergência de meios de comunicação pré-existentes». São poucas (mas em crescente número) as bibliotecas que utilizam as ferramentas 2.0 e as que o fazem é com sentido maioritariamente auto-referencial.
A assistência colocou muitas questões, o que demonstra a importância e o interesse do tema em debate.
Luisa Alvim respondeu a uma questão da BECRE sobre bibliotecas escolares: e redes sociais: Para a conferencista, estamos no inicio deste processo e ainda não existem documentos orientadores. Existem boas práticas. As bibliotecas escolares (e a utilização de ferramentas da web 2.0) são um mundo interessantíssimo mas que sofre de efemeridade.
Sara Pereira concordou com a BECRE na dificuldade na mediação por parte das famílias, dado os baixos índices de literacia. A estratégia deve ser a que foi usada na educação ambiental. Infelizmente há pouca formação em educação para os media e pouco material para pais e professores. Informou ainda que está a ser ultimada a preparação de material, a ser distribuído via Rede das Bibliotecas Escolares (RBE).

Para António Santos - "E-Marketing para bibliotecas - as redes sociais são uma excelente ferramenta porque são meios de difusão de conteúdos, eventos, actividades e serviços. O utilizador - e não os conteúdos - devem ser o nuclear da utilização das ferramentas web 2.0. A interactividade, o diálogo e o efeito multiplicador são, para António Santos, as vantagens decisivas das redes sociais.

Em Proença-a-Nova, existe o Bibliomóvel. O blogue «O Papalagui» surgiu como "um grito" em prol da "visibilidade e do reconhecimento", como afirmou Nuno Marçal, bibliotecário de Proença-a-Nova. A sua comunicação, sentida e francamente emotiva, arrancou aplausos e sorrisos de esperança na plateia.
Roberto Arranz, presidente da Associação de bibliotecas móveis de Espanha confirmou que, tal como em Portugal, existem poucas bibliotecas 2.0 no país vizinho. Questionou-se: será uma questão de atitude?
Uma ideia global permaneceu: tal como o digital em relação à leitura, as redes sociais expandem as possibilidades e a missão das bibliotecas.

As comunicações podem ser consultadas aqui.

Hiperligação:

As apresentações digitais: porquê, para quê, como?


No blogue Professor Digital, foi publicado o artigo «Uso pedagógico de apresentações de slides digitais», iniciativa muito interessante e útil para quem queira reflectir sobre este recurso para sala de aula, bem como obter alguns conselhos úteis para melhorar a sua eficácia pedagógica.
José Fernando Vasco

