O serviço público de educação é um pilar essencial e imprescindível de uma democracia que, por definição, garanta a igualdade de oportunidades e o desenvolvimento integral de uma sociedade moderna.
Ciclo Arte / Ciclo Docs: «A liberdade guiando o povo» (avaliação)
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Ciclo Arte,
Ciclo Docs,
Estatística
Publicam-se os dados relativos à avaliação de Ciclo Arte/Ciclo Docs
«A liberdade guiando o povo».
José Fernando Vasco
Ciclo Conferências: «A crise financeira» (avaliação)
Publicam-se os dados relativos à avaliação efectuada por alunos e professores
que estiveram presentes na conferência subordinada à temática
«A crise financeira».
José Fernando Vasco
«Os Juncos Silvestres» de André Téchiné
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Ciclo Cinema,
Cinema
Título original: Les Roseaux Sauvages
Realizador: André Téchiné
Argumento: Olivier Massart, Gilles Taurand e André Téchiné
Actores: Elodie Bouchez, Gaël Morel, Stéphane Rideau, Frédéric Gorny
Ano: 1994
Género: Drama
M/16
110 minutos
1962.
DVD disponível na BECRE
Sónia Lapa
Realizador: André Téchiné
Argumento: Olivier Massart, Gilles Taurand e André Téchiné
Actores: Elodie Bouchez, Gaël Morel, Stéphane Rideau, Frédéric Gorny
Ano: 1994
Género: Drama
M/16
110 minutos
1962.
Maïté, François, Serge e Henri, o pied noir (francês nascido na Argélia) exilado, são jovens e vivem numa vila no sudoeste da França. A guerra na Argélia e o fim do liceu ocupa-lhes os pensamentos. Entre as paredes do internato ou no meio dos juncos silvestres, as paixões políticas misturam-se com as paixões amorosas...
DVD disponível na BECRE
Dia 3 de Fevereiro de 2011 – 8.20
numa iniciativa conjunta Professores de Filosofia/BECRE
Sónia Lapa
Museu do Oriente acolhe formandos estrangeiros
No dia 21 de Janeiro de 2011 o Museu do Oriente acolheu um grupo de formandos das duas turmas dos Cursos de Português para Falantes de Outras Línguas (níveis A1/A2 e B1/B2). Para além dos dois formadores e de uma docente do grupo de Línguas Românicas participaram formandos da Argélia, Estónia, França, Marrocos, Moldávia, Polónia, Reino Unido, Rússia e Ucrânia. Como é seu apanágio, o museu recebeu, de forma empenhada e calorosa, mais um grupo da nossa escola.
No âmbito do estudo das Unidades de Formação de Curta Duração (UFCD) números 6397UI e 6398UI, os participantes tiveram oportunidade de consolidar conhecimentos acerca da cultura portuguesa e foram surpreendidos com a forte presença portuguesa no Oriente. Para além da riqueza que sempre advém do encontro de culturas, do encontro com o outro, os formandos aperceberam-se da importância de Portugal no mundo, viajando assim no tempo e no espaço. A visita começou pela Índia, passando pela China, Japão, terminando em Timor.
No âmbito do estudo das Unidades de Formação de Curta Duração (UFCD) números 6397UI e 6398UI, os participantes tiveram oportunidade de consolidar conhecimentos acerca da cultura portuguesa e foram surpreendidos com a forte presença portuguesa no Oriente. Para além da riqueza que sempre advém do encontro de culturas, do encontro com o outro, os formandos aperceberam-se da importância de Portugal no mundo, viajando assim no tempo e no espaço. A visita começou pela Índia, passando pela China, Japão, terminando em Timor.
José Lourenço Cunha
«O sonho do celta» de Mario Vargas Llosa
«O Sonho do Celta baseia-se na vida do irlandês Roger Casement, cônsul britânico no Congo belga, em inícios do século XX, que durante duas décadas denunciou as atrocidades do regime de Leopoldo II. Este homem, amigo de Joseph Conrad (e que o guiou numa viagem pelo Rio Congo, revelando-lhe uma realidade mais tarde retratada no romance Coração das Trevas), teve uma vida extraordinária, plena de aventura. Acérrimo defensor dos direitos humanos - como também o comprovam os relatórios que redigiu durante a estadia na Amazónia peruana - militou activamente, no fim da sua vida, no nacionalismo irlandês, acabando condenado à morte por traição e executado.»
Fonte: Wook
Este título faz agora parte do fundo documental da BECRE,
graças à doação da Professora Ângela Gordo,
a quem a equipa agradece, uma vez mais,
a sua generosidade.
