«A democracia, a equidade e a justiça social, a paz e a harmonia
com o nosso meio ambiente natural devem ser palavras-chave deste mundo em transformação.
[...] A educação é "a força do futuro" porque constitui um dos instrumentos mais poderosos
para realizar a modificação.»
Morin, Edgar (2002). Os sete saberes para a educação do futuro.
Prefácio do Director-Geral da Unesco Federico Mayor.
Lisboa: Instituto Piaget, p. 11
com o nosso meio ambiente natural devem ser palavras-chave deste mundo em transformação.
[...] A educação é "a força do futuro" porque constitui um dos instrumentos mais poderosos
para realizar a modificação.»
Morin, Edgar (2002). Os sete saberes para a educação do futuro.
Prefácio do Director-Geral da Unesco Federico Mayor.
Lisboa: Instituto Piaget, p. 11
Numa perspectiva sistémica das organizações educativas - «conjuntos de elementos estruturados que visam certos fins determinados pela sociedade, apoiados em estratégias e tácticas.» - que Yves Bertrand e Paul Valois perfilham como modelo analítico para o estudo das relações entre aquelas e os diferentes tipos de sociedade, bem como dos efeitos das opções educativas sobre o todo social; os autores defendem que a mudança deve constituir o cerne: a mudança operacional, estratégica, ou paradigmática visa, respectivamente, a permanência, a adaptação ou a transformação radical da sociedade.
Segundo os autores, a organização educativa é «um subsistema aberto». A relação escola-sociedade explicita-se em três campos de análise:
- o campo paradigmático: « transforma em orientações da actividade social, as generalizações e as concepções que englobam uma concepção do conhecimento e das relações entre a pessoa, a sociedade e a natureza, um conjunto de valores e interesses, uma forma de executar e uma significação global da actividade humana.» (Bertrand, Valois: 1994, 21)
- o campo político: «onde se opera a transformação das orientações definidas pelo campo paradigmático em normas, leis e regras.» (Bertrand, Valois: 1994, 21)
- o campo organizacional: campo da «concretização de fins específicos.» (Bertrand, Valois: 1994, 22)
A reflexão sobre os paradigmas socioculturais que exprimem a «acção exercida pela sociedade, a partir da sua actividade, sobre as suas práticas sociais e culturais, através da combinação de cinco componentes: uma concepção de conhecimento, uma concepção das relações entre a pessoa, a sociedade e a natureza; um conjunto de valores e interesses, uma forma de executar e um significado global da actividade humana.» (Bertrand, Valois: 1994, 29); complementa-se com a reflexão sobre a articulação entre os inputs que as organizações educativas recebem da sociedade - o que a sociedade espera delas - e a retro-informação gerada através do questionamento dos modelos e abordagens, práticas pedagógicas e resultados: aí estamos no domínio dos paradigmas educacionais.
Quatro paradigmas socioculturais são colocados para a nossa reflexão:
1. O paradigma industrial - «aplicação da racionalidade científica às actividades humanas e [...] crença no progresso material» (Bertrand, Valois, 1994: 85)
2. O paradigma sociocultural existencial - «criação de uma sociedade centrada na pessoa» que vise «o crescimento e a formação afectiva das pessoas», o que implica a superação da sociedade industrial (Bertrand, Valois, 1994: 40)
3. O paradigma sociocultural da dialéctica social - «visa uma modificação profunda da organização da sociedade» (Bertrand, Valois, 1994: 40), em prol do «ser social».
4. O paradigma sociocultural simbiosinergénico - uma visão simultânea em termos sociais, ecológicos e espirituais, em prol da formação de «novas comunidades» e do «mutualismo não-hierárquico».
Numa opção consciente e criteriosa por um paradigma educacional deverá estar subjacente a reflexão sobre as diversas funções, fundamentais para os fins que qualquer organização educativa deve/escolhe perseguir:
* função epistemológica - forma e modo(s) de conhecimento, de apreensão da realidade, o que implica uma reflexão sobre as oposições ensino vs. instrução, transmissão vs. aprendizagem, e os papéis do aluno e do professor.