Caravaggio foi um horticultor de pincel

Michelangelo Merisi da Caravaggio (1571-1610) poderá nunca ter semeado ou plantado qualquer vegetal hortícola, mas tinha olhos de artista manifestamente analíticos e bem articulados ao desempenho técnico notável, requisitos fundamentais e identificadores dos grandes mestres da pintura.
Em certa medida influenciado pela tendência cultural dominante de estilo barroco, o pintor Caravaggio não foi imune à representação pictórica da natureza, dos corpos humanos, e das emoções segundo a orientação artística da época em que viveu, globalmente associada à representação arrebatadora do movimento e da expressão dramática e teatral.
As paisagens, as marinhas, os quadros de natureza-morta ilustrando objectos do quotidiano, que vão das jarras a frutas e flores, foram populares durante o período barroco. A isto se deve o alargamento do mercado das pinturas executadas sobre cavalete, numa clara resposta ao aumento do número de compradores. Géneros de maior intimidade e subtileza indutores de uma atitude de meditação no observador faziam igualmente parte do programa dos artistas da época.
Os quadros de natureza-morta barrocos são muitas vezes de uma beleza melancólica promotora da contemplação e da meditação, tornando possível admirar a habilidade do artista. Ora, Caravaggio escolheu representar nas suas naturezas-mortas as plantas hortícolas e, também aqui, o realismo com que aborda o tema é quase fotográfico. A concentração que dedica à representação fiel da natureza vegetal oferece-nos hoje uma importante fonte de informação sobre a horticultura do Barroco e sobre a fruta e os legumes então consumidos no sul da Europa. Não raras vezes, estas estruturas orgânicas ocupam um lugar de relevo nas suas composições artísticas.
Muito exactas no detalhe, as imagens das plantas hortícolas de Caravaggio permitem identificar cientificamente as espécies biológicas utilizadas na alimentação humana, avaliar sintomas de doenças fito-sanitárias, observar a destruição da matéria vegetal por insectos e por factores do meio ambiente (temperatura, humidade, grau de exposição à luz) ou perceber que cuidados culturais foram dedicados pelo agricultor às plantas. Portanto, há 400 anos atrás, as doenças das plantas e as suas pragas também se afirmavam como um quebra-cabeças para quem cuidava da terra, e no que à aparência exterior dos frutos diz respeito, estes alimentos estavam livres das manobras de marketing comercial duvidoso: as cascas não se apresentavam lustrosas, o tamanho não era obsessivamente normalizado, e o ataque pelos fungos e o efeito de outros factores ambientais no desenvolvimento das hortícolas é mostrado como algo recorrente e normal. Provavelmente, a aparência dos frutos não se sobrepunha à qualidade nutritiva intrínseca dos mesmos.
Apenas alguns nomes científicos das espécies identificadas a partir de obras de Caravaggio: Prunus avium (cereja), Mespilus germanica (nêspera), Punica granatum (romã), Pyrus communis (pêra), Malus domestica (maçã), Cydonia oblonga (marmelo), Prunus persica (pêssego), Cucumis melo (melão), Prunus domestica (ameixa), Curcubita pepo (abóbora), Ficus indica (figo), Cucumis melo (pepino), Vitis vinifera (uva), Citrullus lanatus (melancia) e Citrus sp. (várias espécies de citrinos).
Acredita-se que Caravaggio pintou as hortícolas com uma intenção simbólica de carácter religioso e também erótico, manifestando, deste modo, a marca de água da arte barroca – iludir, convencer e manipular o observador.


Rapaz com cesto de fruta (1592)



Rapaz descascando fruta (1592)



Auto-retrato como Baco (1593)



Natureza-morta com cesto de fruta (1601)



Natureza-morta com frutas numa laje de pedra (1603)


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Rosa Espada

Palestra com o fotógrafo Arthur Meyerson

A Casa da Cerca acolhe este encontro palestra com Arthur Meyerson, fotógrafo premiado e muito requisitado como mentor e instrutor de workshops pelas mais conceituadas escolas e academias. O encontro é promovido pelo Studio 8, no âmbito do seu 15º aniversário, em colaboração com o projecto Imaginarte Almada, que completa 10 anos de actividade. A palestra realiza-se no dia 22 de Outubro, no Auditório da Casa da Cerca, às 18h.

Fonte:
Casa da Cerca
Imaginarte Almada

Paula Penha

Concurso «Se eu fosse...cientista!»

Depois de «Na Senda de Darwin» e «Faz Portugal Melhor», o Ciência Hoje/Ciência Viva promovem um novo concurso «Se eu fosse...cientista!», destinado a alunos de todos os cursos do Ensino Secundário. Carta de adesão até 12 de Novembro.

Imaginem-se um cientista de não importa que data, área científica e país. Contar a sua história em três momentos cruciais da vida é o desafio que Ciência Hoje e Ciência Viva propõem.

«Se eu fosse... cientista!», com arranque a 29 de Setembro e com a final a disputar-se em 21 de Maio de 2011 no Casino da Figueira da Foz, é um apelo à capacidade de investigação e à imaginação de todos os jovens do Ensino Secundário.

Nas edições anteriores os vencedores viajaram até às ilhas Galápagos, Nova Iorque e Cabo Verde. Os prémios desta nova competição serão anunciados até ao final de 2010.

Hiperligações:
Ciência Hoje
Regulamento

Fonte:

DGIDC

Paula Penha
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