Da segunda metade do século XVIII, este instrumento ótico é constituído por duas placas metálicas inseridas num caixilho retangular de madeira, de tal modo que se podem mover, afastando-se ou aproximando-se, delimitando assim entre elas um espaço ou fenda de largura regulável por onde se faz passar um feixe de luz. O caixilho está verticalmente montado num suporte de madeira de duas cores e pode ser colocado na altura pretendida fazendo-o subir ou descer (entre as duas colunas verticais) com o auxílio dos dois pesos laterais. A passagem de um feixe de luz pela fenda permite apreciar a inflexão/difração dos raios luminosos nos bordos desta, e a sua dispersão em raios de cores. Sendo um instrumento muito simples, foi fundamental na contenda sobre a natureza da luz havida entre os seguidores da teoria corpuscular defendida por Descartes (1596-1650) e, posteriormente, por Newton (1643-1727), e os partidários de Huyghens (1629-1695), que admitia para a luz uma natureza ondulatória.
A observação num anteparo (ou alvo) de zonas claras alternando com zonas escuras, quando um feixe de luz monocromática passa através de uma fenda estreita, foi uma experiência crucial na decisão que favorecia a interpretação de Huyghens.
Rosa Espada
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