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O laureado com o prémio Nobel da Literatura de 2012 - Mo Yan («Não fale»), pseudónimo de Guan Moye (1955-...) - é um autor chinês pouco conhecido em Portugal e do qual apenas existe uma tradução: «Peito grande, ancas largas», um vasto fresco sobre a China do século XX.
A Academia sueca justificou a escolha pelo seu «realismo alucinante que mistura contos populares, história e contemporaneidade».
O seu único livro traduzido para português, publicado originalmente em 1996, trouxe-lhe problemas com o regime chinês, ao ponto de ter sido obrigado a fazer uma autocrítica à qual se seguiu a retirada do livro de circulação na China. Atualmente, Mo Yan é vice-Presidente da Associação de Escritores da China.
A reação à atribuição do prémio referido ao autor de «Red Sorghum» (1987) foi díspare. Junto da oposição chinesa ao regime oficial, a indignação imperou; o orgulho foi o sentimento dominante de alguns chineses entrevistados. Em termos internacionais, tem sido apontada como prova da crescente influência internacional da China, depois da atribuição do Nobel da Paz a Liu Xiaobo e do da Literatura a Gao Xinjian*, ambos opositores ao regime político chinês. Em suma, uma escolha que ainda irá proporcionar muita polémica, quer literária quer política.
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José Fernando Vasco
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