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«A Viagem do Beagle» de Charles Darwin

Disponível para consulta na BECRE

Com a chancela da editora Relógio d'Água, o livro "A Viagem do Beagle - Viagem de Um Naturalista à Volta do Mundo", foi elaborado a partir da tradução da edição de 1845 do Journal of Researches into the Natural History and Geology of the Countries Visited During the Voyage of H.M.S. Beagle Round the World de Charles Darwin (1809-1882), uma obra que o famoso naturalista britânico quis que fosse mais "legível", ou seja, que pudesse ser lida por um público alargado. É Darwin quem escreve: «Esta obra contém a história da nossa [tripulação] viagem, sob a forma de um diário, e diferentes apontamentos das observações de história natural e de geologia que penso serão de algum interesse para a maioria dos leitores.» (do Prefácio, p.19).
Por isso, ao longo de mais de 400 páginas descritivas (e opinativas!), Darwin relata, fundamentalmente, os dias da viagem iniciada em 1831 com o objectivo principal de vigiar e mapear as costas da América do Sul para o Almirantado Britânico. Durante os cinco anos que demorou esta viagem, a embarcação H.M.S. Beagle navegou à volta do mundo, tendo estado, por exemplo, no Taiti, na Nova Zelândia, na Austrália, nas Ilhas Keeling e no Cabo da Boa Esperança.
A diversificada rota de navegação do Beagle e o trabalho entusiasmado e original de Darwin, constituiram para este investigador o leitmotiv de uma vida dedicada ao desenvolvimento do conhecimento científico nos domínios da biologia e da geologia. O produto intelectual da viagem realizada a bordo do Beagle foi o elemento mais importante utilizado por Darwin na elaboração da teoria da evolução das espécies por intermédio da selecção natural.
Para além do texto principal do livro, é também possível encontrar nele um guia biográfico, uma cronologia de Darwin entre 1809 (ano do seu nascimento) e 1839 (ano em que é nomeado "Fellow" da Royal Society of London), a reprodução do frontispício da 1.ª edição do Journal of Researches (1839), e gravuras com desenhos (arquipélago das Galápagos, cabeças de tentilhões, barreiras de recifes de coral, canais lagunares) e mapas da época (mapa-mundo e mapa da América do Sul em 1830, com os lugares mais importantes indicados por Darwin no texto).
A quem interessar a presente obra, verá nesta um trabalho de aventura ancorado na biologia das espécies vivas no seu meio ambiente natural, na geologia das regiões visitadas, na geografia física e humana, e nos aspectos político-sociais (veja-se, a propósito, as considerações de Darwin sobre a escravatura). São 21 capítulos complementados por notas, com início nas Ilhas de Cabo Verde e fim nas Ilhas Maurícias. Um livro interessante, sem dúvida, sobre os cinco anos mais marcantes do amadurecimento de Darwin enquanto investigador.
Na capa, um detalhe do mapa do arquipélago das Galápagos desenhado pelos oficiais do Beagle em 1835 reforça a associação, para sempre, destas ilhas ao trabalho científico de Charles Darwin. E ele assim o quis: «À laia de conclusão, parece-me que nada poderá fazer melhor a um jovem naturalista do que uma viagem por regiões longínquas. Esta em parte incita e em parte sossega esse desejo e essa ânsia que, como faz notar Sir J. Herschel [naturalista e astrónomodo século XIX], um homem continua a experimentar depois de satisfeitas todas as suas necessidades físicas.» (p.420).

Um modelo do H.M.S. Beagle

A viagem realizada pelo H.M.S. Beagle (linha vermelha)

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