* função cultural - modelo de criatividade, de mudança da realidade, da ideia de cultura, pessoa, valores e interesses.
* função política - modelo de tomada de decisões - o que implica uma reflexão sobre as oposições centralização vs autonomia, direcção vs autogestão
* função económica e social - permanência, adaptação ou transformação societal.
Os autores de «Paradigmas educacionais - escola e sociedades» (1994) identificam cinco paradigmas educacionais que se articulam com quatro paradigmas socioculturais que correspondem a outras tantas visões/tipos de sociedade:
1. paradigma racional (abordagem mecanicista) <-> paradigma sociocultural industrial <-> sociedade industrial: defende o modo de conhecimento racional e a concepção reducionista da pessoa: «o conhecimento é uma imagem objectiva e exterior ao sujeito (Bertrand, Valois, 1994: 86); a primazia do individualismo e do interesse económico: «a sociedade [...] como um agregado de indivíduos que se comportam de forma individualista»; «inscreve os seres humanos em relações de autoridade»; a «noção de igualdade de oportunidades»; a «competição justa [...] meritocracia [...] concepção de liberdade» (Bertrand, Valois, 1994: 90-91); a transmissão de um saber (conhecimento, valores) predeterminado; a ciência como modelo de conhecimento; a ideia de progresso, sobretudo económico e científico; a adaptação do aluno à sociedade; a instrução.
2. paradigma tecnológico (abordagem tecno-sistémica) <-> paradigma sociocultural industrial <-> sociedade industrial: defende o modo de conhecimento racional e a construção do "ser tecnológico", o desenvolvimento tecnológico e imagem de tecno-criatividade, privilegia o "como " ao "porquê", o predomínio da ciência e da tecnologia, a eficácia no ensino e na aprendizagem, na transmissão dos conhecimentos, verificados empiricamente; privilegia as tecnologias e modos/estratégias de comunicação, os resultados e validação da acção educativa, a desideologização dos problemas, abordados atomizadamente e sob uma perspectiva tecnológica; e encara a educação como ciência - estruturas hierárquicas que garantam a eficácia da aprendizagem; a educação como «metodologia de organização das situações de aprendizagem» (Bertrand, Valois, 1994: 113); o professor como pensador e organizador. Advoga a abordagem sistémica e hipermediatizada.
3. paradigma humanista (abordagem orgânica) <-> paradigma sociocultural humanista <-> sociedade centrada na pessoa: encara o modo de conhecimento (subjectivo e inclusivo) como processo (relações) total do indivíduo e defende uma sociedade centrada na pessoa e no seu desenvolvimento; advoga a primazia da liberdade e da existência subjectiva, isto é, individual, a criatividade subjectiva e a interacção entre as pessoas; critica o autoritarismo; encara o aluno como «agente activo e primeiro do seu processo de aprendizagem, [...] o resultado da interacção entre o aluno e o ambiente» e o professor, na esteira de Rogers (1976), como facilitador e guia, isto é, o "aprender a aprender".
4. paradigma sociointeraccional (abordagem da autogestão pedagógica) <-> paradigma sociocultural da dialéctica social <-> sociedade autogerida: defende o modo de conhecimento dialéctico (experiência <-> cultura <-> pensamento) ; a não separação sujeito/objecto do conhecimento ; a lógica da totalização; a integração da pessoa na sociedade => ser social; a recusa do idealismo, os valores da liberdade, igualdade e justiça e a recusa do autoritarismo, da hierarquia e da opressão; a autogestão educativa/pedagógica, produto/indutora da autogestão política; o aluno deve, pois, constituir-se como analista social em prol de uma ruptura na sociedade/novos sistema de influência/novas forças sociais.