Outros títulos disponíveis para consulta na BECRE:
Hiperligações:
The Nobel Prize in Literature 2010 - Mario Vargas Llosa
El Pais - Los 10 mejores enlaces para entender el universo de Mario Vargas Llosa
Jornal de Letras - Entrevista com Mario Vargas Lllosa (2003)
«Para quê o romance» - ensaio de Mario Vargas Llosa
Público - Mario Vargas Llosa é o Prémio Nobel da Literatura
Wiki - Mario Vargas Llosa
El Pais - Los 10 mejores enlaces para entender el universo de Mario Vargas Llosa
Jornal de Letras - Entrevista com Mario Vargas Lllosa (2003)
«Para quê o romance» - ensaio de Mario Vargas Llosa
Público - Mario Vargas Llosa é o Prémio Nobel da Literatura
Wiki - Mario Vargas Llosa
José Fernando Vasco
O Natal em França
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CPFOL,
PortuguesParaTodos
Em França o Natal festeja-se no dia 24 à noite e no dia 25 de Dezembro.
A família reúne-se e comemos todos juntos.
Eu tenho uma família grande. Então, no Natal somos entre doze e quinze pessoas para o jantar.
De acordo com a tradição francesa come-se foie gras, salmão, caracóis, carne, peixe ….; é um jantar muito pesado, mas óptimo.
Para sobremesa, temos em Provença 13 sobremesas e no fim do jantar o tronco de Natal gelado.
À meia-noite as crianças vão à missa de Natal na igreja. Entretanto, o pai Natal já passou.
Depois da missa, as crianças recebem os seus presentes e nós continuamos a festejar.
No dia seguinte, almoçamos também com a família. É um dia muito longo porque comemos durante todo o dia.
Durante o Natal, todas as casas têm uma árvore de Natal e presépios (presépios provençais).
Silvia Mione
(formanda de França)
Candidatura do Fado a Património da Humanidade oficializada esta sexta-feira
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Arte,
Eventos,
Música,
Património
José Malhoa (1910)
O Fado
O lançamento oficial da candidatura do Fado à Lista Representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade, da UNESCO, vai decorrer esta sexta-feira no Teatro São Luiz. A candidatura vai ser marcada por uma cerimónia oficial que contará com a presença do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa, e da vereadora da Cultura, Catarina Vaz Pinto.
A candidatura oficial do Fado à lista Representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade da UNESCO vai ser apresentada esta sexta-feira. Para o presidente da Comissão Científica, Rui Vieira Nery, a candidatura "ultrapassou todas as barreiras partidárias em nome de uma causa colectiva de salvaguarda e promoção da Cultura portuguesa".
A cerimónia de oficialização da candidatura está agendada para as 22h00 no Teatro São Luiz e contará com a presença do presidente da Câmara de Lisboa e da vereadora com o pelouro da Cultura.
A cerimónia de oficialização da candidatura está agendada para as 22h00 no Teatro São Luiz e contará com a presença do presidente da Câmara de Lisboa e da vereadora com o pelouro da Cultura.
Hiperligação:
José Fernando Vasco
José Lourenço Cunha
Reading Club
O Reading Club, disponível na plataforma Moodle da escola e dinamizado por alguns elementos do grupo de professores de Inglês, tem por objectivo motivar para a leitura extensiva e providenciar ferramentas de apoio à mesma, propondo actividades de exploração de vários textos.
Este projecto começou em 2007/2008 com os professores Maria José, Carlos Pereira e V. Almeida, com uma short story, "I can't breathe" de Ring Lardner, e tem vindo a crescer, apesar de algumas perdas aquando da alteração da plataforma. Podemos, neste momento, encontrar materiais sobre autores tão diversos como Chinua Achebe, George Orwell, Saki, Shakespeare, Mark Twain, J.K. Rowling, George McLean, Jean Ferris...
Este ano, da responsabilidade dos dois últimos professores acima mencionados, está, pela primeira vez, a receber contributos de alunos entusiastas que partilham assim, com os seus colegas, na "Student Zone", as suas experiências no mundo da literatura escrita em/ou traduzida para Inglês, bem como críticas a filmes e mesmo produções literárias da sua autoria.É certamente um projecto a manter e que importava aqui divulgar pelo seu mérito!
Cristina Oliveira
Frédéric Chopin
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Ciclo Música,
Música
Frédéric Chopin (1810-1849)
o compositor que transpôs a poesia para a música
como ninguém até hoje o conseguiu fazer...
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Étude Op. 25, No. 1 (1837)
Lang Lang (piano)
2010
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Nocturne Op. 9 No. 2 (1833)
Yundi Li (piano)
2000
..................................................................................................................................
