Fernando Pessoa representa uma figura inigualável, de uma grandiosidade poética marcante que sempre tendeu a não se cingir apenas ao seu próprio tempo, entoando ainda nos dias de hoje com a mesma preciosidade e originalidade com que se estreou.
Pessoa dota o papel em branco de incontáveis e pesadas emoções, com uma surpreendente audácia e uma capacidade brilhante, facilmente desenhando sentimentos de solidão, frustração, cansaço, tédio ou desespero, ao constatar o aprisionamento da sua pessoa a uma perigosa lucidez que o atormenta continuamente e que se traduz numa luta constante com o seu próprio eu.
É neste facto que habita o factor intemporal da poesia de Pessoa: um transbordar de pensamentos, uma preocupação constante com a obtenção de felicidade e do encontro da nossa própria identidade, uma saudade triste relativa a tempos felizes... sentimentos que assaltam tantas vezes a tranquilidade dos demais seres humanos.
Porém, apesar da existência de uma identificação pontual bastante forte com a natureza da temática do poeta em questão, não considero vantajosa a adopção da sua típica posição negativista constante, a sua dor de viver, o seu implícito desejo de vestir uma outra pele que não a sua.
Pessoa, prisioneiro da sua lucidez, tenta por diversas vezes alcançar um anti-sentimentalismo, conseguido pela intelectualização das suas emoções, que o próprio considera essencial à poesia. Este fingimento artístico é, sem dúvida, uma beleza poética fingida, na qual se silenciam inúmeros detalhes emocionais, na qual escapa aos olhos do leitor a verdadeira essência do poeta, e que, devido a esses mesmo factos, não patrocino.
Porém, considero notável o facto de que esta constante luta conduz Pessoa à sua própria divisão por diferentes personalidades e ideais em conflito dentro de si, distribuindo-as por três heterónimos, de naturezas bastante distintas, que é feito com uma tremenda habilidade como se de três autores distintos se tratasse, e, do ponto de vista psicológico, um tanto curioso a maneira como se deixava conduzir por personalidades distintas, subordinando-se por completo a estas, e considerando que com elas teria muito a aprender... é maravilhoso como tateava a “loucura” com uma lucidez plena. O carinho, relativamente à obra do poeta em questão, espera-se intemporal, pois dificilmente a articulação perfeita de sentimentos e a mestria com que brincava com as palavras dotarão outro ser-humano com a mesma genialidade como dominavam Pessoa.
Pessoa dota o papel em branco de incontáveis e pesadas emoções, com uma surpreendente audácia e uma capacidade brilhante, facilmente desenhando sentimentos de solidão, frustração, cansaço, tédio ou desespero, ao constatar o aprisionamento da sua pessoa a uma perigosa lucidez que o atormenta continuamente e que se traduz numa luta constante com o seu próprio eu.
É neste facto que habita o factor intemporal da poesia de Pessoa: um transbordar de pensamentos, uma preocupação constante com a obtenção de felicidade e do encontro da nossa própria identidade, uma saudade triste relativa a tempos felizes... sentimentos que assaltam tantas vezes a tranquilidade dos demais seres humanos.
Porém, apesar da existência de uma identificação pontual bastante forte com a natureza da temática do poeta em questão, não considero vantajosa a adopção da sua típica posição negativista constante, a sua dor de viver, o seu implícito desejo de vestir uma outra pele que não a sua.
Pessoa, prisioneiro da sua lucidez, tenta por diversas vezes alcançar um anti-sentimentalismo, conseguido pela intelectualização das suas emoções, que o próprio considera essencial à poesia. Este fingimento artístico é, sem dúvida, uma beleza poética fingida, na qual se silenciam inúmeros detalhes emocionais, na qual escapa aos olhos do leitor a verdadeira essência do poeta, e que, devido a esses mesmo factos, não patrocino.
Porém, considero notável o facto de que esta constante luta conduz Pessoa à sua própria divisão por diferentes personalidades e ideais em conflito dentro de si, distribuindo-as por três heterónimos, de naturezas bastante distintas, que é feito com uma tremenda habilidade como se de três autores distintos se tratasse, e, do ponto de vista psicológico, um tanto curioso a maneira como se deixava conduzir por personalidades distintas, subordinando-se por completo a estas, e considerando que com elas teria muito a aprender... é maravilhoso como tateava a “loucura” com uma lucidez plena. O carinho, relativamente à obra do poeta em questão, espera-se intemporal, pois dificilmente a articulação perfeita de sentimentos e a mestria com que brincava com as palavras dotarão outro ser-humano com a mesma genialidade como dominavam Pessoa.
Ana Maria Pereira
(aluna CCH - Línguas e Humanidades)
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