O serviço público de educação é um pilar essencial e imprescindível de uma democracia que, por definição, garanta a igualdade de oportunidades e o desenvolvimento integral de uma sociedade moderna.

«Eu sonho em mirandês»


"Buonas tardes"

A Escola Secundária de Cacilhas-Tejo teve hoje, nas palavras da Professora  e Subdirectora Lurdes Gomes, o privilégio de receber o Dr. Amadeu Ferreira, um dos mais conceituados defensores do mirandês, língua oficial da República Portuguesa.
Numa iniciativa da Professora Alexandra Pedro e da BECRE, e perante uma assistência de mais de sessenta alunos e professores, o Dr. Amadeu Ferreira começou por elucidar acerca das origens do mirandês que remontam ao leonês, língua corrente no século XII no Reino de Leão e em grande parte do Condado Portucalense.
 Para Amadeu Ferreira, autor de inúmeras traduções e obras originais escritas em mirandês, a língua é a «essência do ser social» e a sua preservação «uma questão ecológica». Aliás, o ilustre convidado reiterou que o seu «desaparecimento constitui o empobrecimento do mundo e da nossa maneira de o ver.» Após em 1999 ter sido o mirandês reconhecido como uma das línguas oficiais de Portugal, a sua preservação é «uma questão de cidadania».

Polémica mas igualmente sincera foi a sua resposta a uma pergunta da assistência. Questionado sobre a sua opinião relativamente ao Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, Amadeu Ferreira apesar de reconhecer a necessidade (política) do debate, não deixou de afirmar que a polémica é estéril e citou Fernando Pessoa: «Não estou disposto a sacrificar a língua por causa de um acento circunflexo.»

Após a sua prelecção, foram lidos vários poemas e um texto em prosa lidos em mirandês por António Cangueiro, Faustino Antão e Valter Deusdado.




A sessão terminou com uma pequena mas muito aplaudida actuação de
João Ventura (à esquerda) e Tiago Pereira (à direita),
dois dos membros do grupo "Roncos do Diabo".

1 comentário:

ACangueiro disse...

Todo o caminho se faz caminhando!
O nosso muito obrigado pela oportunidade de divulgar a nossa outra língua, o mirandês.

O trabalho feito com sabedoria, empenho e dedicação floresce e certamente dará frutos nos jovens que ajudam a formar.

Professora Alexandra, prof. Vasco e Srª Subdirectora Lurdes Gomes,
bien-haia por todo.

António Cangueiro

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