Na Antiguidade, a escultura grega atinge o seu ponto máximo no campo da estatuária. Sem saberem, os escultores gregos de então contribuíram para o desenvolvimento da moderna biomecânica, diversificando, assim, o leque de conhecimentos associados ao estudo da disciplina que a engloba - a Mecânica -, que estuda a acção de forças sobre os corpos. Estes, vivos ou materiais, podem estar parados (equlíbrio estático) ou em movimento (equilíbrio dinâmico), e toda a posição que adquirem no espaço corresponde a um novo eixo de equilíbrio que impede a sua queda no solo.
Para estudar os movimentos humanos é importante conhecer qual o centro de gravidade do corpo e os escultores gregos interessaram-se por esta questão. Na transição escultórica do Período Arcaico (c. 600-500 a.C.) para o Período Clássico (c. 450-320 a.C.) da arte grega, as grandes estátuas de mármore figurando homens (kouros) e mulheres (kore) em rigorosa posição frontal, erectas, respeitando o mais possível a simetria bilateral do corpo humano, e com o peso do mesmo igualmente distribuído sobre as duas pernas, deram gradualmente lugar a outras que transmitiam a impressão de movimento.
Foi, portanto, com Fídias (c. 490 - 430 a.C.), Policleto (c. 460 - 410 a.C.) e Míron (c. 380 - 440 a.C.), entre outros escultores, que a deslocação do centro de gravidade do corpo humano (ou das estátuas que o representam) causou uma revolução na representação da escultura grega. Doravante, as imagens do corpo humano não mais seriam apresentadas segundo as posturas rígidas dos kouroi, mas adoptando poses mais libertas que transmitiam a ideia de movimento característica do Período Clássico.
Com a técnica escultórica do «contraposto», as estátuas passaram a ficar apoiadas apenas numa das pernas, apresentando o joelho flectido. Como consequência, a cintura ficava mais elevada do lado da perna sobre o qual o corpo da estátua descansava e o ombro do lado oposto mais levantado, em virtude da torção do tronco para contrabalançar o novo conjunto de forças (ou movimentos).
Esta nova postura das estátuas, que tanta vez se adopta no quotidiano, corresponde a outra posição do centro de gravidade (localizado aproximadamente à altura do umbigo). É neste ponto que está concentrada toda a força de gravidade ou a soma de todas as forças aplicadas aos constituintes do corpo.
A postura corporal erecta (em movimento ou parada) é obtida pelo equilíbrio entre as forças que agem no centro de gravidade puxando o corpo para o chão, e a força dos músculos antigravitacionais, que fazem esforço em sentido contrário. Se estes músculos falharem, o corpo colapsará, flectindo-se completamente por acção da força gravítica. A razão pela qual, no Período Clássico, começaram a aparecer estátuas executadas em bronze e não no habitual mármore, foi precisamente a inexistência destes músculos antigravitacionais na rocha usada, que sendo bastante pesada partia-se com as novas poses não inteiramente apoiadas na base. Sendo mais resitente, o bronze permitia diversificar os movimentos reproduzidos nas estátuas.
Hiperligações:
Escultura da Grécia Antiga (Wikipédia)
Para estudar os movimentos humanos é importante conhecer qual o centro de gravidade do corpo e os escultores gregos interessaram-se por esta questão. Na transição escultórica do Período Arcaico (c. 600-500 a.C.) para o Período Clássico (c. 450-320 a.C.) da arte grega, as grandes estátuas de mármore figurando homens (kouros) e mulheres (kore) em rigorosa posição frontal, erectas, respeitando o mais possível a simetria bilateral do corpo humano, e com o peso do mesmo igualmente distribuído sobre as duas pernas, deram gradualmente lugar a outras que transmitiam a impressão de movimento.
Foi, portanto, com Fídias (c. 490 - 430 a.C.), Policleto (c. 460 - 410 a.C.) e Míron (c. 380 - 440 a.C.), entre outros escultores, que a deslocação do centro de gravidade do corpo humano (ou das estátuas que o representam) causou uma revolução na representação da escultura grega. Doravante, as imagens do corpo humano não mais seriam apresentadas segundo as posturas rígidas dos kouroi, mas adoptando poses mais libertas que transmitiam a ideia de movimento característica do Período Clássico.
Com a técnica escultórica do «contraposto», as estátuas passaram a ficar apoiadas apenas numa das pernas, apresentando o joelho flectido. Como consequência, a cintura ficava mais elevada do lado da perna sobre o qual o corpo da estátua descansava e o ombro do lado oposto mais levantado, em virtude da torção do tronco para contrabalançar o novo conjunto de forças (ou movimentos).
Esta nova postura das estátuas, que tanta vez se adopta no quotidiano, corresponde a outra posição do centro de gravidade (localizado aproximadamente à altura do umbigo). É neste ponto que está concentrada toda a força de gravidade ou a soma de todas as forças aplicadas aos constituintes do corpo.
A postura corporal erecta (em movimento ou parada) é obtida pelo equilíbrio entre as forças que agem no centro de gravidade puxando o corpo para o chão, e a força dos músculos antigravitacionais, que fazem esforço em sentido contrário. Se estes músculos falharem, o corpo colapsará, flectindo-se completamente por acção da força gravítica. A razão pela qual, no Período Clássico, começaram a aparecer estátuas executadas em bronze e não no habitual mármore, foi precisamente a inexistência destes músculos antigravitacionais na rocha usada, que sendo bastante pesada partia-se com as novas poses não inteiramente apoiadas na base. Sendo mais resitente, o bronze permitia diversificar os movimentos reproduzidos nas estátuas.
Hiperligações:
Escultura da Grécia Antiga (Wikipédia)
A escultura grega (YouTube, 1min 52s)
Rosa Espada
Sem comentários:
Enviar um comentário