O serviço público de educação é um pilar essencial e imprescindível de uma democracia que, por definição, garanta a igualdade de oportunidades e o desenvolvimento integral de uma sociedade moderna.

José Dias Coelho: arte, solidariedade e intervenção cívica


Ontem ao princípio da noite, Júlia Coutinho partilhou com os presentes os resultados da sua investigação em torno da figura de José Dias Coelho e do seu percurso artístico e cívico até ao momento do seu brutal assassinato pela PIDE (Polícia Internacional de Defesa do Estado, um dos principais instrumentos de repressão do Estado Novo) em 1961.


A décima segunda sessão de «O Prazer de Ler» iniciou-se com as boas vindas desejadas por José Lourenço Cunha, director do CNO de Cacilhas e com uma breve apresentação feita pelo professor-bibliotecário.


Júlia Coutinho traçou os principais momentos da vida de José Dias Coelho, das suas origens familiares até às circunstâncias da sua morte, passando pela sua intervenção enquanto estudante de Belas Artes, o seu contacto com artistas e intelectuais da época - como Abel Manta, Bento de Jesus Caraça, Fernando Namora, entre outros - e a sua militância cívica, política e partidária.
A produção artística de Dias Coelho, constituindo uma obra dispersa e fruto da sua militância política, foi apresentada em imagens e ficou claro que tem sido subvalorizada.
Particularmente importantes foram as inúmeras referências à elevada postura cívica de José Dias Coelho, para quem a palavra solidariedade se traduzia em actos, numa época em que claramente era difícil combater o Estado Novo e o "adormecimento" provocado na sociedade portuguesa mas que, com o final da segunda guerra mundial, veio a ser abanado. A sua participação nos movimentos pela paz, a exigência de um ensino artístico de qualidade, justo e com reconhecimento, a sua participação no MUD Juvenil (Movimento de Unidade Democrática) e no PCP (Partido Comunista Português) foram alguns dos aspectos abordados por Júlia Coutinho.


A assistência composta por adultos em processo de formação (EFA e RVCC), formadores e convidados - entre os quais se contaram Margarida Dias Coelho (filha do malogrado artista) e  Henrique Mota («O Farol») - escutou com atenção a comunicação e, no final, colocou algumas questões sobre o desconhecimento/ esquecimento português face a um cidadão ao qual, segundo Júlia Coutinho, Portugal tanto deve.

Conclusão final!
Está ainda por fazer a devida homenagem nacional a José Dias Coelho!
Ao homem, ao artista, ao cidadão!

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José Lourenço Cunha
Manuela Ventura Santos
Mário Neves (fotos)

1 comentário:

Júlia Coutinho disse...

Gostei muito de estar aí. Fui muito bem recebida.
Obrigada à Escola e ao CNO por me terem convidado. Fazem um excelente trabalho. meus amigos!
Oxalá a minha modesta intervenção tenha contribuido para um maior conhecimento da figura de JDC e, através dele, da passagem de testemunho dos valores que lhe foram caros: a Amizade, a Solidariedade e a Cidadania.

Abraço
Julia Coutinho

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