O serviço público de educação é um pilar essencial e imprescindível de uma democracia que, por definição, garanta a igualdade de oportunidades e o desenvolvimento integral de uma sociedade moderna.

Para começar a construir uma biblioteca...

a
As árvores e os livros
a
As árvores como os livros têm folhas
e margens lisas ou recortadas,
e capas (isto é copas) e capítulos
de flores e letras de oiro nas lombadas

E são histórias de reis, histórias de fadas,
as mais fantásticas aventuras,
que se podem ler nas suas páginas,
no pecíolo, no limbo, nas nervuras.

As florestas são imensas bibliotecas,
e até há florestas especializadas,
com faias, bétulas e um letreiro
a dizer: «Floresta das zonas temperadas».

É evidente que não podes plantar
no teu quarto, plátanos ou azinheiras.
Para começar a construir uma biblioteca,
basta um vaso de sardinheiras.

Jorge Sousa Braga, Herbário (Lisboa: Assírio & Alvim, 1999)

Jorge Sousa Braga nasceu em 1957, no concelho de Vila Verde, e é médico obstetra no Porto. Os seus cinco primeiros livros de poesia, publicados nos anos oitenta, encontram-se reunidos em O Poeta Nu (1991). É também notável tradutor, tendo traduzido para português poemas de Jorge Luis Borges, Matsuo Bashô, Li Po e Appolinaire.
Com a obra Herbário, um livro de poesia para crianças e jovens e que os adultos também gostam de ler, foi distinguido com o Grande Prémio Gulbenkian de Literatura para Crianças e Jovens, sendo este também um dos livros recomendados pelo PNL.

Alguns títulos - O Poeta Nu (1991), 2.ª edição, Fenda Edições, Lisboa, 1999; Fogo Sobre Fogo, Fenda Edições, Lisboa, 1998; Herbário, Assírio & Alvim, Lisboa, 1999; A Ferida Aberta, Assírio & Alvim, Lisboa, 2001; Pó de Estrelas, Assírio & Alvim, Lisboa, 2004; Porto de Abrigo, Assírio & Alvim, Lisboa, 2005.
Adaptado de: Infopédia
Rosa Espada

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