André Téchiné, o cineasta francês de alguns dos mais importantes filmes da cinematografia europeia dos últimos trinta anos, esteve na passada terça-feira na FNAC Chiado.
Numa breve conversa moderada por João Lopes (à direita) e integrada na 11ª Festa do Cinema Francês, André Téchiné e a propósito do lançamento de um «pack» de quatro filmes, revelou que é-lhe igualmente importante trabalhar com actores consagrados (como Catherine Deneuve) ou com "debutantes".
Numa breve conversa moderada por João Lopes (à direita) e integrada na 11ª Festa do Cinema Francês, André Téchiné e a propósito do lançamento de um «pack» de quatro filmes, revelou que é-lhe igualmente importante trabalhar com actores consagrados (como Catherine Deneuve) ou com "debutantes".
No primeiro caso, o seu filme «O Segredo do Amor» foi o exemplo avançado: dois actores consagrados, (Catherine Deneuve e Patrick Dewaere) aparentemente incompatíveis, o que exigiu um trabalho muito específico de encenação e gestão do argumento.
O trabalho com os jovens actores de «Os Juncos Silvestres», absolutas estreias para Élodie Bouchez, Gaël Morel e Stéphane Rideau, proporcionou-lhe uma experiência diferente, de aprendizagem e de interacção com a evolução dos actores. Para o maior êxito comercial da carreira de André Téchiné terá contribuído, segundo o realizador, um equívoco: o filme, apesar de conter a componente temática da descoberta da sexualidade por parte de François Forestier (Gäel Morel), é sobre o confronto entre a França Continental e a Argélia Francesa, no contexto da independência da antiga colónia.
O confronto entre actores consagrados (como Philippe Noiret / Emmanuelle Béart) e debutantes (Manuel Blanc) em «Não dou beijos» permitiu o financiamento do filme.
Sobre as pretensas características auto-biográficas de alguns dos seus filmes/personagens, André Téchiné deu uma resposta no mínimo inteligente: em cinema, «é mais excitante ser outros personagens» , independentemente da sua idade ou sexo, do que espelhar-se nas histórias e seus protagonistas.
Para Téchiné, o cinema actual está cada vez mais formatado e standartizado, mas tal não impede que um filme proveniente de um grande estúdio não se possa materializar num filme pessoal - é o caso de «Alice in Wonderland» de Tim Burton. O realizador francês afirma-se «também um cineasta de encomendas» mas tem aspirado a deixar uma marca pessoal nos seus filmes.
Com sucesso, diga-se em abono da verdade.
José Fernando Vasco
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