«O património cultural imaterial, transmitido de geração em geração, é
permanentemente recriado pelas comunidades e grupos em função do seu
meio, da sua interacção com a natureza e a sua história,
proporcionando-lhes um sentimento de identidade e de continuidade,
contribuindo assim para promover o respeito pela diversidade cultural e a
criatividade humana.»
UNESCO (2003). Convenção para a Salvaguarda do Património Imaterial da Humanidade: artº 2, alínea 1.
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O anúncio da decisão
A candidatura
O testemunho de Mariza
O testemunho de Carlos do Carmo
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CINCO FADOS, CINCO INTÉRPRETES
Amália Rodrigues - Gaivota (1970)
Letra: Alexandre O'Neill / Música: Alain Oulman
Letra: Alexandre O'Neill / Música: Alain Oulman
Se uma gaivota viesse
Trazer-me o céu de Lisboa
No desenho que fizesse,
Nesse céu onde o olhar
É uma asa que não voa,
Esmorece e cai no mar.
Que perfeito coração
No meu peito bateria,
Meu amor na tua mão,
Nessa mão onde cabia
Perfeito o meu coração.
Se um português marinheiro,
Dos sete mares andarilho,
Fosse quem sabe o primeiro
A contar-me o que inventasse,
Se um olhar de novo brilho
No meu olhar se enlaçasse.
Que perfeito coração
No meu peito bateria,
Meu amor na tua mão,
Nessa mão onde cabia
Perfeito o meu coração.
Se ao dizer adeus à vida
As aves todas do céu,
Me dessem na despedida
O teu olhar derradeiro,
Esse olhar que era só teu,
Amor que foste o primeiro.
Que perfeito coração
Morreria no meu peito,
Meu amor na tua mão,
Nessa mão onde perfeito
Bateu o meu coração.
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Mariza - Gente da minha terra (2006)
Letra: Amália Rodrigues / Música: Tiago Machado
Letra: Amália Rodrigues / Música: Tiago Machado
É meu e vosso este fado
Destino que nos amarra
Por mais que seja negado
Às cordas de uma guitarra
Sempre que se ouve o gemido
De uma guitarra a cantar
Fica-se logo perdido
Com vontade de chorar
Ó gente da minha terra
Agora é que eu percebi
Esta tristeza que trago
Foi de vós que recebi
E pareceria ternura
Se eu me deixasse embalar
Era maior a amargura
Menos triste o meu cantar
Ó gente da minha terra
Agora é que eu percebi
Esta tristeza que trago
Foi de vós que recebi
Ó gente da minha terra
Agora é que eu percebi
Esta tristeza que trago
Foi de vós que recebi
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Carlos do Carmo - Por morrer uma andorinha (1969)
Destino que nos amarra
Por mais que seja negado
Às cordas de uma guitarra
Sempre que se ouve o gemido
De uma guitarra a cantar
Fica-se logo perdido
Com vontade de chorar
Ó gente da minha terra
Agora é que eu percebi
Esta tristeza que trago
Foi de vós que recebi
E pareceria ternura
Se eu me deixasse embalar
Era maior a amargura
Menos triste o meu cantar
Ó gente da minha terra
Agora é que eu percebi
Esta tristeza que trago
Foi de vós que recebi
Ó gente da minha terra
Agora é que eu percebi
Esta tristeza que trago
Foi de vós que recebi
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Carlos do Carmo - Por morrer uma andorinha (1969)
Letra: Joaquim Frederico de Brito / Música: Alfredo Marceneiro
Se deixaste de ser minha; minha dor
Não deixei de ser quem era; e tudo é novo
Por morrer uma andorinha; sem amor
Não acaba a Primavera; diz o povo
Como vês não estou mudado; felizmente
E nem sequer descontente; ou derrotado
Conservo o mesmo presente; do passado
E guardo o mesmo passado; bem presente
Eu já estava habituado; a este fado
A que não fosse sincera; em teu amor
Por isso eu não fico à espera; do sabor
Duma ilusão que eu não tinha; e nem renovo
Se deixaste de ser minha; minha dor
Não deixei de ser quem era; tudo é novo
Vivo a vida como dantes; a cantar
Não tenho menos nem mais; do que já tinha
E os dias passam iguais; p'ra não voltar
Aos dias que vão distantes; de seres minha
Horas, minutos, instantes; desta vida
