Antonio Canova produziu várias versões da sua escultura em mármore «Eros e Psique» (1787-1794), actualmente nos Museus do Louvre (Paris, França), Hermitage (S. Petersburgo, Rússia) e «Metropolitan Museum of Art (New York, EUA).
O escultor «capta o exacto momento em que Cupido, [deus romano do Amor, equivalente ao grego Eros] com as asas ainda levantadas, chega para reanimar Psique com o beijo do amor. Numa obra da mais pura recriação clássica, o sensual abraço e a suavidade dos corpos acentuam a pureza da paixão e o ardor entre os amantes.
As obras de Canova aproximam-se soberanamente do ideal de perfeição neoclássico.» (Paulo Simões Nunes, 2004).
O escultor «capta o exacto momento em que Cupido, [deus romano do Amor, equivalente ao grego Eros] com as asas ainda levantadas, chega para reanimar Psique com o beijo do amor. Numa obra da mais pura recriação clássica, o sensual abraço e a suavidade dos corpos acentuam a pureza da paixão e o ardor entre os amantes.
As obras de Canova aproximam-se soberanamente do ideal de perfeição neoclássico.» (Paulo Simões Nunes, 2004).
Fernando Pessoa afirmou: «O mito é o nada que é tudo»
e desconstruiu-o com o poema filosófico e simbólico
e desconstruiu-o com o poema filosófico e simbólico
«Eros e Psique»
Publicado originalmente na revista Presença
Maio de 1934.
Maio de 1934.
Conta a lenda que dormia
Uma Princesa encantada
A quem só despertaria
Um Infante, que viria
De além do muro da estrada.
Ele tinha que, tentado,
Vencer o mal e o bem,
Antes que, já libertado,
Deixasse o caminho errado
Por o que à Princesa vem.
A Princesa Adormecida,
Se espera, dormindo espera,
Sonha em morte a sua vida,
E orna-lhe a fronte esquecida,
Verde, uma grinalda de hera.
Longe o Infante, esforçado,
Sem saber que intuito tem,
Rompe o caminho fadado,
Ele dela é ignorado,
Ela para ele é ninguém.
Mas cada um cumpre o Destino
Ela dormindo encantada,
Ele buscando-a sem tino
Pelo processo divino
Que faz existir a estrada.
E, se bem que seja obscuro
Tudo pela estrada fora,
E falso, ele vem seguro,
E vencendo estrada e muro,
Chega onde em sono ela mora,
E, inda tonto do que houvera,
À cabeça, em maresia,
Ergue a mão, e encontra hera,
E vê que ele mesmo era
A Princesa que dormia.
Uma Princesa encantada
A quem só despertaria
Um Infante, que viria
De além do muro da estrada.
Ele tinha que, tentado,
Vencer o mal e o bem,
Antes que, já libertado,
Deixasse o caminho errado
Por o que à Princesa vem.
A Princesa Adormecida,
Se espera, dormindo espera,
Sonha em morte a sua vida,
E orna-lhe a fronte esquecida,
Verde, uma grinalda de hera.
Longe o Infante, esforçado,
Sem saber que intuito tem,
Rompe o caminho fadado,
Ele dela é ignorado,
Ela para ele é ninguém.
Mas cada um cumpre o Destino
Ela dormindo encantada,
Ele buscando-a sem tino
Pelo processo divino
Que faz existir a estrada.
E, se bem que seja obscuro
Tudo pela estrada fora,
E falso, ele vem seguro,
E vencendo estrada e muro,
Chega onde em sono ela mora,
E, inda tonto do que houvera,
À cabeça, em maresia,
Ergue a mão, e encontra hera,
E vê que ele mesmo era
A Princesa que dormia.
Hiperligações:
Eros e Psique (Infopedia)
Metropolitan Museum of Art, New York
Museu do Louvre
Museu Hermitage
O oxímero perfeito - análise do poema «Eros e Psique» por Leila Ferreira (2004)
Wiki/Antonio Canova
José Fernando Vasco
Metropolitan Museum of Art, New York
Museu do Louvre
Museu Hermitage
O oxímero perfeito - análise do poema «Eros e Psique» por Leila Ferreira (2004)
Wiki/Antonio Canova
José Fernando Vasco
Sem comentários:
Enviar um comentário