5. paradigma inventivo (abordagem da pedagogia social do autodesenvolvimento) <-> paradigma sociocultural simbiosinergénico <-> novas comunidades: aborda o «macroproblema mundial»,simultaneamente numa dimensão ecológica (Homem <-> Terra), societal (indivíduo <-> indivíduo <-> indivíduo), praxeológica (acção <-> efeito), cósmica (processo de hominização) e espiritual (Indivíduo <-> Todo); defende o modo simbiótico (sujeito#objecto) de conhecimento ; a ciência global da vida, recusando as separações artificiais ; a actividade e a liberdade como motores do progresso histórico e cósmico; a existência de comunidades (mutualismo não hierárquico), não sociedades, onde o indivíduo como holon, integrado num ecossitema, seja um trabalhador-criador, em prol da invenção do futuro; defende a promoção da heterogeneidade e das diferenças <-> simbiosinergia; e a pedagogia social do autodesenvolvimento - saber fazer / saber pensar / saber viver em conjunto / saber partilhar / saber comunicar.
A escolha de um paradigma educacional e de uma abordagem pedagógica implica a opção por um tipo de sociedade. Para os autores, « a educação deve assumir um duplo papel [...:] assegurar, ao mesmo tempo, uma certa permanência da aquisição e uma crítica desta aquisição numa perspectiva de transformação societal.» (Bertrand, Valois, 1994: 254). Apesar de claramente tenderem para a resolução do «macroproblema mundial» através da adopção do paradigma sociocultural simbiosinergénico que pressupõe outra concepção de organização educativa e, mesmo, de aprendizagem muito para além da realidade actual.
Acredito que nenhum destes paradigmas é adoptado e posto em prática de forma pura. Acredito inclusivé que, em todas as escolas portuguesas, cada aluno terá já tomado contacto com professores que defendem, de uma forma mais ou menos convicta, mais ou menos militante, diferentes paradigmas educacionais, sobretudo o racional, o tecnológico e o humanista. Se a legislação portuguesa que regulamenta o sistema educativo parece-me adoptar o paradigma humanista, permanecem em número e influência assinaláveis os defensores do paradigma racional e, mais recentementemente, os defensores do paradigma tecnológico, agora com novas roupagens e, muitas vezes, outros equívocos.
Os paradigmas sociointeraccional e inventivo permanecem, a meu ver, como verdadeiras utopias mas este último apresenta-nos reflexões interessantes sobre o que poderá vir a ser a educação do futuro e o modo de encarar a aprendizagem e o conhecimento. Talvez necessitemos de um novo paradigma que conjugue vários dos elementos dos paradigmas apresentados por Yves Bertrand e Paul Valois.
Ou, como defende Edar Morin (2002) precisemos de encarar o conhecimento não como um "ready made" mas sob critérios de pertinência. Seguramente precisamos de ensinar aos nossos alunos a "condição humana" e a "identidade terrena", de os dotar de ferramentas para lidarem com a "incerteza" - ainda para mais num mundo em acelerada e, muitas vezes, imprevisível transformação e onde a crítica e a autocrítica são tão necessárias. Urgentemente precisamos de lhes ensinar a compreensão, a tolerância e a noção de complementaridade na diversidade. Desse modo talvez seja viável uma "antropo-ética"! E uma consciência de cidadania global, planetária que ultrapasse os egoísmos e as limitações do particular.
Talvez seja esse o momento da resolução do «macroproblema mundial».
Segundo os autores, a organização educativa é «um subsistema aberto». A relação escola-sociedade explicita-se em três campos de análise:
- o campo paradigmático: « transforma em orientações da actividade social, as generalizações e as concepções que englobam uma concepção do conhecimento e das relações entre a pessoa, a sociedade e a natureza, um conjunto de valores e interesses, uma forma de executar e uma significação global da actividade humana.» (Bertrand, Valois: 1994, 21)
- o campo político: «onde se opera a transformação das orientações definidas pelo campo paradigmático em normas, leis e regras.» (Bertrand, Valois: 1994, 21)
- o campo organizacional: campo da «concretização de fins específicos.» (Bertrand, Valois: 1994, 22)
A reflexão sobre os paradigmas socioculturais que exprimem a «acção exercida pela sociedade, a partir da sua actividade, sobre as suas práticas sociais e culturais, através da combinação de cinco componentes: uma concepção de conhecimento, uma concepção das relações entre a pessoa, a sociedade e a natureza; um conjunto de valores e interesses, uma forma de executar e um significado global da actividade humana.» (Bertrand, Valois: 1994, 29); complementa-se com a reflexão sobre a articulação entre os inputs que as organizações educativas recebem da sociedade - o que a sociedade espera delas - e a retro-informação gerada através do questionamento dos modelos e abordagens, práticas pedagógicas e resultados: aí estamos no domínio dos paradigmas educacionais.