Pianoconcerto No.1: Romance-Larghetto (1830)
Lawrence Foster (maestro)
Orquestra Gulbenkian
Sa Chen (piano)
2009
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Ludwig Van Beethoven - Sinfonia nº 6 «Pastoral»
Ludwig Van Beethoven: sinfonia n.º 9 - Hino à Alegria
Ludwig Van Beethoven: sinfonia n.º 9 - Hino à Alegria
José Fernando Vasco
Luís de Camões: «a chama imensa, a imensa força»
O Professor Miguel Almeida, autor de «O Templo da Glória Literária» que contém o poema da homenagem ao «príncipe dos poetas portugueses» e que reproduzimos aqui com a sua generosa autorização, esteve presente na Biblioteca Escolar em duas das sessões dedicadas a Luís de Camões.
A leitura do seu poema e o esclarecimento de outras questões relativas à importância de Camões e dos poetas e romancistas portugueses mais recentes, constituiram um "momento muito particular" na actividade da BECRE.
Ao Professor Miguel Almeida! A equipa da BECRE agradece a sua disponibilidade e o seu contributo para o enriquecimento cultural dos seus utilizadores.
Artigos relacionados:
Luís Vaz de Camões e «Os Lusíadas»Hiperligações:
José Fernando Vasco
Diários Gráficos em Almada: “Não somos desenhadores perfeitos”
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Almada,
Exposições
O Museu da Cidade de Almada apresenta a exposição Diários Gráficos em Almada de 29 de Janeiro a 16 de Abril.
Participam 30 autores que aliam ao desenho olhares de formações e percursos profissionais muito diferenciados, expostos em cerca de 400 cadernos.
Concebidos como objectos intimistas para fruição do próprio autor, estes diários organizam em séries o hábito sistemático de observação, registam memórias, analisam objectos ou situações, respondem a necessidades profissionais, corporizam visualmente ideias, traduzem em apontamentos gráficos percursos sejam eles geográficos ou resultado de experiências quotidianas. Inacabados por natureza, são sobretudo objectos de prazer.
Não se trata de uma exposição de arte, embora os autores reunidos possam ser artistas. Através do desenho em cadernos propõe-se uma abordagem que tem em comum uma pratica individual de observação e registo rápido e sistemático de quotidianos, espaços, vivências. Por isso, independentemente da localização geográfica do registado, ter sido feito em espaço público ou privado, os objectos expostos traduzem graficamente uma relação de urbanidade, de escala humana, em que a experiência individual encontra e afirma a colectiva.
Durante a exposição decorrerão actividades de animação e visitas guiadas considerando a diversidade de públicos e em particular a comunidade educativa, explorando também as potencialidades dos diários gráficos como recurso neste domínio.
Na inauguração será lançada uma publicação com o mesmo título, coordenada por Eduardo Salavisa que comissaria a exposição, disponível para venda nas lojas municipais, no mercado livreiro e para consulta na rede de leitura pública.
Paula Penha
Concurso Criativo para uma Escola Melhor
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Concursos
Há alguma coisa na tua escola que aches que está mal? Gostavas de fazer alguma coisa contra isso e, ao mesmo tempo, seres recompensado pela tua ajuda?
O Concurso Criativo para uma Escola Melhor propõe-te o seguinte desafio: cria uma equipa; encontra um professor da tua escola que vos acompanhe durante o trabalho que vais realizar; identifica algo que gostasses de mudar ou melhorar na tua escola; procura soluções para o fazer e anota-as; cria um plano de acção com um tecto máximo de €5000.
Cinco equipas de cada categoria (uma equipa do 2º Ciclo, uma do 3º Ciclo e uma do Ensino Secundário e/ou Profissional), escolhidas pelo júri, terão a oportunidade de apresentar as suas propostas numa Final Nacional onde as três vencedoras receberão um prémio de €5000 para a execução do projecto.
Se estiverem interessados, aproveitem para ler o regulamento.
Fonte:
Forum Estudante
Forum Estudante
Paula Penha
Escolha de um paradigma educacional <-> Opção por um tipo de sociedade
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Educação,
Livro e Leitura
«A democracia, a equidade e a justiça social, a paz e a harmonia
com o nosso meio ambiente natural devem ser palavras-chave deste mundo em transformação.
[...] A educação é "a força do futuro" porque constitui um dos instrumentos mais poderosos
para realizar a modificação.»
Morin, Edgar (2002). Os sete saberes para a educação do futuro.
Prefácio do Director-Geral da Unesco Federico Mayor.
Lisboa: Instituto Piaget, p. 11
com o nosso meio ambiente natural devem ser palavras-chave deste mundo em transformação.
[...] A educação é "a força do futuro" porque constitui um dos instrumentos mais poderosos
para realizar a modificação.»
Morin, Edgar (2002). Os sete saberes para a educação do futuro.
Prefácio do Director-Geral da Unesco Federico Mayor.
