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«A influência da poesia de Fernando Pessoa na minha visão do mundo, da vida e da poesia...»


Fernando Pessoa é o poeta mais contemporâneo que estudei até agora, talvez seja por isso que é fácil identificar-me com a sua poesia.
Pessoa tem uma poesia intemporal. Apesar de ter surgido numa época de evolução cultural em Portugal com a vaga do Modernismo, não ficou presa no tempo, ainda hoje, nos nossos dias, numa sociedade completamente diferente da dos inícios do século XX e num mundo em que tudo muda e se transforma num segundo, a poesia de Pessoa mantêm-se inalterável.
Talvez seja este o facto que me permite que, através da poesia de Fernando Pessoa e dos seus heterónimos, seja possível reflectir sobre o mundo. Ao ler os poemas de Pessoa é provável que nos questionemos sobre o mundo que nos rodeia. Por um lado, podemos reflectir sobre o impacto do conhecimento no mundo, será que se o Homem não tivesse tamanha sede de conhecimento, lidaríamos hoje com algumas das maiores catástrofes da Humanidade como as guerras ou aquecimento global? Tudo isto é fruto do comportamento do Homem. Por outro lado, será que se não estivéssemos tão presos ao pensamento, éramos felizes? Ou o conhecimento é algo inevitável sem o qual não sobreviveríamos?
Se por um lado, podemos reflectir sobre o mundo, é mais natural ainda que através das palavras do poeta reflictamos sobre a nossa própria vida e sobre a forma como a encaramos. Pessoa concentra em si, ortónimo e seus heterónimos, as diversas filosofias de vida: se com Alberto Caeiro somos levados a reflectir sobre a pureza, a inocência e o determinismo da Natureza, sobre a forma simples como é possível ser feliz com pouco, apenas pelo convívio com a Natureza, já com Ricardo Reis tudo muda. Somos confrontados com uma visão muito mais racional da vida, construída sobre um equilíbrio entre o que se sente e o que se pensa, sem nunca ser levado pelas emoções de forma excessiva. Talvez me identifique mais com a forma racional de Ricardo Reis encarar a vida, embora admire muito a forma simples e natural como Alberto Caeiro é feliz.
Assim, considero, sem dúvida, que a poesia de Fernando Pessoa alterou a forma como vejo a poesia, uma vez que ao refletir sobre temas intemporais como a vida, o mundo e tudo o que nos rodeia, vou construindo a minha própria identidade.
Ana Martins
(aluna CCH - Línguas e Humanidades)

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