Quatro paradigmas socioculturais são colocados para a nossa reflexão:
1. O paradigma industrial - «aplicação da racionalidade científica às actividades humanas e [...] crença no progresso material» (Bertrand, Valois, 1994: 85)
2. O paradigma sociocultural existencial - «criação de uma sociedade centrada na pessoa» que vise «o crescimento e a formação afectiva das pessoas», o que implica a superação da sociedade industrial (Bertrand, Valois, 1994: 40)
3. O paradigma sociocultural da dialéctica social - «visa uma modificação profunda da organização da sociedade» (Bertrand, Valois, 1994: 40), em prol do «ser social».
4. O paradigma sociocultural simbiosinergénico - uma visão simultânea em termos sociais, ecológicos e espirituais, em prol da formação de «novas comunidades» e do «mutualismo não-hierárquico».
Numa opção consciente e criteriosa por um paradigma educacional deverá estar subjacente a reflexão sobre as diversas funções, fundamentais para os fins que qualquer organização educativa deve/escolhe perseguir:
* função epistemológica - forma e modo(s) de conhecimento, de apreensão da realidade, o que implica uma reflexão sobre as oposições ensino vs. instrução, transmissão vs. aprendizagem, e os papéis do aluno e do professor.
* função cultural - modelo de criatividade, de mudança da realidade, da ideia de cultura, pessoa, valores e interesses.
* função política - modelo de tomada de decisões - o que implica uma reflexão sobre as oposições centralização vs autonomia, direcção vs autogestão
* função económica e social - permanência, adaptação ou transformação societal.
Os autores de «Paradigmas educacionais - escola e sociedades» (1994) identificam cinco paradigmas educacionais que se articulam com quatro paradigmas socioculturais que correspondem a outras tantas visões/tipos de sociedade:
1. paradigma racional (abordagem mecanicista) <-> paradigma sociocultural industrial <-> sociedade industrial: defende o modo de conhecimento racional e a concepção reducionista da pessoa: «o conhecimento é uma imagem objectiva e exterior ao sujeito (Bertrand, Valois, 1994: 86); a primazia do individualismo e do interesse económico: «a sociedade [...] como um agregado de indivíduos que se comportam de forma individualista»; «inscreve os seres humanos em relações de autoridade»; a «noção de igualdade de oportunidades»; a «competição justa [...] meritocracia [...] concepção de liberdade» (Bertrand, Valois, 1994: 90-91); a transmissão de um saber (conhecimento, valores) predeterminado; a ciência como modelo de conhecimento; a ideia de progresso, sobretudo económico e científico; a adaptação do aluno à sociedade; a instrução.
2. paradigma tecnológico (abordagem tecno-sistémica) <-> paradigma sociocultural industrial <-> sociedade industrial: defende o modo de conhecimento racional e a construção do "ser tecnológico", o desenvolvimento tecnológico e imagem de tecno-criatividade, privilegia o "como " ao "porquê", o predomínio da ciência e da tecnologia, a eficácia no ensino e na aprendizagem, na transmissão dos conhecimentos, verificados empiricamente; privilegia as tecnologias e modos/estratégias de comunicação, os resultados e validação da acção educativa, a desideologização dos problemas, abordados atomizadamente e sob uma perspectiva tecnológica; e encara a educação como ciência - estruturas hierárquicas que garantam a eficácia da aprendizagem; a educação como «metodologia de organização das situações de aprendizagem» (Bertrand, Valois, 1994: 113); o professor como pensador e organizador. Advoga a abordagem sistémica e hipermediatizada.