Lisboa: Instituto Piaget, p. 11
Numa perspectiva sistémica das organizações educativas - «conjuntos de elementos estruturados que visam certos fins determinados pela sociedade, apoiados em estratégias e tácticas.» - que Yves Bertrand e Paul Valois perfilham como modelo analítico para o estudo das relações entre aquelas e os diferentes tipos de sociedade, bem como dos efeitos das opções educativas sobre o todo social; os autores defendem que a mudança deve constituir o cerne: a mudança operacional, estratégica, ou paradigmática visa, respectivamente, a permanência, a adaptação ou a transformação radical da sociedade.
«É proibida a entrada a quem não andar espantado de existir»
No dia 25 de Janeiro, pelas 19H30, na BECRE, realizou-se a segunda sessão da Comunidade de Leitores, no âmbito do projecto Novas Oportunidades a Ler+. Desta vez, o grupo, constituído por professores, profissionais e formadores do Centro Novas Oportunidades, formandos dos cursos EFA (nível Básico e Secundário), adultos em processo de Reconhecimento e Validação de Competências (RVCC) e alunos do Ensino Recorrente por Módulos Capitalizáveis, partilhou as suas impressões de leitura em torno do livro “Aventuras de João Sem Medo”, obra metafórica de José Gomes Ferreira.
Os presentes tiveram a oportunidade de viajar pelas aventuras maravilhosas de João Sem Medo – a sua maneira de ver e descrever o mundo, a sua ironia ao comentar o que lhe acontece, na sua jornada pela Floresta Branca, tendo de escolher, para lá do Muro, caminhos difíceis para pensar por si mesmo, pois para ter uma vida fácil teria que “consentir que lhe cortassem a cabeça para não pensar”. Cada um dos membros da Comunidade de Leitores escolheu uma frase da «As aventuras de João Sem Medo» e, posteriormente, comentada. Eis alguns exemplos:
«É proibida a entrada a quem não andar espantado de existir»
«A felicidade consiste em resistir com teimosia a todas as infelicidades»
«Mas juro que não hei-de ser infeliz porque não quero»
«E João sem Medo continuou a subir o caminho árduo,
resoluto na sua pertinácia de ocultar o medo
- a úniva valentia verdadeira de homens verdadeiros»
«Na terra da liberdade e dos sonhos, o tempo não deixa rasto,
«Na terra da liberdade e dos sonhos, o tempo não deixa rasto,
apenas a memória do tempo em que não fomos aquilo que sonhámos»
«Ninguém pode seguir o caminho da felicidade completa
sem se sujeitar a este programa bem óbvio.
Primeiro: consentir que lhe cortem a cabeça para não pensar,
não ter opinião, nem criar piolhos ou ideias perigosas»
Após reflexão conjunta, foram apontadas duas mensagens cruciais veiculadas na obra e que exortam o Homem a prosseguir o caminho belo rumo à felicidade, não temendo os obstáculos que possa encontrar; e a pensar livremente e a perseguir os seus sonhos.
Tal como refere Fernando Pessoa,
«Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.»
Tem que passar além da dor.»
Artigos relacionados:
«O Principezinho» de Antoine Saint-ExupéryJosé Fernando Vasco
Manuela Santos
Manuela Santos
«A Nossa Escolha» de Al Gore
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Ambiente,
Livro e Leitura
Disponível para consulta na BECRE
a partir de 27.01.2011
- Caixas de texto em paralelo com o texto principal;
a partir de 27.01.2011
Depois do bestseller "Uma Verdade Inconveniente" (An Inconvenient Truth, 2006) e do documentário com o mesmo nome, vencedor de um óscar da Academia, a Esfera do Caos Editores volta a publicar mais um trabalho do político, empresário e activista Al Gore.
O livro "A Nossa Escolha - Um Plano para Resolver a Crise Climática" integra a Colecção Gulbenkian Ambiente (direcção do professor Viriato Soromenho-Marques), tendo sido publicado entre nós em 2009. E, se em «Uma Verdade Inconveniente», Al Gore divulga a mensagem de que a crise climática ameaça o futuro da civilização humana e que deve e pode ser resolvida, em «A Nossa Escolha» apresenta um plano global para resolver eficazmente esta mesma crise, apresentando soluções.
As soluções resultaram do trabalho desenvolvido por Al Gore durante os três anos em que reuniu ("Cimeiras de Soluções") com cientistas conceituados e outros especialistas em diversas áreas do conhecimento para examinar com detalhe e profundidade formas possíveis de resolver as alterações climáticas. Neste livro mostra-se também como as escolhas necessárias à resolução da crise climática constituem, ao mesmo tempo, os pilares de políticas inovadoras que criarão novos empregos e estimularão o progresso económico sustentável.
