Skinner foi um dos primeiros teóricos a insistir numa distinção entre condicionamento clássico e condicionamento instrumental. No condicionamento clássico o comportamento do animal é provocado pelo estímulo do exterior. No condicionamento instrumental o organismo está muito menos à mercê da situação exterior. As respostas são voluntárias, operam no ambiente para realizar uma mudança que leva à recompensa. Tal como Thorndike, Skinner acreditava na lei do efeito, sublinhando que a tendência para emitir as respostas operantes é fortalecida pelas respectivas consequências.
No entanto, se a resposta é emitida pelo organismo isto não significa que os estímulos externos não tenham qualquer efeito. Estes exercem realmente um controlo apreciável sobre o comportamento pois funcionam como estímulos descriminativos. Suponhamos que se treina um pombo a carregar num pedal para obter um pouco de grão. Quando se acende uma luz verde, o acto de carregar no pedal será recompensado. Mas quando se acender uma luz vermelha essa resposta de nada servirá, pois o pombo não terá acesso ao alimento. Nestas circunstâncias, a luz verde torna-se um estímulo discriminativo positivo e a luz vermelha um estímulo discriminativo negativo. O pombo vai carregar no pedal na presença do primeiro, mas não na presença do segundo.
No contexto da aprendizagem instrumental, o reforço refere-se a fazer seguir a resposta de algo que o animal “prefere”. Pode ser a apresentação de uma coisa “boa”, como seja o grão, no caso de um pombo com fome. O grão é um exemplo de um estímulo apetitivo (um estímulo para o qual o animal tem, por assim dizer, apetite). Pode também consistir na cessação ou na prevenção de uma coisa “má” como quando se põe termo a um choque eléctrico. O choque é um exemplo de estímulo aversivo que o animal tudo fará para evitar.Do mesmo modo que no condicionamento clássico, a probabilidade de resposta aumenta com o número crescente de reforços. E, novamente como no condicionamento clássico, a resposta sofre extinção quando o reforço é suspenso.
Texto adaptado de:
GLEITMAN, Henry (1999). Psicologia. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, pp. 153-155.
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Sónia Lapa
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