3. paradigma humanista (abordagem orgânica) <-> paradigma sociocultural humanista <-> sociedade centrada na pessoa: encara o modo de conhecimento (subjectivo e inclusivo) como processo (relações) total do indivíduo e defende uma sociedade centrada na pessoa e no seu desenvolvimento; advoga a primazia da liberdade e da existência subjectiva, isto é, individual, a criatividade subjectiva e a interacção entre as pessoas; critica o autoritarismo; encara o aluno como «agente activo e primeiro do seu processo de aprendizagem, [...] o resultado da interacção entre o aluno e o ambiente» e o professor, na esteira de Rogers (1976), como facilitador e guia, isto é, o "aprender a aprender".
4. paradigma sociointeraccional (abordagem da autogestão pedagógica) <-> paradigma sociocultural da dialéctica social <-> sociedade autogerida: defende o modo de conhecimento dialéctico (experiência <-> cultura <-> pensamento) ; a não separação sujeito/objecto do conhecimento ; a lógica da totalização; a integração da pessoa na sociedade => ser social; a recusa do idealismo, os valores da liberdade, igualdade e justiça e a recusa do autoritarismo, da hierarquia e da opressão; a autogestão educativa/pedagógica, produto/indutora da autogestão política; o aluno deve, pois, constituir-se como analista social em prol de uma ruptura na sociedade/novos sistema de influência/novas forças sociais.
5. paradigma inventivo (abordagem da pedagogia social do autodesenvolvimento) <-> paradigma sociocultural simbiosinergénico <-> novas comunidades: aborda o «macroproblema mundial»,simultaneamente numa dimensão ecológica (Homem <-> Terra), societal (indivíduo <-> indivíduo <-> indivíduo), praxeológica (acção <-> efeito), cósmica (processo de hominização) e espiritual (Indivíduo <-> Todo); defende o modo simbiótico (sujeito#objecto) de conhecimento ; a ciência global da vida, recusando as separações artificiais ; a actividade e a liberdade como motores do progresso histórico e cósmico; a existência de comunidades (mutualismo não hierárquico), não sociedades, onde o indivíduo como holon, integrado num ecossitema, seja um trabalhador-criador, em prol da invenção do futuro; defende a promoção da heterogeneidade e das diferenças <-> simbiosinergia; e a pedagogia social do autodesenvolvimento - saber fazer / saber pensar / saber viver em conjunto / saber partilhar / saber comunicar.
Acredito que nenhum destes paradigmas é adoptado e posto em prática de forma pura. Acredito inclusivé que, em todas as escolas portuguesas, cada aluno terá já tomado contacto com professores que defendem, de uma forma mais ou menos convicta, mais ou menos militante, diferentes paradigmas educacionais, sobretudo o racional, o tecnológico e o humanista. Se a legislação portuguesa que regulamenta o sistema educativo parece-me adoptar o paradigma humanista, permanecem em número e influência assinaláveis os defensores do paradigma racional e, mais recentementemente, os defensores do paradigma tecnológico, agora com novas roupagens e, muitas vezes, outros equívocos.
Os paradigmas sociointeraccional e inventivo permanecem, a meu ver, como verdadeiras utopias mas este último apresenta-nos reflexões interessantes sobre o que poderá vir a ser a educação do futuro e o modo de encarar a aprendizagem e o conhecimento. Talvez necessitemos de um novo paradigma que conjugue vários dos elementos dos paradigmas apresentados por Yves Bertrand e Paul Valois.
Ou, como defende Edar Morin (2002) precisemos de encarar o conhecimento não como um "ready made" mas sob critérios de pertinência. Seguramente precisamos de ensinar aos nossos alunos a "condição humana" e a "identidade terrena", de os dotar de ferramentas para lidarem com a "incerteza" - ainda para mais num mundo em acelerada e, muitas vezes, imprevisível transformação e onde a crítica e a autocrítica são tão necessárias. Urgentemente precisamos de lhes ensinar a compreensão, a tolerância e a noção de complementaridade na diversidade. Desse modo talvez seja viável uma "antropo-ética"! E uma consciência de cidadania global, planetária que ultrapasse os egoísmos e as limitações do particular.
Talvez seja esse o momento da resolução do «macroproblema mundial».
José Fernando Vasco
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