Em 1982, sete anos depois do fim do Processo Revolucionário Em Curso (PREC), José Mário Branco editou «Ser solidário», um duplo e eclético álbum que navegava entre o fado e o jazz, entre a canção francesa e a moda popular. Uma das canções em destaque no disco, sobretudo pelo profundo significado da letra, é «Eu vim de longe», um pungente testemunho de esperança e desilusão pelo curso dos acontecimentos entre Abril de 1974 e Novembro de 1975. Independentemente dos posicionamentos políticos que possamos ter face ao curso da revolução portuguesa, José Mário Branco é uma das suas figuras maiores e permanece, ainda hoje, uma referência máxima da música portuguesa, quer como músico e compositor, quer como produtor.
«Eu vim de longe»
(1982)
Letra e música:
José Mário Branco
Quando o avião aqui chegou
Quando o mês de Maio começou
Eu olhei para ti
Então entendi
Foi um sonho mau que já passou
Foi um mau bocado que acabou
Tinha esta viola numa mão
Uma flor vermelha n´outra mão
Tinha um grande amor
Marcado pela dor
E quando a fronteira me abraçou
Foi esta bagagem que encontrou
Eu vim de longe
De muito longe
O que eu andei p´ra´qui chegar
Eu vou p´ra longe
P´ra muito longe
Onde nos vamos encontrar
Com o que temos p´ra nos dar
E então olhei à minha volta
Vi tanta esperança andar à solta
Que não hesitei
E os hinos cantei
Foram feitos do meu coração
Feitos de alegria e de paixão
Quando a nossa festa s´estragou
E o mês de Novembro se vingou
Eu olhei p´ra ti
E então entendi
Foi um sonho lindo que acabou
Houve aqui alguém que se enganou
Tinha esta viola numa mão
Coisas começadas noutra mão
Tinha um grande amor
Marcado pela dor
E quando a espingarda se virou
Foi p´ra esta força que apontou
Hiperligações:
Quando o avião aqui chegou
Quando o mês de Maio começou
Eu olhei para ti
Então entendi
Foi um sonho mau que já passou
Foi um mau bocado que acabou
Tinha esta viola numa mão
Uma flor vermelha n´outra mão
Tinha um grande amor
Marcado pela dor
E quando a fronteira me abraçou
Foi esta bagagem que encontrou
Eu vim de longe
De muito longe
O que eu andei p´ra´qui chegar
Eu vou p´ra longe
P´ra muito longe
Onde nos vamos encontrar
Com o que temos p´ra nos dar
E então olhei à minha volta
Vi tanta esperança andar à solta
Que não hesitei
E os hinos cantei
Foram feitos do meu coração
Feitos de alegria e de paixão
Quando a nossa festa s´estragou
E o mês de Novembro se vingou
Eu olhei p´ra ti
E então entendi
Foi um sonho lindo que acabou
Houve aqui alguém que se enganou
Tinha esta viola numa mão
Coisas começadas noutra mão
Tinha um grande amor
Marcado pela dor
E quando a espingarda se virou
Foi p´ra esta força que apontou
Canções de Abril II - José Afonso. A morte saiu à rua
Canções de Abril III - Sérgio Godinho. Que força é essa
Canções de Abril IV - Adriano Correia de Oliveira. Trova do vento que passa
Canções de Abril V - Carlos Paredes. Verdes anos
Canções de Abril III - Sérgio Godinho. Que força é essa
Canções de Abril IV - Adriano Correia de Oliveira. Trova do vento que passa
Canções de Abril V - Carlos Paredes. Verdes anos
Canções de Abril X - Quarteto 1111. Cantamos pessoas vivas
Canções de Abril XI - José Afonso. Coro da Primavera
Canções de Abril XI - José Afonso. Coro da Primavera
Canções de Abril XIII - Paulo de Carvalho. E depois do adeus
Canções de Abril XIV - José Afonso. Grândola Vila Morena
Canções de Abril XV - Madredeus. As Brumas do FuturoCanções de Abril XIV - José Afonso. Grândola Vila Morena
Hiperligações:
José Fernando Vasco
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