O serviço público de educação é um pilar essencial e imprescindível de uma democracia que, por definição, garanta a igualdade de oportunidades e o desenvolvimento integral de uma sociedade moderna.

Discos de cobre e zinco depois de pernas de rã

A. Volta apresentando a pilha voltaica a Napoleão, Giuseppe Bertini (1825-1898)

A segunda metade do século XIX foi importante do ponto de vista do início de um estudo sistematizado das características básicas da electricidade. É por esta altura que o físico holandês Petrus van Musschenbroek (1692-1761) faz furor na Europa com a sua «garrafa de Leiden», que Benjamim Franklin (1706-1790) lança o seu papagaio de papel aos relâmpagos, e que animais como a tremelga (peixe torpedo), o gimnoto (enguia eléctrica) e as pernas de rã utilizadas em experiências por Luigi Galvani (1737-1798) parecem sugerir a existência de uma «electricidade animal».
Alessandro Volta (1745-1827) foi sensibilizado por estes momentos de extrema curiosidade em torno da compreensão dos fenómenos de natureza eléctrica, em especial pelos trabalhos de Luigi Galvani, e, no ano de 1800, este professor de física da Universidade de Pavia constrói a primeira bateria eléctrica de que há memória - a pilha voltaica.
Este gerador de corrente eléctrica constava de discos metálicos de cobre e zinco dispostos alternadamente, separados entre si por pedaços de pano embebidos em água acidulada (com ácido sulfúrico). Um arame de cobre corria desde o disco inferior até ao disco que se encontrava no topo. Entre o cobre e o zinco uma reacção química (electrólise) fazia com que fosse produzida uma corrente eléctrica contínua que se deslocava pelo arame (fio condutor) até que a energia química contida nos discos metálicos se esgotasse. Para obter uma corrente eléctrica mais forte bastaria empilhar mais discos de cobre e zinco (30, 40, 60 discos). Ou seja, construir uma pilha de maiores dimensões.
A Royal Society (Londres) foi informada por Volta sobre o invento por intermédio de uma carta escrita em francês, ao mesmo tempo que este se tornava cada vez mais popular no território europeu. Napoleão Bonaparte (1769-1821) manda Alessandro Volta deslocar-se a Paris para que lhe apresente a pilha de que todos falavam nos círculos científicos. A possibilidade de produção de uma corrente eléctrica contínua era um feito de tal forma notável, que depois de realizada a apresentação pedida o então primeiro consul de França nomeia Volta conde e senador do reino de Itália.
Hoje, em qualquer laboratório escolar de Química a pilha de Volta pode igualmente ser construída segundo a disposição simples mostrada na figura à direita colocada. A tina de vidro com uma solução de ácido sulfúrico (electrólito), as placas metálicas de cobre e zinco (eléctrodos/polos) e um fio condutor a ligá-las. Enquanto existir uma diferença de potencial entre os dois eléctrodos (determinada pelo grau de facilidade com que o cobre e o zinco libertam iões na água acidulada), a corrente eléctrica passará pelo fio condutor.
O professor Volta não poderia sequer suspeitar dos benefícios futuros que a invenção deste seu gerador eléctrico traria à humanidade. Ao procurar explicar melhor o facto da contracção dos músculos das pernas de rãs quando ligadas a um arco metálico, descobriu a maneira de produzir uma corrente eléctrica contínua.

Hiperligações:
Alessandro Volta (Wikipédia)
Carta de A. Volta, publicada em 1800 no periódico "Philosophical Trasactions" da Royal Society.
Pilha de Volta (vídeo, 8min 03s)

Rosa Espada

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