

« O que o Governo de Sua Majestade deseja e em que mais insiste é no seguinte: Que se enviem ao governador de Moçambique instruções telegráficas imediatas para que todas e quaisquer forças militares portuguesas actualmente no Chire e nos países dos Makololos e Mashonas se retirem. O Governo de Sua Majestade entende que, sem isto, as seguranças dadas pelo Governo Português são ilusórias. Mr. Petre ver-se-á obrigado, à vista das suas instruções, a deixar imediatamente Lisboa, com todos os membros da sua legação, se uma resposta satisfatória à precedente intimação não for por ele recebida esta tarde; e o navio de Sua Majestade, Enchantress, está em Vigo esperando as suas ordens.»
Os Republicanos aproveitam a situação para alargar a sua base social de apoio, criticando a monarquia de já não ser o garante da integridade territorial e da soberania nacional, afirmando a alternativa republicana:
« A monarquia, que já não proclama a ficção de manter a nossa integridade, e que se sustenta provisoriamente pelo nosso desmembramento, não tem apoio moral; mantém-se apenas pela indiferença geral [...] O que é a República, senão uma nacionalidade exercendo por si mesma a própria soberania, intervindo no exercício normal das suas funções e magistraturas? No estado actual da crise portuguesa só existe uma solução nacional, prática e salvadora - a proclamação da República. »
O Ultimato, a inevitável aceitação por D. Carlos e a campanha política do Partido Republicano Português mostraram que, como ilustra Rafael Bordalo Pinheiro, a monarquia poderia começar a estar em perigo devido à sua incapacidade em afirmar Portugal como uma nação soberana e independente dos interesses das grandes potências. Como aliás se confirmou a 31 de Janeiro de 1891, no Porto.
Bibliografia recomendada
e disponível para consulta na BE/CRE:
e disponível para consulta na BE/CRE:
Rui RAMOS (coord.), História de Portugal, Lisboa: Esfera dos Livros, 2009.
António REIS (dir.), Portugal Contemporâneo - volume 2, Lisboa: Edições Alfa, 1992.
Nuno Severiano TEIXEIRA, O Ultimatum inglês: política externa e política interna no Portugal de 1980, Lisboa: Edições Alfa, 1990.
Hiperligações:
História Aberta - texto do Ultimato
Almanaque Republicano - bibliografia, ensaio, caricatura, Manifesto PRP, Ultimato
2 comentários:
o texto esta bem elaborado
Enviar um comentário