Com prefácio da socióloga Luísa Schmitd e responsabilidade de edição do conceituado jornal “Le Monde diplomatique”, a BECRE tem disponíveis para consulta vários exemplares deste atlas do ambiente publicado entre nós em 2008.
Para além de ter sido impresso em papel 100% reciclado e sem cloro, «em coerência com o princípio da preservação ambiental e da sustentabiidade ecológica» (p.2), conforme se faz questão de salientar na sua ficha técnica, este “Atlas do Ambiente – Análise e soluções” é bastante útil para alunos e professores de todas as áreas disciplinares do ensino secundário, pois a temática importa a todos: a crise ambiental.
Dividido em duas partes analíticas, “O que ameaça o planeta” e “O que pode salvar o planeta”, compostas por artigos que, na generalidade, contêm ainda matéria suficientemente actualizada, podemos também encontrar nas suas páginas sugestivos mapas, infografias e gráficos a acompanhar os textos e caixas com destaque para endereços electrónicos relacionados com o assunto abordado em cada artigo.
É pois, esta publicação um recurso educativo interessante para ser utilizado como fonte de informação na aprendizagem e no desenvolvimento de uma cultura que integre, ao mesmo tempo, o reconhecimento dos problemas ecológicos associados aos modelos de desenvolvimento energético e económico planetário dominantes, e aponte soluções verdes.
Alguns temas abordados nesta obra:Impor mundialmente o princípio do poluidor-pagador
Metade dos solos cultiváveis está degradada
O contágio do desenvolvimento urbano à americana
A longa história das evoluções do clima
O século dos refugiados do ambiente
A água, da rarefacção à escassez
O declínio da biodiversidade ameaça o planeta
Como a Suécia está a tornar-se uma sociedade sem petróleo
Energias renováveis: o dinamismo indiano
A edificação ecológica está a revolucionar a construção civil
Rumo a uma grande alteração do nosso modelo alimentar
Resíduos: Saint-Philbet dá o exemplo
E se não formos capazes ou não quisermos resolver todos os problemas que afectam o ambiente natural da Terra e conduzem às já sentidas alterações climáticas, chegaremos somente à conclusão de que o Relatório Brundtland (Our Common Future, ONU, 1987) cunhou a designação “desenvolvimento sustentável”, mas não legará à Humanidade a acção que a tão emblemática e fundamental frase «desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente, sem comprometer a capacidade das gerações vindouras satisfazerem as suas próprias necessidades» pede a cada um de nós em prol do ambiente global.
Habituei-me a reconhecer Eduard Osborne Wilson como “o homem das formigas”, pelo seu longo trabalho enquanto entomólogo no domínio dos himenópteros sociais. E talvez tenham sido estes insectos, as formigas, a revelar-lhe a maior lição para resolver o problema dos desequilíbrios ecológicos de natureza antrópica, quando admite que «a humanidade não se define pelo que cria, mas por aquilo que escolhe não destruir». Paremos, então, de destruir. Este, talvez seja o melhor caminho...
Hiperligações:
Rosa Espada
1 comentário:
Parabéns pelo excelente texto que consegue transmitir uma mensagem forte a todos (os que se preocupam e os que não querem saber das questões ambientais), sobre a necessidade de alterar comportamentos e mentalidades.
É necessário "abanar" as consciências mas antes disso, é preciso alargar o horizonte das pessoas através da elevação do seu nível de instrução.
Vamos ver o que Portugal consegue fazer pela elevação do nível de instrução da sua população, condição necessária para que compreendam que a terra é um organismo vivo e que precisamos todos uns dos outros, seres humanos, animais, plantas,etc.
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