É proveitoso ler ou consultar os capítulos desta esclarecedora obra e verificar-lhe outras características:
- Arranjo gráfico cuidado, com imagens diversificadas (fotografias, gráficos, esquemas), legendadas e bem alinhadas como os pormenores do texto;
- Índice remissivo detalhado;- Caixas de texto em paralelo com o texto principal;
- Classificado com o «Estatuto Carbono Zero», o que significa ser uma edição neutra em carbono, pois as emissões deste elemento químico foram quantificadas e compensadas em projectos ligados ao ambiente. Segundo nota do editor português, «a compensação das emissões resultantes da produção de pasta e papel, assim como da impressão e do acabamento, foi feita através do sequestro de uma quantidade equivalente de dióxido de carbono numa área de nova floresta autóctone, no parque Nacional da Peneda-Gerês.» (Acerca deste Livro, p.416);
- Venda e direitos de autor reverterão a favor da associação sem fins lucrativos "Aliança para a Protecção do Clima" (Alliance for Climate Protection), criada por Al Gore para ajudar a resolver a crise climática.
Quanto ao conteúdo do livro, indica-se também aqui o índice completo e a identificação de alguns esquemas e alguns temas abordados nas caixas de texto:
Índice - A Crise; As Nossas Fontes de Energia; Sistemas Vivos; Como Usamos a Energia; Os Obstáculos que temos de Ultrapassar; Ir Longe e Depressa.
Quanto ao conteúdo do livro, indica-se também aqui o índice completo e a identificação de alguns esquemas e alguns temas abordados nas caixas de texto:
Índice - A Crise; As Nossas Fontes de Energia; Sistemas Vivos; Como Usamos a Energia; Os Obstáculos que temos de Ultrapassar; Ir Longe e Depressa.
Esquemas - Como funciona uma turbina eólica; Como a biomasa se torna combustível; Como se sequestra o CO2; Como funciona um reactor nuclear; O papel das florestas no ciclo do carbono; Urbanização e crescimento de megacidades; Breve história do preço do petróleo; Triana, ou o observatório do clima no espaço profundo.
Caixas de texto - Limpando o ar depois do grande smog de 1953; Arquitectura para o Sol: casas solares passivas; As torres eólicas são uma ameaça para as aves; A origem dos pontos quentes; Aquecimento e arrefecimento geotérmicos; A tragédia do Lago Nyos; A sexta grande extinção.
É um livro de abordagem transversal. Todos os professores de qualquer área do conhecimento poderão utilizar nas aulas as matérias e exemplos que nele se apresentam.
Caixas de texto - Limpando o ar depois do grande smog de 1953; Arquitectura para o Sol: casas solares passivas; As torres eólicas são uma ameaça para as aves; A origem dos pontos quentes; Aquecimento e arrefecimento geotérmicos; A tragédia do Lago Nyos; A sexta grande extinção.
É um livro de abordagem transversal. Todos os professores de qualquer área do conhecimento poderão utilizar nas aulas as matérias e exemplos que nele se apresentam.
Resta acreditar (e agir?) nos esforços e vontades do autor em prol da resolução do problema das alterações climáticas provocadas por acção humana, e pensar que o Prémio Nobel da Paz recebido por Al Gore em 2007 não foi em vão. São suas as seguintes palavras: «É um erro pensar que poderemos manter os tradicionais contentores estanques do conhecimento em todas as diferentes disciplinas que guardam os componentes essenciais da solução. A questão atravessa disciplinas, fronteiras nacionais, ideologias e políticas. (...) Este livro não trata tanto, por isso, da agenda das opções individuais, mas centra-se mais em proporcionar um mapa para as grandes soluções que exigem o nosso empenho compartilhado.» (Introdução, p.18).
Será assim? Para quando a aplicação no terreno deste mapa? Entretanto, poderemos começar por ler o livro e tentar responder a uma pergunta muito concreta: O que é o «biochar»? (a solução encontra-se na p.216)
A curva de Keeling, um estudo pioneiro de Charles David Keeling sobre os níveis de CO2 medidos no Observatório de Mauna Loa. De notar, o aumento da quantidade de CO2 atmosférico ao longo do tempo provocada pela queima de combustíveis fósseis e pela desflorestação maciça. A vermelho, o ciclo sazonal de CO2.
