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«A I República e a História» no Salão Nobre da C.M. Lisboa

Foto de Mário Neves
Com a presença do Presidente da Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República (Artur Santos Silva), do Presidente da Câmara Municipal de Lisboa (António Costa), entre outras individualidades, Mário Soares e Fernando Rosas encerraram ontem o ciclo de colóquios, resultante de uma parceria entre a Fundação Mário Soares e a Câmara Municipal de Lisboa, com duas intervenções bastante aplaudidas pelos participantes que encheram o Salão Nobre da edilidade alfacinha.
Fernando Rosas elucidou os presentes sobre a historiografia em torno das temáticas relacionadas com a I República, destacando o preconceito que existiu durante o regime do Estado Novo, o nascimento de um movimento historiográfico atento às realidades republicanas - quer com os estudos pioneiros de A. H. Oliveira Marques quer com a atenção dedicada ao movimento operário por Pacheco Pereira, Vasco Pulido Valente ou Manuel Villaverde Cabral; e o novo fôlego resultante do início do processo de comemorações, primeiro com o centenário do Regicídio, depois com o da Revolução do 5 de Outubro, e que possibilitou uma verdadeira "explosão" de produção científica em torno da I República e que foi acompanhada por um conjunto de iniciativas de alto relevo, como foram as exposições na Cordoaria Nacional e na antiga Cadeia da Relação no Porto, a par dos inúmeros cursos, conferências e colóquios, muitos dos quais promovidos pela Fundação Mário Soares e pelo Instituto de História Contemporânea.
Mário Soares, utilizando a sua vasta experiência pessoal de contacto com as diversas oposições ao Estado Novo então existentes, reiterou a maioria das posições assumidas anteriormente por Fernando Rosas e de uma forma exemplar defendeu porque não se pode considerar senão o regime saído da Revolução do 25 de Abril como o da II República, dado o desprezo manifesto pelo Estado Novo em relação à I República, ao demo-liberalismo e às instituições parlamentares e político-partidárias. Relembrou ainda que foi num contexto de crise económica e financeira, resultante dos dois anos de Ditadura Militar, que o antigo ministro das Finanças António de Oliveira Salazar, pouco a pouco instituiu uma verdadeira ditadura, a qual os portugueses sofreram durante 46 anos (1928-1974). Pediu a todos os presentes que reflectissem sobre o passado, sobretudo tendo em conta as dificuldades do presente. Não deixou ainda de defender a Constituição de 1976 que, na sua opinião, não deve ser alterada.

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José Fernando Vasco

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