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Ver Pintura II - «Bouteille et poisons», Georges Braque, c.1910

Bouteille et poisons, Georges Braque, c.1910
As qualidades tonais desta pintura de Georges Braque (1882-1963) foram utilizadas para reconstruir as formas de modo a que estas se apresentassem à frente do plano do quadro e não atrás dele.
A garrafa mencionada no título é reconhecida no topo esquerdo da pintura e os peixes encontram-se próximo do centro da composição. Caso Braque não tivesse utilizado as diversas tonalidades dentro de cada cor utilizada, os objetos não seriam identificáveis porque as suas formas tridimensionais não passariam de um conjunto de formas geométricas, com as suas arestas posicionadas segundo diferentes ângulos.
Cézanne e Picasso utilizaram métodos similares ao descrito quando experimentaram novos modos de expressar nas pinturas a relação entre as formas e o espaço. Ao destruir a estrutura figurativa das formas para depois as reconstruir fazendo uso de diversos tons, Braque colocou em prática um dos princípios da pintura cubista de caráter analítico.
Se observarmos a parte da pintura que se apresenta plana, conseguimos verificar que existe uma linha do horizonte imediatamente atrás da natureza-morta, tanto do lado direito, como do lado esquerdo, embora esta última esteja posicionada mais acima. E se observarmos agora a zona central do quadro, verificamos que existe uma ligeira aplicação da perspetiva com um ponto de fuga.
Existe uma considerável ambiguidade na imagem pintada porque não conseguimos descobrir em que é que se apoia a natureza-morta, nem perceber qual o fundo do quadro e a posição da cena em relação com o espaço envolvente. Também não existe uma única fonte de luz, mas quatro: vinda do lado esquerdo, do lado direito, de frente e de trás. E foi isto que permitiu ao artista fazer as gradações de tonalidade capazes de definir as formas em função do conceito cubista.
No passado, estas variações de tonalidade foram quase sempre utilizadas para transmitir a natureza tridimensional das formas. Por outro lado, a pintura de naturezas-mortas também representa um tema tradicional. Mas no início do século XX, Braque inovou a pintura com Bouteille et poisons fazendo o mesmo. Como? De outra maneira.

A garrafa e os peixes (amarelo), a linha do horizonte e as linhas de fuga (verde),
a separação entre tonalidades diferentes (azul).
Hiperligações:
Georges Braque - Wikipédia
Rosa Espada

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