O serviço público de educação é um pilar essencial e imprescindível de uma democracia que, por definição, garanta a igualdade de oportunidades e o desenvolvimento integral de uma sociedade moderna.

«Troilo e Créssida» de William Shakespeare

Inédita em Portugal, a peça Troilo e Créssida, de William Shakespeare, estreia-se a 29 de Abril, numa nova produção do Teatro Municipal de Almada, dirigida por Joaquim Benite e José Martins. Escrita entre 1602 e 1603 – contemporânea de Hamlet, portanto –, a peça foi desprezada até finais do século XIX, sendo-lhe apontados desequilíbrios vários (seria uma comédia ou uma tragédia?) e, até, um recorte escandaloso.
A história do amor arrebatado entre o herói Troilo – o mais jovem dos filhos de Príamo, rei da cidade de Tróia – e a grega Créssida, que tem lugar numa Tróia já sitiada pelos gregos – é apenas uma das linhas que tece esta trama dramática, mais interessada em demonstrar a pusilanimidade do grego Aquiles, cuja recusa em combater custa a Nestor e a Ulisses persuasivos apelos a uma mudança de atitude.
A infidelidade de Créssida – personagem medieval que aqui se intromete –, o apagamento de Troilo e a morte de Heitor às mãos de Aquiles sinalizam a decadência de um mundo heróico, que tocou particularmente os encenadores contemporâneos, desiludidos com um Mundo de guerras e enganos sucessivos.

Estando a rainha moribunda (Isabel I de Inglaterra morreria em 1603), William Shakespeare escreve Troilo e Créssida, peça em que – segundo Peter Ackroyd, autor de Shakespeare/A biografia – «todas as certezas e crenças da vida de corte são tratadas como material para riso e humor negro. [...]
Troilo e Créssida é uma comédia selvagem e satírica sobre os temas do amor e da guerra, que trata ambos como falsos e volúveis. [...] As palavras de Shakespeare são magnéticas. Todas as partículas de uma cultura de corte decadente, um mundo decadente de heroísmo e nobreza individuais atravessaram o seu ser».

Tradução: António CONDE
Cenário e figurinos: Christian RÄTZ
Desenho de Luz: José Carlos NASCIMENTO
Intérpretes: Alberto QUARESMA, André ALBUQUERQUE, André GOMES, André LAIRES, André SILVA, Carlos PEREIRA, Carlos SANTOS, Celestino SILVA, Ivo ALEXANDRE, Jaime SOARES, João ABEL, Luís VICENTE, Luzia PARAMÉS, Manuel MENDONÇA, Maria FRADE, Mário SPENCER, Marques D’AREDE, Miguel MARTINS, Mónica DUARTE, Tânia SILVA

29 ABRIL a 16 MAIO 2010
Qua a Sáb às 21h30 - Ter e Dom às 16h00
Sex, 14 de Maio às 16h00
Adaptado de:ctalmada
Sónia Lapa

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