Al Gore - Vídeos:
Hiperligações:
Rosa Espada
«As aventuras de João sem Medo» de José Gomes Ferreira
"As Aventuras Maravilhosas de João Sem Medo" são um "divertimento escrito por quem sempre sonhou conservar a criança bem viva no homem" (José Gomes Ferreira)
«Livro sem qualquer paralelo na literatura europeia de hoje, ganha no confronto em relação a outras célebres alegorias políticas como "Animal Farm" de Orwell, ou as de Karel Capek. É que há (...) uma audácia à Swift ("Gulliver's Travel") de transfiguração e simbologia política que transcendem de bastante longe o burocratismo imaginativo de Orwell ou de Capeck, sem verdadeiras raízes nas tradições populares ou folclóricas que conferem a estas 'Aventuras' o seu carácter único». (Alexandre Pinheiro Torres)
Escrito em 1933 por José Gomes Ferreira, em 26 folhetins, para uma gazeta juvenil, O Senhor Doutor, sob o pseudónimo de Avô do Cachimbo, «As Aventuras de João Sem Medo» nascem da ideia de criar um herói que "desmistificasse os Gigantes, os Príncipes, as Princesas, as Fadas" e "permitisse criar novos mitos, tornar mágicos os objectos vulgares da vida diária e dar contorno às minhas verdades mais profundas numa linguagem de acção poética" (posfácio à 4.a ed., 1975, p. 226). A publicação em volume colige e refunde, em 1963, alguns dos episódios vividos por João Sem Medo, um herói "fala-barato de imprecações e graçolas populares, desprezador dos tiranetes e dos poderosos e, sobretudo, cheio de alegria de existir, de respirar, de acreditar nos bons sentimentos e de inventar monstros para os destruir e vencer" (Ibi., p. 231). Descrevendo o "caminho árduo" da infelicidade percorrido por João Sem Medo, um pequeno burguês resoluto em ocultar o medo, desde que saltou o muro da aldeia Chora-que-logo-bebes, a obra apresenta uma espécie de reverso do conto maravilhoso, pejado de seres e situações surrealizantes, onde a ambiguidade da escrita, tendo por destinatário um público não necessariamente infantil, permite entrever também uma sátira à situação nacional sob a ditadura: à partida, quem seguisse o caminho da felicidade completa tinha de se sujeitar a que lhe cortassem a cabeça para não pensar.
Hiperligações:
As Tormentas: José Gomes Ferreira
Centro Virtual Camões - Figuras da Cultura Portuguesa: José Gomes Ferreira
José Fernando Vasco
Manuela Santos
Manuela Santos
«A Viagem do Beagle» de Charles Darwin
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Biologia,
Geografia,
Geologia,
Livro e Leitura
Disponível para consulta na BECRE
Com a chancela da editora Relógio d'Água, o livro "A Viagem do Beagle - Viagem de Um Naturalista à Volta do Mundo", foi elaborado a partir da tradução da edição de 1845 do Journal of Researches into the Natural History and Geology of the Countries Visited During the Voyage of H.M.S. Beagle Round the World de Charles Darwin (1809-1882), uma obra que o famoso naturalista britânico quis que fosse mais "legível", ou seja, que pudesse ser lida por um público alargado. É Darwin quem escreve: «Esta obra contém a história da nossa [tripulação] viagem, sob a forma de um diário, e diferentes apontamentos das observações de história natural e de geologia que penso serão de algum interesse para a maioria dos leitores.» (do Prefácio, p.19).
Por isso, ao longo de mais de 400 páginas descritivas (e opinativas!), Darwin relata, fundamentalmente, os dias da viagem iniciada em 1831 com o objectivo principal de vigiar e mapear as costas da América do Sul para o Almirantado Britânico. Durante os cinco anos que demorou esta viagem, a embarcação H.M.S. Beagle navegou à volta do mundo, tendo estado, por exemplo, no Taiti, na Nova Zelândia, na Austrália, nas Ilhas Keeling e no Cabo da Boa Esperança.
A diversificada rota de navegação do Beagle e o trabalho entusiasmado e original de Darwin, constituiram para este investigador o leitmotiv de uma vida dedicada ao desenvolvimento do conhecimento científico nos domínios da biologia e da geologia. O produto intelectual da viagem realizada a bordo do Beagle foi o elemento mais importante utilizado por Darwin na elaboração da teoria da evolução das espécies por intermédio da selecção natural.
Para além do texto principal do livro, é também possível encontrar nele um guia biográfico, uma cronologia de Darwin entre 1809 (ano do seu nascimento) e 1839 (ano em que é nomeado "Fellow" da Royal Society of London), a reprodução do frontispício da 1.ª edição do Journal of Researches (1839), e gravuras com desenhos (arquipélago das Galápagos, cabeças de tentilhões, barreiras de recifes de coral, canais lagunares) e mapas da época (mapa-mundo e mapa da América do Sul em 1830, com os lugares mais importantes indicados por Darwin no texto).
A quem interessar a presente obra, verá nesta um trabalho de aventura ancorado na biologia das espécies vivas no seu meio ambiente natural, na geologia das regiões visitadas, na geografia física e humana, e nos aspectos político-sociais (veja-se, a propósito, as considerações de Darwin sobre a escravatura). São 21 capítulos complementados por notas, com início nas Ilhas de Cabo Verde e fim nas Ilhas Maurícias. Um livro interessante, sem dúvida, sobre os cinco anos mais marcantes do amadurecimento de Darwin enquanto investigador.
