Durante o mês de novembro, os alunos do 11º ano da ESCT tiveram oportunidade de visionar – na BECRE ou em aula –, o episódio 6 da excecional série da RTP2 “Grandes Livros”, dedicado ao Sermão de Santo António aos Peixes, proferido pelo padre António Vieira na cidade de S. Luís do Maranhão, no Brasil, no ano de 1654.
Este documentário é de extrema importância para o estudo do Sermão, pois permite alargar conhecimentos sobre o autor e a obra. É feito um enquadramento a nível histórico, que nos permite situar no tempo acontecimentos relacionados com o padre António Vieira, desde o seu nascimento até à morte.
O grande modelo de inspiração para o padre António Vieira foi Santo António, que nasceu em Lisboa e que por ser um pregador que não era ouvido em Arimino, mudou o seu púlpito e auditório e, sem nunca desistir da doutrina, passou a “pregar aos peixes”. Estes, ao contrário dos homens, puseram as cabeças fora da água e ouviram-no com toda a atenção (“Começam a ferver as ondas, começam a concorrer os peixes, os grandes, os maiores, os pequenos, e postos todos por sua ordem com as cabeças de fora de água,António pregava e eles ouviam”). É esta situação que nos é apresentada logo na primeira parte do documentário.
Ao longo deste episódio, várias individualidades (portuguesas e brasileiras), desde historiadores a jornalistas, deixam a sua opinião sobre a obra do padre, assim como alguns aspetos curiosos sobre a sua agitada vida. São estas pequenas intervenções que tornam o episódio tão interessante e especial. É fantástico ficar a conhecer bem o homem em que o padre António Vieira se tornou, a diferença e a complexidade da sua maneira de pensar e até as suas crenças e visionarismo. Consegue-se perceber que António Vieira não tinha um temperamento fácil, o que, como afirma Isabel Almeida, professora de Literatura Portuguesa, “não é típico dos padres”.
Outro dos aspetos mais significativos sobre a vida do orador é a defensa dos índios e dos judeus. No final do episódio chegam até a aparecer algumas imagens do filme “A missão” de Roland Joffé cuja ação, à distância de cerca de um século após Vieira ter pregado o Sermão de Santo António aos Peixes, aponta para o árduo trabalho dos missionários que, tal como Vieira, pretendiam catequizar mas não escravizar os índios.
Na última parte deste excelente documentário, temos a perceção de que mesmo passados séculos da existência de Vieira, os pregadores continuam a ser o sal da terra e isto acontecerá por muitos mais anos, ao longo da história da humanidade.
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Ana Filipa Santos
(aluna CCH - Ciências e Tecnologias)
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