O serviço público de educação é um pilar essencial e imprescindível de uma democracia que, por definição, garanta a igualdade de oportunidades e o desenvolvimento integral de uma sociedade moderna.

As comemorações do Centenário da República em Cacilhas

Com a participação de muitos alunos da Escola, «100 anos - implantação da República em Almada», uma organização conjunta ESCT/BECRE/O FAROL/ARPFIC com o apoio da JUNTA DE FREGUESIA DE CACILHAS e ASSOCIAÇÃO ASSIMSER, começou na manhã de 4 de Outubro de 2010 com a inauguração da exposição bibliográfica alusiva à República e que se manterá nas instalações da BECRE até ao próximo dia 12.

A exposição apresenta-se em quatro núcleos de obras: o movimento republicano e o final da monarquia (obras de carácter geral e ensaios), I República (ensaios), Literatura Portuguesa do tempo/sobre da/a República (com destaque para Fernando Pessoa, José Rodrigues Miguéis e Almada Negreiros) e periódicos/DVD. Parte do espólio integra o fundo documental da BECRE, sendo o restante fruto de empréstimos temporários. A exposição conta igualmente com duas obras originais e datadas do final do século XIX da autoria de Magalhães Lima e Trigueiros de Martel.


A visita inaugural, orientada pelo professor-bibliotecário, contou com a presença da Directora da ES Cacilhas-Tejo, Margarida Fonseca; o Presidente de «O Farol», Henrique Mota; a Presidente da ARPIFC, Maria Natália Vicente, e o Director do Arquivo Histórico Municipal de Almada, Alexandre Flores, entre outros convidados.

Numa das "mangas" da Escola e perante uma vasta plateia de alunos e professores, Margarida Fonseca agradeceu a presença de Alexandre Flores que foi apresentado por Henrique Mota.



Alexandre Flores começou por contextualizar o período final do regime monárquico português e  analisar os acontecimentos de 4 e 5 de Outubro de 1910, destacando o pioneirismo de Almada e Cacilhas no acto de declaração de triunfo do ideal republicano, para o que muito contribuíram os centros republicanos «Elias Garcia» e «Capitão Leitão», bem como os operários do concelho.


Da parte da tarde, assistiu-se a uma representação alusiva ao acontecimento e à oposição monarquia/república. Três alunos - Hugo Marques, Inês Sousa e Marta Santos - orientados pelos professores Silvestre e Luísa Oliveira, apresentaram o sketch «Um para Cinco», no qual a informação e o humor em torno das realidades locais e nacionais do presente foram uma constante.

Ao entardecer, junto ao busto de Elias Garcia  na rua com o mesmo nome em Cacilhas, os representantes das entidades organizadoras das comemorações, professores da ES Cacilhas-Tejo e população local  reuniram-se para uma pequena cerimónia de homenagem ao republicano e «mais ilustre cacilhense».


 
 

Na sua intervenção, Henrique Mota destacou a importância do movimento republicano e da figura de Elias Garcia, e recordou alguns episódios de resistência ao Estado Novo, nomeadamente a homenagem prestada por Humberto Delgado durante a campanha presidencial de 1958.
Hugo Rufino Marques, aluno da ES Cacilhas-Tejo, proferiu o seu discurso «Os jovens e a República» no qual enalteceu os valores essenciais da «Res Publica», afirmando que as novas gerações estão prontas a defendê-los.
Maria Natália Vicente evocou a figura de Elias Garcia, o republicano e Presidente da Câmara Municipal de Lisboa.
O Presidente da Junta de Freguesia de Cacilhas, Carlos Leal, recordou como a liberdade, igualdade e fraternidade são valores pelos quais se deve continuar a lutar.


No final da cerimónia, o Coro da ARPFIC interpretou «Acordai» de Fernando Lopes Graça e «A Portuguesa», no que foi acompanhado por todos os presentes. Uma coroa de flores, em sentida homenagem, foi depositada junto do busto de Elias Garcia.

À noite, foi apresentado «Da Monarquia à República».




José Fernando Vasco

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