Na capa, um detalhe do mapa do arquipélago das Galápagos desenhado pelos oficiais do Beagle em 1835 reforça a associação, para sempre, destas ilhas ao trabalho científico de Charles Darwin. E ele assim o quis: «À laia de conclusão, parece-me que nada poderá fazer melhor a um jovem naturalista do que uma viagem por regiões longínquas. Esta em parte incita e em parte sossega esse desejo e essa ânsia que, como faz notar Sir J. Herschel [naturalista e astrónomodo século XIX], um homem continua a experimentar depois de satisfeitas todas as suas necessidades físicas.» (p.420).
Na capa, um detalhe do mapa do arquipélago das Galápagos desenhado pelos oficiais do Beagle em 1835 reforça a associação, para sempre, destas ilhas ao trabalho científico de Charles Darwin. E ele assim o quis: «À laia de conclusão, parece-me que nada poderá fazer melhor a um jovem naturalista do que uma viagem por regiões longínquas. Esta em parte incita e em parte sossega esse desejo e essa ânsia que, como faz notar Sir J. Herschel [naturalista e astrónomodo século XIX], um homem continua a experimentar depois de satisfeitas todas as suas necessidades físicas.» (p.420).
Um modelo do H.M.S. Beagle
A viagem realizada pelo H.M.S. Beagle (linha vermelha)
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Rosa Espada
VIP Art Fair - 22-30 Janeiro
A VIP Art Fair é a primeira feira de arte a conseguir mobilizar as mais importantes galerias de arte a nível mundial e reuni-las através da Internet. Esta feira inaugural estará exclusivamente disponível online durante esta semana, de 22-30 de Janeiro, no sítio: www.vipartfair.com.
Esta feira está disponível para visitantes e negociantes de arte, sendo necessário solicitar o passe de acesso (grátis).
Este evento único de arte recorre a uma tecnologia inovadora que permite analisar uma determinada obra em comparação com outras, possibilitando a observação do pormenor sem perda da qualidade de imagem e ainda a visualização em três dimensões.
As galerias participantes fornecem informações detalhadas sobre as obras e seus autores, incluindo biografias, ensaios e entrevistas. Para os coleccionadores de arte existe ainda a possibilidade de contactar directamente com as galerias e manter a conversa privada.
Há várias propostas de exploração da Feira, desde obras específicas a visitas online preparadas por coleccionadores, críticos e curadores de museus, passando por pesquisas avançadas por autor, suporte da obra, entre outros.
Cristina Oliveira
Luís Vaz de Camões e «Os Lusíadas»
Camões, grande Camões, quão semelhante
Camões, grande Camões, quão semelhante
Acho teu fado ao meu, quando os cotejo!
Igual causa nos fez, perdendo o Tejo,
Arrostar co'o sacrílego gigante;
Como tu, junto ao Ganges sussurrante,
Da penúria cruel no horror me vejo;
Como tu, gostos vãos, que em vão desejo,
Também carpindo estou, saudoso amante.
Ludíbrio, como tu, da Sorte dura
Meu fim demando ao Céu, pela certeza
De que só terei paz na sepultura.
Modelo meu tu és, mas... oh, tristeza!...
Se te imito nos transes da Ventura,
Não te imito nos dons da Natureza.
Manuel Maria Barbosa du Bocage
Camões, grande Camões, quão semelhante
Acho teu fado ao meu, quando os cotejo!
Igual causa nos fez, perdendo o Tejo,
Arrostar co'o sacrílego gigante;
Como tu, junto ao Ganges sussurrante,
Da penúria cruel no horror me vejo;
Como tu, gostos vãos, que em vão desejo,
Também carpindo estou, saudoso amante.
Ludíbrio, como tu, da Sorte dura
Meu fim demando ao Céu, pela certeza
De que só terei paz na sepultura.
Modelo meu tu és, mas... oh, tristeza!...
Se te imito nos transes da Ventura,
Não te imito nos dons da Natureza.
Manuel Maria Barbosa du Bocage
«Rimas»
«Tem-se afirmado que Camões é o artista mais completo que produziu o Renascimento. Efectivamente, nenhum é mais representativo dessa grande época, que muitos julgam ainda o oposto da Idade-Média. Camões precisamente demonstrou, pela sua obra, que as duas épocas não são inconciliáveis, antes se completam uma à outra Há nela, tanto na épica como na lírica, e até na dramática, a fusão de três elementos fundamentais: a herança do passado greco-latino, a tradição nacional da Idade-Média, e o sentido da actualidade e do exótico. Vejamos esses três elementos, em cuja síntese superior se manifesta o verdadeiro homem da Renascença.