Seguem a ordem austera; com rigor
Ninguém se agarra à quimera; sem valor
Do que o destino encaminha; e não é novo
Por morrer uma andorinha; sem amor
Não acaba a Primavera; diz o povo
Não deixei de ser quem era; e tudo é novo
Por morrer uma andorinha; sem amor
Não acaba a Primavera; diz o povo
Como vês não estou mudado; felizmente
E nem sequer descontente; ou derrotado
Conservo o mesmo presente; do passado
E guardo o mesmo passado; bem presente
Eu já estava habituado; a este fado
A que não fosse sincera; em teu amor
Por isso eu não fico à espera; do sabor
Duma ilusão que eu não tinha; e nem renovo
Se deixaste de ser minha; minha dor
Não deixei de ser quem era; tudo é novo
Vivo a vida como dantes; a cantar
Não tenho menos nem mais; do que já tinha
E os dias passam iguais; p'ra não voltar
Aos dias que vão distantes; de seres minha
Horas, minutos, instantes; desta vida
Seguem a ordem austera; com rigor
Ninguém se agarra à quimera; sem valor
Do que o destino encaminha; e não é novo
Por morrer uma andorinha; sem amor
Não acaba a Primavera; diz o povo
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Ana Moura - Os búzios (2007)
Letra - Música: Jorge Fernando
Havia a solidão da prece no olhar triste
Como se os seus olhos fossem as portas do pranto
Sinal da cruz que persiste, os dedos contra o quebranto
E os búzios que a velha lançava sobre um velho manto
À espreita está um grande amor mas guarda segredo
Vazio tens o teu coração na ponta do medo
Vê como os búzios caíram virados p'ra norte
Pois eu vou mexer o destino, vou mudar-te a sorte
Havia um desespero intenso na sua voz
O quarto cheirava a incenso, mais uns quantos pós
A velha agitava o lenço, dobrou-o, deu-lhe 2 nós
E o seu padre santo falou usando-lhe a voz
À espreita está um grande amor mas guarda segredo
Vazio tens o teu coração na ponta do medo
Vê como os búzios caíram virados p'ra norte
Pois eu vou mexer o destino, vou mudar-te a sorte
À espreita está um grande amor mas guarda segredo
Vazio tens o teu coração na ponta do medo
Vê como os búzios caíram virados p'ra norte
Pois eu vou mexer o destino, vou mudar-te a sorte!
Havia a solidão da prece no olhar triste
Como se os seus olhos fossem as portas do pranto
Sinal da cruz que persiste, os dedos contra o quebranto
E os búzios que a velha lançava sobre um velho manto
À espreita está um grande amor mas guarda segredo
Vazio tens o teu coração na ponta do medo
Vê como os búzios caíram virados p'ra norte
Pois eu vou mexer o destino, vou mudar-te a sorte
Havia um desespero intenso na sua voz
O quarto cheirava a incenso, mais uns quantos pós
A velha agitava o lenço, dobrou-o, deu-lhe 2 nós
E o seu padre santo falou usando-lhe a voz
À espreita está um grande amor mas guarda segredo
Vazio tens o teu coração na ponta do medo
Vê como os búzios caíram virados p'ra norte
Pois eu vou mexer o destino, vou mudar-te a sorte
À espreita está um grande amor mas guarda segredo
Vazio tens o teu coração na ponta do medo
Vê como os búzios caíram virados p'ra norte
Pois eu vou mexer o destino, vou mudar-te a sorte!
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Camané - Sei de um rio (2008)
Letra: Pedro Homem de Mello / Música: Alain Oulman
Sei de um rio, sei de um rio
Em que as únicas estrelas nele sempre debruçadas
São as luzes da cidade
Sei de um rio, sei de um rio
Onde a própria mentira tem o sabor da verdade
Sei de um rio…
Meu amor dá-me os teus lábios, dá-me os lábios desse rio
Que nasceu na minha sede, mas o sonho continua
E a minha boca até quando ao separar-se da tua
Vai repetindo e lembrando
Sei de um rio, sei de um rio
Meu amor dá-me os teus lábios, dá-me os lábios desse rio
Que nasceu na minha sede, mas o sonho continua
E a minha boca até quando ao separar-se da tua
Vai repetindo e lembrando
Sei de um rio, sei de um rio
Sei de um rio, até quando
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