Camões, como nenhum dos nossos escritores, embebeu-se de cultura greco-latina. Teve também a felicidade de viver e ser criado num tempo excepcional, em que as disciplinas humanísticas, trazidas até cá por grandes professores, floresciam entre nós intensamente. Assimilou-as perfeitamente; e guardou dessa lição dos antigos o amor da beleza plástica e da beleza ideal, que joga tão harmoniosamente na sua obra. Disse um grande escritor moderno, Teixeira Gomes, que ninguém como Camões entre nós soube exprimir as atitudes dos corpos desnudados, à maneira antiga, helénica. E ninguém como ele, ainda à maneira grega e platónica, soube fundar na visão dos corpos belos toda uma teoria de amor ideal, fonte de delícias e instrumento do Bem.
A par dos elementos da cultura clássica, recriados pelo grande artista, vive nele a tradição nacional, representada em quatro séculos de esforços para engrandecer o «ninho paterno». Camões viu nesse tipo ideal do Português, talhando o seu destino à espadeirada, soberbo e dominador, uma figura incomparável de epopeia. Fez com ele os Lusíadas. O que interessa no poema não é Vasco da Gama, rude capitão sem luzes de cultura, a quem o próprio poeta não poupa o seu desdém; são as armas e os barões que criaram o Império, e os antepassados que, com esforço ininterrupto, tinham possibilitado essa prodigiosa criação. O presente e o passado andam no poema intimamente ligados. O poeta faz reviver a tradição por meio de «medalhões», pequenos episódios da história nacional: assim numa sala-de-armas os painéis que pendem das paredes lembram de contínuo as façanhas dos avoengos, dando silenciosas lições de heroísmo. Foi isto que pretendeu Camões: eternizar num momento dado o labor secular da grei, tanto mais para desejar quanto a experiência já lhe fazia ver as debilidades dessa construção magnífica. É significativo a esse respeito o tom diferente com que principia e acaba o poema. Ao começo um clamor triunfal, um alarido de vitórias; para o fim uma espécie de dobrar de finados, que culmina naquela definição tão triste e tão verídica da nossa decadência (Canto X, Est. 145):
Camões, como nenhum dos nossos escritores, embebeu-se de cultura greco-latina. Teve também a felicidade de viver e ser criado num tempo excepcional, em que as disciplinas humanísticas, trazidas até cá por grandes professores, floresciam entre nós intensamente. Assimilou-as perfeitamente; e guardou dessa lição dos antigos o amor da beleza plástica e da beleza ideal, que joga tão harmoniosamente na sua obra. Disse um grande escritor moderno, Teixeira Gomes, que ninguém como Camões entre nós soube exprimir as atitudes dos corpos desnudados, à maneira antiga, helénica. E ninguém como ele, ainda à maneira grega e platónica, soube fundar na visão dos corpos belos toda uma teoria de amor ideal, fonte de delícias e instrumento do Bem.
A par dos elementos da cultura clássica, recriados pelo grande artista, vive nele a tradição nacional, representada em quatro séculos de esforços para engrandecer o «ninho paterno». Camões viu nesse tipo ideal do Português, talhando o seu destino à espadeirada, soberbo e dominador, uma figura incomparável de epopeia. Fez com ele os Lusíadas. O que interessa no poema não é Vasco da Gama, rude capitão sem luzes de cultura, a quem o próprio poeta não poupa o seu desdém; são as armas e os barões que criaram o Império, e os antepassados que, com esforço ininterrupto, tinham possibilitado essa prodigiosa criação. O presente e o passado andam no poema intimamente ligados. O poeta faz reviver a tradição por meio de «medalhões», pequenos episódios da história nacional: assim numa sala-de-armas os painéis que pendem das paredes lembram de contínuo as façanhas dos avoengos, dando silenciosas lições de heroísmo. Foi isto que pretendeu Camões: eternizar num momento dado o labor secular da grei, tanto mais para desejar quanto a experiência já lhe fazia ver as debilidades dessa construção magnífica. É significativo a esse respeito o tom diferente com que principia e acaba o poema. Ao começo um clamor triunfal, um alarido de vitórias; para o fim uma espécie de dobrar de finados, que culmina naquela definição tão triste e tão verídica da nossa decadência (Canto X, Est. 145):
O favor com que mais se acende o engenho
não no dá a pátria, não, que está metida
no gosto da cobiça e na rudeza
düa austera, apagada e vil tristeza.»
não no dá a pátria, não, que está metida
no gosto da cobiça e na rudeza
düa austera, apagada e vil tristeza.»
LAPA, Rodrigues (1962). Prefácio a Líricas de Camões. Lisboa: textos literários, X-XV
Literatura Portuguesa - Luís Vaz de Camões
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